Cidades

Homicídio doloso

Ministério Público pede pena maior para motorista acusado de matar adolescente em "drift"

Diferente da alegação policial, promotor de Justiça declara que motorista do veículo assumiu risco de matar adolescente

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul reconhece que Felipe Matheus Araújo Neris, responsável pela manobra de derrapagem que vitimou Henrique Cardoso Salmazo, de 17 anos, em Dourados no último sábado (17), agiu com intenção de matar o adolecente, motivo pelo qual o caso pode ser enquadrado como homicídio culposo e elevar a pena do motorista, caso este seja condenado.

O parecer assinado pelo promotor de Justiça João Linhares nesta segunda-feira (20), difere da decisão policial. Se para a polícia não houve intenção de matar, para o Ministério Público, Felipe Neris "assumiu o risco" contra a vida do garoto, que estava no porta-malas do carro no momento do acidente. 

O promotor destacou sete motivos pelos quais o motorista deveria ser enquadrado por homicídio doloso, e por isso, pediu para que o caso seja levado à 14ª ou 15ª Promotoria de Justiça de Dourados, ambas especializadas em crimes contra a vida.

O parecer destaca que o motorista assumiu o risco em matar o adolescente uma vez que: 1) dirigiu embriagado; 2) realizou derrapagens irregulares;  3) dirigiu em alta velocidade; 4) vítima estava no porta-malas; 5) automóvel estava lotado de passageiros; 6) local de grande fluxo de pessoas; 7) vítima transportada sem cinto de segurança em local inadequado e perigoso.

Caso a Justiça acolha o parecer do promotor, o caso, inicialmente sustentado pelo art. 302, parágrafo 3º, do Código de Trânsito/Lei 9.503/1997, que prevê pena de 5 a 8 anos de prisão, passa a ser sustentado pelo art. 121 do Código Penal, onde a pena pode ser de  6 a 20 anos (se o homicídio for simples) ou de 12 a 30 anos (se for qualificado).

O fato

Na madrugada de sábado (18), Felipe Matheus Araújo perdeu o controle da direção enquanto realizava uma manobra em zigue-zague, conhecida como "drift", e bateu contra o muro de um condomínio em Dourados, na Avenida Dom Redovino Rizzardo, distante 250 km de Campo Grande. 

Com o impacto, o corpo do adolescente foi arremessado contra o asfalto. Ele chegou a ser socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e deu entrada no Hospital da Vida, mas não resistiu. 

No interior do veículo, a polícia encontrou cerca de 19 latas de cerveja, um energético e uma garrafa de uísque. Após a batida, o condutor, Felipe Matheus, chegou a receber atendimento médico e, ao receber alta, foi preso em flagrante e encaminhado à delegacia. Outros três ocupantes, com idades de 17, 19 e 20 anos, tiveram apenas ferimentos leves.

Carro utilizado para a realização da manobraCarro utilizado para a realização da manobra / Foto: Reprodução 

Perdão do pai 

Por meio do Instagram, o pai, que postou uma foto ao lado do filho com os dizeres "Filhão, você era meu oxigênio", publicou nos stories uma longa mensagem afirmando: "Em meio à dor, também escolho o perdão".

"A dor é imensa, mas a fé em Deus é maior. Agradeço de coração a todos que estiveram conosco com orações, mensagens, ligações e presença nesses dias tão difíceis pela partida do meu amado filho Henrique! Que Deus recompense cada gesto de carinho com bênçãos e consolo. Em meio à dor, eu também escolho o perdão. Assim como Cristo nos ensinou, perdoo de coração o motorista do acidente. Que o Senhor o abençoe, o ilumine e o ajude a seguir em paz. Que meu filho descanse nos braços do Pai e continue vivo em nossos corações", escreveu o pai, Julio Salmazo.

Saiba*

Em audiência de custódia realizada neste sábado (18), a Justiça converteu em preventiva de Felipe Matheus Araújo Neris. 

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NOVO COMANDO

Quatro meses depois, Adriane nomeia novo secretário de saúde

Após saída de Rosana Leite e gestão por comitê, Sesau volta a ter comando definido

30/12/2025 12h00

Desde o início de setembro, a pasta vinha sendo administrada por um comitê intergestor

Desde o início de setembro, a pasta vinha sendo administrada por um comitê intergestor Divulgação

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Quatro meses após a queda da então secretária municipal de Saúde, Rosana Leite de Melo, a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), anunciou nesta terça-feira (30) o nome do novo titular da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau). O cargo será assumido pelo médico urologista Marcelo Luiz Brandão Vilela, cuja nomeação deve ser publicada em edição extra do Diário Oficial do município ainda hoje.

