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Monitoramento eletrônico será testado contra o feminicídio

A Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, comentou que essa deve ser uma iniciativa do governo federal em parceria com diversos órgãos de Justiça e estados

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A Ministra da Mulher, Cida Gonçalves, está em Campo Grande para uma série de eventos que marcam as iniciativas do Ministério. Hoje, ela participa da inauguração da sala do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol) na Casa da Mulher Brasileira.

Entre as iniciativas abordadas durante sua visita à Capital, Cida Gonçalves falou a respeito do monitoramento eletrônico, que deve ser testado, ainda este ano, em todos os estados brasileiros, para homens com medidas restritivas impostas pela Lei Maria da Penha. 

“Nós vamos fazer uma pactuação entre o governo federal, o Conselho Nacional de Justiça, o Conselho Nacional do Ministério Público e a Defensoria Público, e, aí, nós vamos para os estados fazer uma pactuação. Nós não estamos trabalhando ainda com projetos de lei, porque nós precisamos primeiro ver se as experiências dão certo, se têm resultado, para transformar em legislação”, disse a ministra. 

A iniciativa visa o monitoramento com tornozeleira eletrônica de homens que estão com medidas protetivas em razão de violência contra a mulher.

Além da supervisão da polícia, a mulher também teria um dispositivo para acompanhar se esse homem se aproxima, podendo assim sair da rota do agressor, ao mesmo tempo em que a polícia chega para fazer o flagrante ou garantir a segurança dessa mulher. 

O projeto será implementado no Rio Grande do Sul, a partir de abril deste ano. A titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), Elaine Benicasa, comenta que esteve em Porto Alegre, com uma equipe, para representar o Estado e acompanhar uma parte do processo de efetivação da tornozeleira eletrônica e do aplicativo de monitoramento. 

“A tornozeleira é importante no sentido de se evitar a reincidência desse autor. Só que a nossa dificuldade é de as vítimas registrarem a ocorrência, porque só teremos uma tornozeleira se tivermos um BO [boletim de ocorrência], seguida de uma medida protetiva e um descumprimento dessa medida”, explica a delegada. 

A equipe que fez a visita técnica em Porto Alegre avaliou a viabilidade de o projeto ser implementado também em Mato Grosso do Sul. No entanto, a delegada da Deam informou que não sabe se a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sejusp) está avaliando realizar a iniciativa em MS e que os materiais são de alto custo.

BOTÃO DO PÂNICO 

A Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) disponibiliza unidades portáteis de rastreamento (UPRs), mais conhecidas como botão do pânico, para vítimas de violência doméstica. De acordo com a Agepen, a iniciativa visa desafogar o sistema prisional do Estado e reduzir os custos aos cofres públicos. 

Entretanto, apesar de o Estado também ter homens agressores que são monitorados pela tornozeleira eletrônica, esse equipamento nem sempre vem em conjunto, o que, de acordo com a ministra Cida Gonçalves, acaba colocando a responsabilidade da segurança apenas na mulher, o que deve ser responsabilidade do Estado, no caso, da polícia. 

“Eu acho que o botão do pânico deixa a responsabilidade para a mulher apertar o botão; quando ela vê o agressor, ele já está muito próximo, se ele tem uma arma, se ele tem uma faca, ele mata. Por isso, eu defendo que a gente tenha outro sistema de monitoramento, como a tornozeleira eletrônica, porque é importante que a gente possa discutir com o Judiciário que a medida protetiva já é uma medida cautelar”, comentou a ministra. 

GOVERNO FEDERAL 

O governo federal lançou um pacote de ações, intitulado de “O governo que respeita as mulheres”, que tem como prioridade o enfrentamento da violência contra as mulheres em todas as suas manifestações. 

No dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o Ministério da Mulher publicou o Decreto nº 11. 431/2023, que reinstituiu o Programa Mulher Viver sem Violência, que tem como eixos a reestruturação da Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180; a implementação e o fortalecimento das Casas da Mulher Brasileira; a assistência humanizada das mulheres vítimas de violência; e o fortalecimento da rede de atendimento e das unidades móveis de atendimento. 

A ministra informou que serão 40 novas Casas da Mulher Brasileira, uma delas em Mato Grosso do Sul, e 250 novas viaturas para atuar na Patrulha Maria da Penha, que também farão as redes especializadas de atendimento às mulheres.

