Cidades

BIOMA

MS destina R$50 milhões para prevenir avanço de queimadas no Pantanal

Documento foi assinado na última quarta-feira, junto ao Governo Federal

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Após uma temporada intensa de queimadas, o Pantanal voltou a ficar sob alerta este ano. De janeiro a junho de 2024, a área queimada no bioma foi de 289.625, cerca de 50,5 mil a mais do que em relação ao mesmo período de 2020 - ano dos maiores incêndios do Pantanal.

Os dados são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (LASA) da Universidade Federal do Rio de Janeiro. 

De acordo com as informações, a explicação para tantas queimadas é a falta de chuva, que ficou 30% abaixo do esperado no período de outubro a abril - época em que normalmente os rios transbordam devido a grande quantidade de água. Por essa razão, a vegetação secou mais rápido, ficando vulneráveis às causas naturais dos incêndios florestais.

Para tentar amenizar esses incêndios, o Governo do Estado investiu R$ 50 milhões em ações de prevenção e controle do fogo por meio do Pacto Interfederativo para o Combate aos Incêndios no Pantanal e na Amazônia.

Assinado nesta quarta-feira (6) junto ao Governo Federal, o evento aconteceu em Brasília (DF), em alusão ao Dia Mundial do Meio Ambiente, e contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, além do governador sul-mato-grossense Eduardo Riedel e os governadores e representantes dos demais estados.

O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel - onde está 65% do Pantanal - destacou que desde 2020 o Estado se estruturou para enfrentar tal problema. "Estamos trabalhando duramente, com toda a nossa força, pois já começou a época de incêndios lá, com mais de 800, 900 focos. Já estamos fazendo esse combate, tanto é que a área é menor por causa da nossa ação".

Além do pacto interfederativo (firmado hoje por MS, MT, PA, AC e RR), foram assinadas para outras regiões do Brasil 13 iniciativas que vão desde a criação de novas áreas protegidas pelo Governo Federal a até programas nacionais de conservação e cooperações entre instituições federais.

"O que estamos vendo no Rio Grande do Sul em chuva e os efeitos dessa chuva, vamos ver em estiagem provavelmente na Amazônia e no Pantanal. Vamos ter um fenômeno com incêndios e queimadas", destaca a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

A ministra explica também que materiais orgânicos chamados turfas alimentam as chamas dos incêndios subterrâneos que ocorrem em áreas remotas, dificultando o trabalho de frente ao fogo, que é natural para o período de seca no Pantanal, mas toma proporções fora da normalidade e de ameaça à vida se aliadas às condições climáticas de seca previstas.

Antes das assinaturas, várias ações do Governo Federal em conjunto com os estados foram elencadas por Marina, apontando para números de redução do desmatamento nos primeiros cinco meses deste ano e em outros períodos. No Pantanal, os números apresentados são um retrato de agosto de 2022 até julho de 2023. 

Nesse período, a queda do desmatamento foi de 9,2%. "Temos no Pantanal essa inflexão, e aqui está o governador Eduardo Riedel, de Mato Grosso do Sul, onde foi feita uma lei [a Lei do Pantanal] para proteger esse bioma. Já temos esse resultado inicial", afirma Marina.

Queimadas em 2020

Entre os meses de agosto e novembro de 2020, cerca de 39 mil km² da área do Pantanal, foram queimados, levando a morte de quase 17 milhões de animais. 

Segundo levantamento da FioCruz, os focos de incêndio atingiram principalmente os municípios de Sapezal, Curumbá e Porto Murtinho, aumento de casos de problemas respiratórios na população.

Ao todo, foram 22.116 focos de incêndio entre janeiro e dezembro, com os piores registros no mês de setembro (8.106), agosto (5.935) e outubro (2.856).

Cidades

Projeto de lei quer converter multas de trânsito em doação de sangue e medula

Infrator que optar pela doação não pagará multa, mas outras sanções podem ser mantidas, como pontos na CNH

19/12/2025 18h00

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula

Multas leves de trânsito poderão ser convertidas em doação voluntária de sangue ou medula Foto: Arquivo

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Um projeto de lei protocolado na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (Alems) propõe converter multas aplicadas no trânsito, relativas a infrações de natureza leve, em doação voluntária de sangue ou medula óssea. Como a Casa está em recesso, a matéria tramitará no ano que vem.

Conforme a proposta, de autoria do deputado estadual Junior Mochi, a conversão do pagamento das multas em doação de sangue ou medula teria caráter alternativo e facultativo, não constituindo direito subjetivo do infrator, e deverá ser expressamente requerida pelo interessado, nos termos de posterior regulamentação.

Ainda conforme o projeto, a conversão da multa em doação somente será admitida quando:

  • a infração for de natureza leve, nos termos do Código de Trânsito Brasileiro;
  • não houver reincidência da mesma infração no período de 12 meses;
  • a multa não decorrer de infração que tenha colocado em risco a segurança viária, a vida ou a integridade física de terceiros;
  • a doação seja realizada em hemocentros públicos ou privados conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), ou em instituições oficialmente reconhecidas;
  • haja aptidão médica do doador, conforme critérios técnicos estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Cada doação de sangue corresponderá a conversão de uma multa de trânsito, assim como a inscrição no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome).

