O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) lançou hoje um programa que prevê o investimento de R$ 450 milhões em dois anos para estimular a ligação entre universidade e empresa na área da nanotecnologia. A ideia é permitir que empresas possam desenvolver produtos com estruturas complexas da ordem de milionésimos de milímetro - a escala dos átomos e moléculas.
O programa prevê ações simultâneas por parte de vários entidades federais, e um de seus objetivos é oferecer infraestrutura de vários laboratórios estatais a empresas. A ideia é permitir que a iniciativa privada possa realizar pesquisa aplicada sem ter de investir pesadamente em equipamentos científicos.
"Muitas empresas acessam os laboratórios tem uma relação quase pessoal com os dirigentes, mas agora vai ser uma coisa institucional", disse o ministro Marco Antonio Raupp nesta manhã, durante o lançamento da IBN (Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia).
Dos recursos já empenhados no programa, R$ 150 milhões são para o ano fiscal de 2013, e outros R$ 300 milhões para o de 2014. Dos recursos deste ano, 38,7 milhões serão distribuídos para o SisNano (Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologia), que reúne 26 centros de pesquisa espalhados pelo país. A Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) receberá mais R$ 30 milhões e o restante será distribuído entre entidades diversas.
Em 2014, a recém criada Embrapii (Empresa Brasileira para Pesquisa e Inovação Industrial) deve receber R$ 30 milhões.
O dinheiro do programa terá uso distinto, dependendo da entidade que o recebe. "Nos projetos de desenvolvimento que nós vamos financiar pela Embrapii, as empresas terão que entrar com um terço do dinheiro", disse Raupp. "No SisNano, [a parceria] será uma negociação direta do laboratório com a empresa."
As áreas prioritárias para aplicação do dinheiro são indústria aeronáutica/aeroespacial, agricultura/alimentação, energia, perfumaria/cosméticos e meio ambiente.