O Ministério da Justiça já está viabilizando mais 200 viaturas para as Guardas Municipais, também para atuarem como Patrulha Maria da Penha. 

“É importante ressaltar que a Patrulha Maria da Penha tem um papel estratégico, que é o de prevenir o feminicídio. Quando o juiz entrega a medida protetiva, para que haja o acompanhamento da patrulha, que vai na casa, que acompanha a mulher, que fala com ela, ela se sente mais protegida e efetivamente ela chama a viatura, portanto, nós prevenimos o feminicídio”, exemplificou Cida.

Saiba: Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, em 2022, cerca de 18,6 milhões de mulheres de 16 anos ou mais relataram terem sido vítimas de algum tipo de violência ou agressão no Brasil.

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Rede Limpa

Nova etapa de operação retira 24 mil metros de fios irregulares no Centro

Foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular e força-tarefa também deve ser expandida para bairros

07/12/2025 17h00

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande

Cerca de 24 quilômetros de fios irregulares foram retirados do Centro de Campo Grande Foto: Divulgação / PMCG

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Em nova do Projeto Rede Limpa, cerca de 24 mil metros de cabos irregulares foram retirados de postes na região central de Campo Grande, neste domingo (7). Na primeira etapa da operação, realizada no dia 27 de novembro, foram retirados 15 mil metros de fios irregulares

Conforme a prefeitura, o foco foi no trecho considerado o mais crítico em relação à fiação irregular, sendo o quadrilátero central, formado pelas avenidas Mato Grosso e Afonso Pena e pelas ruas Calógeras e 13 de Maio.

A área foi escolhida após mapeamento técnico da concessionária de energia elétrica, a Energisa, que apontou que o local apresentou maior quantidade de instalações irregulares.

O ponto de partida da ação foi o cruzamento das ruas Treze de Maio e Barão do Rio Branco, às 7h. Os serviços se estenderam ao longo de todo o dia, com intervenções em 79 postes, sendo 28 na rua Treze de Maio, 35 na Calógeras e 16 na Afonso Pena.

A força-tarefa ainda terá outras etapas e deverá ser expandido para outros bairros de Campo Grande, embora ainda não haja cronograma definido.

Conforme a prefeitura, as ações ocorrerão de forma planejada, priorizando as áreas com maior concentração de irregularidades e risco à população.

Para o presidente do Conselho Regional do Centro, João Matos, a iniciativa atende a uma demanda histórica de comerciantes e moradores.

“O excesso de fios sempre foi uma preocupação no centro, tanto pela segurança quanto pelo impacto visual. Essa ação é muito bem-vinda e traz resultados concretos para quem vive e trabalha aqui”, afirmou.

A prefeita Adriane Lopes afirmou que o objetivo da retirada da fiação irregular não é apenas uma questão estética.

"O Rede Limpa é, sobretudo, uma ação de segurança e organização urbana. Estamos cuidando da cidade, prevenindo riscos e garantindo mais tranquilidade para quem circula pelo centro”, afirmou.

Adriana Ortiz, representante da Agência Estadual de Regulação (Agems), disse que a ação também tem caráter regulatório e de fiscalização.

“Essa operação é resultado de um trabalho técnico e integrado, que busca garantir que as normas sejam cumpridas e que os serviços prestados à população ocorram com segurança e qualidade”, declarou.

Já o gerente da Energisa, Moacir Costa, explicou que todas as operadoras foram previamente comunicadas com antecedência sobre a realização da ação deste domingo.

“As empresas credenciadas junto à Energisa foram notificadas antes da primeira etapa e novamente comunicadas nesta semana. O objetivo é corrigir irregularidades e organizar a ocupação dos postes de forma adequada e segura”, pontuou.

Primeira etapa

Na primeira etapa do projeto, foram vistoriados 43 postes, com a retirada de cerca de 15 mil metros de fios irregulares, um resultado considerado positivo.

A ação dessa fase teve início no quadrilátero formado pelas avenidas Mato Grosso, 13 de Maio, Afonso Pena e Calógeras. Também foram incluídas ruas internas como 14 de Julho, Antônio Maria Coelho, Maracaju, Marechal Rondon, Dom Aquino e Barão do Rio Branco.