Caso o doador seja compatível com alguma pessoa precisando de transplante e faça a doação efetiva da medula óssea, poderá ser convertida até duas multas de trânsito.

A comprovação da doação ou da inscrição no Redome será realizada mediante apresentação de documento oficial emitido pela instituição responsável, observado o prazo e os procedimentos definidos em regulamento

O projeto veda a compensação parcial da multa, bem como a conversão de penalidades acessórias, como suspensão ou cassação do direito de dirigir.

A conversão será apenas relacionada ao pagamento da multa, mas não exime o infrator das demais obrigações legais decorrentes da infração de trânsito, inclusive quanto ao registro de pontos na Carteira
Nacional de Habilitação (CNH), quando aplicável.

O Poder Executivo poderá celebrar convênios e parcerias com municípios, hemocentros e instituições de saúde, com vistas à operacionalização da lei, caso seja aprovada e sancionada.

Objetivos

Na justificativa do projeto, o deputado afirma que o objetivo é conciliar o caráter educativo das sanções
administrativas de trânsito com políticas públicas de incentivo à doação voluntária de sangue e de medula óssea, "práticas essenciais à manutenção da vida e à efetividade do Sistema Único de Saúde".

"A proposta não elimina a penalidade, mas a ressignifica, convertendo-a em uma ação de relevante interesse social, capaz de estimular a solidariedade, a cidadania e a responsabilidade coletiva. Trata-se de medida alinhada aos princípios da dignidade da pessoa humana, da função social das sanções administrativas e da eficiência das políticas públicas, diz a justificativa.

Em caso de aprovação e sanção, a adesão pelos municípios será facultativa, preservando o pacto federativo.

"Ressalte-se que a iniciativa respeita a autonomia municipal e o Código de Trânsito Brasileiro, limitando-se às infrações leves e excluindo aquelas que representem risco à segurança viária. A adesão pelos Municípios é facultativa, preservando-se o pacto federativo", conclui o texto.

Campo Grande

Investigada por desvio recebeu R$ 1,7 milhão para iluminar "Cidade do Natal"

Construtora JCL venceu licitação há dois meses e será responsável pela decoração natalina da Capital

19/12/2025 17h50

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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Investigada em operação que apura suspeitas de fraudes em licitações e contratos de iluminação pública em Campo Grande, a Construtora JCL Ltda. venceu há dois meses a disputa para iluminar a decoração natalina da Capital neste ano, orçamento de R$ 1,7 milhão.

Conforme o Portal da Transparência, a empresa será responsável por fornecer, instalar e desinstalar a decoração natalina na Capital, contrato firmado no dia 17 de novembro e que expira no dia 15 de fevereiro. 

Conforme o edital, a iluminação abarca trechos da Rua 14 de Julho, Avenida Afonso Pena local de apresentações culturais, gastronomia e lazer. Para a decoração natalina está prevista a instalação de mangueiras luminosas de led branco quente (âmbar), verde e azuis pelas avenidas Afonso Pena, Duque de Caxias e Mato Grosso.

Na 14 de Julho, a decoração possui flâmulas natalinas, bolas metálicas iluminadas, árvores naturais de porte médio, árvores em formato de cone, anjo iluminado e pórticos metálicos.

As luzes foram acesas no dia 1º de dezembro deste ano, com desligamento previsto para o dia 15 de janeiro de 2026, datas que, conforme contrato, podem ser adiadas ou antecipadas.

De acordo com a prefeitura, a iluminação decorativa natalina tem como objetivo "trazer o espírito natalino para as ruas, praças e avenidas da Capital, aliando beleza, lazer e sentimento de pertencimento urbano".

Iluminação natalina

A Praça Ary Coelho também foi decorada com os portais de entrada até o coreto, além de iluminação nas árvores naturais.

Complementam a decoração em outras vias estrelas dos mais variados tamanhos, árvores de arabesco, cometas, botas, bicicletas, pirâmides e pórticos, entre outros.

Além dessas, receberão decoração as rotatórias da Ceará com Joaquim Murtinho; Duque de Caxias com a Entrada da Nova Campo Grande; da João Arinos com Pedrossian; Três Barras com Marques de Lavradio; Consul Assaf Trad com Zulmira Borba; Gury Marques na rotatória da Coca-Cola; Filinto Muller no Lago do Amor; dentre outras. A iluminação compreende ainda o Paço Municipal.

 

Contradição

A assinatura do contrato entre a prefeitura e a construtora contraria uma lei sancionada pelo próprio Executivo em agosto deste ano, que detinha o objetivo reduzir gastos e otimizar recursos públicos.

A Lei 7.464/25, sancionada em 4 de agosto, previa que a iluminação e ornamentação natalina em espaços públicos fosse patrocionada por empresas privadas, sem custos para a Prefeitura.

Conforme a lei, as empresas interessadas em iluminar a "Cidade do Natal" em troca, poderiam divulgar suas marcas nos locais iluminados. O programa "Natal de Luz", inserido na lei, tem vigência anual, entre 1º de novembro e 10 de janeiro. 

*Colaborou João Pedro Flores

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