Desde o início de setembro, a pasta vinha sendo administrada por um comitê intergestor, criado após a exoneração de Rosana, oficializada em edição extra do Diogrande no dia 5 de setembro. À época, a mudança ocorreu em meio a uma série de reclamações da população sobre a prestação dos serviços de saúde na Capital.

O comitê passou a ser coordenado por Ivoni Kanaan Nabhan Pelegrinelli, ex-secretária de Saúde de Iguatemi, e tinha como missão diagnosticar falhas do sistema e promover uma reestruturação emergencial da pasta. O grupo, formado ainda por outros cinco gestores, assumiu com previsão inicial de seis meses de duração.

Com a nomeação de Marcelo Vilela, o Comitê de Saúde continuará atuando junto à Sesau até o término do decreto vigente, previsto para março de 2026, com a função de assessorar o novo secretário no processo de reorganização da rede municipal.

Perfil técnico e experiência na gestão

Marcelo Vilela é médico urologista, graduado em Medicina pelas Faculdades Integradas Severino Sombra, em 1995, e doutor em Medicina (Urologia) pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Possui pós-doutorado em Urologia Pediátrica pela University of California, San Francisco (UCSF), nos Estados Unidos.

Atualmente, é diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e professor associado da instituição, atuando nas áreas de Perícias Médicas e Urologia. Também exerce a função de urologista no Hospital de Câncer Alfredo Abrão e no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul.

Não é a primeira vez que Marcelo Vilela assume a Sesau. Ele já foi secretário municipal de Saúde de Campo Grande entre janeiro de 2017 e março de 2019, além de ter atuado em cargos de direção clínica hospitalar e coordenação de programas de residência médica.

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PRISÃO

Adélio Bispo pode deixar presídio de Campo Grande após novo laudo psiquiátrico

Autor da facada contra Jair Bolsonaro passou por nova perícia em novembro; laudo deve ficar pronto até o fim de dezembro e pode abrir caminho para reavaliação judicial em 2026

30/12/2025 11h00

Autor da facada contra Jair Bolsonaro passou por nova perícia em novembro

Autor da facada contra Jair Bolsonaro passou por nova perícia em novembro Foto: Arquivo

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O autor da facada contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Adélio Bispo de Oliveira, poderá ter o futuro no sistema prisional federal reavaliado a partir de um novo laudo psiquiátrico que deve ser concluído até o fim deste mês. O documento pode indicar se ele ainda apresenta transtornos mentais que justifiquem a manutenção da medida de segurança que o mantém preso, hoje, na Penitenciária Federal de Campo Grande.

Embora a conclusão do laudo esteja prevista para dezembro, a decisão judicial sobre uma eventual saída do interno só deverá ocorrer em 2026, em razão do recesso do Judiciário, que se estende desde o dia 20 deste mês.

De acordo com informações do portal Metrópoles, Adélio está preso desde 2018 e não responde a nenhuma ação penal, pois foi considerado inimputável por incapacidade mental. Desde então, cumpre medida de segurança em cela individual de cerca de seis metros quadrados na unidade federal da Capital sul-mato-grossense.

O novo exame foi realizado no início de novembro por peritos contratados pela Defensoria Pública da União (DPU). Os profissionais tiveram acesso a laudos médicos utilizados na sentença de 2019, que não foram digitalizados por razões de segurança e para evitar vazamentos.

Conforme apurou o portal Metrópoles, o laudo responderá a três questionamentos centrais que vão orientar a decisão do juiz responsável pelo caso:

  • Se Adélio ainda apresenta transtorno mental que justifique a manutenção da medida de segurança;
  • Se sua condição psíquica representa risco para si ou para terceiros, avaliando a persistência ou cessação da periculosidade;
  • Em caso positivo, em quanto tempo deverá ocorrer uma nova reavaliação.

Esses elementos serão determinantes para definir se ele poderá, futuramente, deixar o sistema prisional federal.

Apesar da expectativa em torno da conclusão do laudo ainda neste mês, a análise judicial do caso deve ocorrer apenas no próximo ano. Isso porque os juízes das execuções penais estão em recesso, e apenas situações de urgência estão sendo apreciadas, o que, até o momento, não se aplica ao caso de Adélio.

Permanência mínima até 2038

Por decisão judicial, Adélio tem permanência mínima garantida no sistema prisional até 2038, quando completará 60 anos. Somente a partir dessa idade há previsão legal para que ele possa deixar o sistema federal.

Mesmo considerado preso de alta periculosidade, não há previsão de transferência para outra penitenciária federal. Entre as cinco unidades existentes no país, a de Campo Grande é apontada como a que possui melhor estrutura para lidar com internos com transtornos mentais.

Desde que ingressou no sistema penitenciário, Adélio não lê livros e não consegue manter diálogo com outros detentos, segundo informações do sistema federal.

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