Foram atendidos 21 postes na Rua 13 de Maio e 22 na Avenida Calógeras. Em média, foram removidos cabos de 12 pontos por poste. As equipes iniciaram os trabalhos às 22h, horário escolhido para minimizar impactos no trânsito e na circulação de pedestres.

Após a limpeza dos postes, haverá rondas preventivas pelas forças de segurança para evitar novas ligações clandestinas.

A operação contou com a participação da Agência Estadual de Regulação (Agems) e da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Especial de Articulação Regional (Sear), Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semades), Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

boletim

Mortes por aids caem 4% no período de um ano em MS

Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta que há 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids no Estado

07/12/2025 14h30

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes

Em todo o Brasil, houve a expansão na oferta de testes Foto: Breno Esaki / Agência Saúde-DF

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O número de mortes por aids teve queda de 4,1% em Mato Grosso do Sul no comparativo entre 2023 e 2024. Boletim epidemiológico 2025, com ano-base 2024, foi divulgado na última semana pelo Ministério da Saúde e aponta que em 2023 foram 172 óbitos pela doença no Estado, passando para 165 em 2024.

Ainda conforme a Pasta, o resultado acompanha a tendência nacional. O País reduziu 13% os óbitos por aids no período, passando de mais de 10 mil para 9,1 mil, o menor número em três décadas.

Considerando o número de casos, foram registrados 788 em Mato Grosso do Sul no ano passado. O Estado contabiliza ainda 1.194 pessoas vivendo com HIV ou aids.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirma que o resultado reflete os avanços em prevenção e diagnóstico, com terapias de ponta que atualmente são capazes de tornar o vírus indetectável e intransmissível e que estão disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Alcançamos o menor número de mortes por aids em 32 anos. Esse resultado só foi possível porque o SUS oferece gratuitamente as tecnologias mais modernas de prevenção, diagnóstico e tratamento. Os avanços também permitiram ao país alcançar as metas de eliminação da transmissão vertical como problema de saúde pública”, afirmou Padilha.

Os casos de aids no Brasil também apresentaram redução no período, com queda de 1,5%, passando de 37,5 mil em 2023 para 36,9 mil no último ano, conforme o boletim epidemiológico.

No componente materno-infantil, o País registrou queda de 7,9% nos casos de gestantes com HIV (7,5 mil) e de 4,2% no número de crianças expostas ao vírus (6,8 mil). O início tardio da profilaxia neonatal caiu 54%.

Em todo o Brasil, há 68,4 mil pessoas que vivem com o vírus HIV ou aids, mantendo a tendência de estabilidade observada nos últimos anos.

O País manteve a taxa de transmissão vertical abaixo de 2% e a incidência da infecção em crianças abaixo de 0,5 caso por mil nascidos vivos.

O país também atingiu mais de 95% de cobertura em pré-natal, testagem para HIV e oferta de tratamento às gestantes que vivem com o vírus. Isso significa que o país interrompeu a infecção de bebês durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Os resultados estão em linha com os critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Prevenção, diagnóstico e tratamento

O Brasil adota a estratégia de Prevenção Combinada, que reúne diferentes métodos para reduzir o risco de infecção pelo HIV.

Antes centrada principalmente na distribuição de preservativos, a política incorporou ferramentas como a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) e a Profilaxia Pós-Exposição (PEP), que reduzem o risco de infecção antes e depois da exposição ao vírus.

Desde 2023, o número de usuários da PrEP cresceu mais de 150%, resultado que fortaleceu a testagem, aumentou a detecção de casos e contribuiu para a redução de novas infecções. Atualmente, 140 mil pessoas utilizam a PrEP diariamente.

Para dialogar com o público jovem, que vem reduzindo o uso de preservativos, o Ministério da Saúde lançou camisinhas texturizadas e sensitivas, com a aquisição de 190 milhões de unidades de cada modelo.

No diagnóstico, houve expansão na oferta de exames com a aquisição de 6,5 milhões de duo testes para HIV e sífilis, 65% a mais do que no ano anterior, além da distribuição de 780 mil autotestes, que facilitam a detecção precoce e o início oportuno do tratamento.

O SUS mantém oferta gratuita de terapia antirretroviral e acompanhamento a todas as pessoas diagnosticadas com HIV.

Mais de 225 mil utilizam o comprimido único de lamivudina mais dolutegravir, combinação de alta eficácia, melhor tolerabilidade e menor risco de efeitos adversos a longo prazo.

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