Cidades

Feminicídio

Morre jovem baleada pelo ex em loja de celular no interior de MS

Karina Corin, de 29 anos, foi alvejada na cabeça e não resistiu; Aline Rodrigues, amiga de Karina, foi baleada duas vezes e também faleceu

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Karina Corin, de 29 anos, baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos, no último sábado (1º); não resistiu aos ferimentos e morreu na manhã desta terça-feira (4).

Karina estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Vida de Dourados. Aline Rodrigues, de 32 anos, também estava na loja de celular no momento do ataque e morreu após ser atingida por dois tiros.

Aline era amiga de Karina, e também foi levada para o Hospital da Vida de Dourados em estado grave. Contudo, não resistiu aos disparos, que atingiram a cabeça e o tórax.

'Ataque foi premeditado', diz delegado

Conforme o delegado de Polícia Civil em Caarapó, Ciro Jales, as investigações apontam que o crime foi premeditado.

Renan não aceitava o fim do relacionamento com Karina, e após um desentendimento na véspera do crime, o suspeito teria se apossado da arma de seu pai, que é policial militar no município, para cometer o crime.

Ainda conforme o delegado, Karina chegou a registrar um boletim de ocorrência contra Renan pelo crime de ameaça. No entanto, não houve tempo do criminoso ser intimado pela justiça antes dos fatos.

"Concluímos que a motivação do crime foi passional. A Karina e o Renan passaram por um término conflituoso, com ofensas e ameaças. Inclusive, na sexta-feira, véspera do crime, eles discutiram de forma acintosa e ela registrou um 'BO' no final da tarde", disse.

"Foi solicitado na delegacia de polícia de Caarapó as medidas protetivas de urgência, mas infelizmente não houve tempo hábil para que a justiça intimasse o agressor sobre essas medidas", completou.

Controlador e agressivo

Ciro Jales também relatou detalhes sobre o comportamento do criminoso. Conforme o delegado, Renan não aceitava que amigas de Karina frequentassem sua loja, e ficava incomodado com a presença delas no comércio.

"Ele tinha acesso às imagens das câmeras internas da loja em tempo real, e se incomodava com a presença de amigas delas. Para ele, a loja era como se fosse a extensão da casa particular deles", relata.

"A gente entende que a ação premeditada foi contra as duas especificamente. Nas imagens internas, há uma terceira pessoa na loja. Na ocasião, ele confronta essa terceira pessoa e, antes de cometer o crime, pede para que ela saísse da loja, uma vez que ela não estava no contexto", finaliza.

O Correio do Estado teve acesso a detalhes da investigação gravados pelo próprio delegado Ciro Jales. Confira na íntegra:

 

 

Relembre o crime

Um homem de 31 anos, identificado como Renan Dantas Valenzuela invadiu uma loja de celulares e atirou contra a ex-companheira e uma amiga dela no último sábado (1). O crime aconteceu no município de Caarapó, a 277 quilômetros de Campo Grande.

Segundo o registro policial, a ocorrência começou após acionamento via 190, informando sobre uma tentativa de homicídio seguido de incêndio no Centro do município.

Conforme apurado pelo Correio do Estado, o ataque aconteceu enquanto Aline Rodrigues, de 32 anos, foi visitar a amiga, ex-companheira do criminoso e proprietária da loja. Renan teria chegado no local de bicicleta e armado com uma pistola.

O criminoso, então, atirou contra as vítimas, depois espalhou um líquido combustível pelo local e ateou fogo na loja. Em seguida, se dirigiu até os fundos do comércio, onde foi ferido por um tiro na cabeça.

Testemunhas presentes no momento do crime relataram aos policiais que ouviram o som de 4 a 5 tiros de dentro da loja.

Ambas as vítimas foram resgatadas e encaminhadas inicialmente ao Hospital Beneficente São Matheus. Já o agressor foi localizado aos fundos da loja, ferido em estado gravíssimo.

Ainda conforme o boletim de ocorrência, os policiais acreditam que Renan tirou sua própria vida no local após cometer a tentativa de feminicídio. Com o criminoso, os agentes encontraram uma pistola carregada com mais três munições intactas no carregador.

Renan ainda chegou a ser encaminhado pelo Corpo de Bombeiros até o Hospital São Matheus, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

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Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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