A candidata representante de Campo Grande no 4º Concurso Miss Penitenciária MS, Kettryllen Ayummy M. Oshiro, de 19 anos, foi eleita ontem a mais bela detenta do sistema prisional de regime fechado de Mato Grosso do Sul, durante concurso promovido no período da tarde no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi (EPFIIZ), na Capital. O segundo e terceiro lugares ficaram, respectivamente, com Sidinéia Hipólito Silvério, de 23 anos, representante de Três Lagoas e Vissclela de Almeida Carlos Branco, de 29 anos, representando o município de Corumbá.
Participaram, ainda, concorrentes dos municípios de Rio Brilhante, Bataguassu e São Gabriel do Oeste. Segundo a assessoria de imprensa do estabelecimento, a representate de Ponta Porã não pode comparecer. Elas foram avaliadas nos quesitos beleza, simpatia, postura, elegância e desenvoltura.
Emocionada, a vencedora, que está presa desde o início do ano por tráfico de drogas - ela aguarda julgamento - disse que se preparou muito para o concurso. “Cuidei da minha pele, do meu cabelo, e este título serve para resgatar minha autoconfiança e auto-estima”.
Quando foi presa Kettryllen prometeu à avó, que a cria desde pequena (os pais trabalham no Japão), que quando for libertada mudará de vida. “Descobri que gosto deste universo da beleza, quem sabe posso ser modelo, vou me esforçar para isso”.
Desfile
As candidatas entraram por três vezes na passarela: com traje típico, de banho e de gala. A Miss Penitenciária MS usou um quimono em homenagem à colônia de sua descendência; biquíni cor de rosa, como os das demais, e um vestido longo vermelho. Como prêmio, ganhou um aparelho de DVD, bijuteria, roupa, entre outros.
O “Miss Penitenciária MS” é promovido pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) em conjunto com a Subsecretaria da Mulher e da Promoção da Cidadania. Mato Grosso do Sul é o único Estado do País a realizar esse tipo de disputa em nível estadual.
O concurso integra a campanha dos 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher e, segundo a subsecretária da Mulher e da Promoção da Cidadania, Carla Stephanini, tem por objetivo promover a interligação da mulher em situação prisional com a sociedade civil, ao mesmo tempo em que estimula a autoestima das reeducandas, contribuindo para a ressocialização.
Para o diretor-presidente da Agepen, Deusdete Oliveira, um dos principais pontos positivos do concurso é a integração do sistema penitenciário com a comunidade e a união de esforços – tanto do Governo como dos municípios envolvidos, empresariado e sociedade em geral – para que o evento se torne possível. “A cada ano que passa, conquistamos novos parceiros para a realização desse evento; pessoas, instituições e empresas que voltam o olhar para a mulher encarcerada e se reconhecem como agentes facilitadores desse processo de reinserção social”, ressalta.
A animação do evento ficou por conta da cantora Michelle e Banda e apresentação de idosos do Lar de Convivência “Vovó Ziza”.


