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MS é alvo de grandes investimentos de reflorestamento

MS é alvo de grandes investimentos de reflorestamento

Redação

20/11/2009 - 21h00
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São Paulo

O potencial de crescimento da demanda por madeira entre empresas dos setores de papel e celulose, moveleiro e siderúrgico, entre outros, está levando fundos e empresas de investimento a apostarem na aquisição de terras e florestas no Brasil. Diante da preocupação com um possível apagão florestal no País, essas empresas acreditam que a prática de assinatura de contratos de longo prazo, comum no hemisfério Norte, pode se tornar usual também em território brasileiro. Os planos são ambiciosos: a área administrada hoje por elas pode até triplicar nos próximos anos.

O perfil dos investidores que atuam no ramo é variado. Inclui desde empresas privadas não consumidoras de madeira, como a JBS Friboi, até fundos de pensão nacionais e estrangeiros. O que os move é o potencial de retorno no longo prazo - o ciclo de uma floresta de eucalipto é de 6 a 7 anos. "Esse é um mercado que reúne investidores com passivos compatíveis com um cenário de retorno de longo prazo, como é o caso dos fundos de pensão, por exemplo", explica o presidente da Vitória Asset Management, Humberto Grault Vianna de Lima.

A Vitória Asset é a gestora do fundo que investe na Florestal Brasil, empresa criada com aporte inicial de R$ 550 milhões. Com atuais 76 mil hectares, dos quais 10 mil hectares de áreas plantadas com eucalipto, a Florestal Brasil tem como plano de negócio atingir 335 mil hectares. "Nosso plano é criar a maior empresa de reflorestamento independente do País", afirmou Lima. A Florestal Brasil é uma companhia que tem como investidores a J&F, controladora do grupo JBS Friboi, e os fundos de pensão Funcef (Caixa Econômica Federal) e Petros (Petrobrás), e tem como foco ampliar presença em Mato Grosso do Sul.

A atratividade desse mercado pode ser traduzida nas operações da NSG Capital no Brasil. A administradora de valores pretende lançar três fundos florestais até janeiro. O primeiro deles, com patrimônio líquido de R$ 200 milhões, alcançou demanda de 80% do valor antes mesmo de ser aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A meta da NSG é captar um total de R$ 400 milhões com os três fundos, que deverão mobilizar 170 mil hectares. A partir da aquisição de uma empresa de agronegócio, explica o presidente da NSG, Luiz Eduardo Abreu, a companhia pretende gerenciar ativos florestais para atender à demanda por madeira na produção de celulose e carvão vegetal. "Acreditamos que a demanda por madeira será maior do que a atual capacidade das empresas que já investem em produção de florestas."

A companhia já possui aproximadamente 10 mil hectares plantados de eucalipto, área que poderá ser cortada em aproximadamente três anos. "Os fundos vão trabalhar apenas com eucalipto, mas também estamos analisando oportunidades em outras madeiras para móveis", diz Abreu. Os fundos também estão atentos ao mercado de geração de energia a partir da madeira.

O executivo acredita que uma das alternativas que poderão ser analisadas no Brasil futuramente é a compra de terras que atualmente estão sob posse de empresas de celulose ou de pequenos agricultores, que hoje cultivam florestas graças ao trabalho de fomento de grandes companhias.

Baixo custo

Outro que atua no setor é o grupo canadense Brookfield (ex-Brascan). A divisão de Asset Management gerencia fundos com área de 83 mil hectares no Brasil. A atual área, usada principalmente para a plantação de eucalipto, deve ser triplicada em dois anos.

O presidente da companhia, Silvio Teixeira, destaca que os investimentos podem ser feitos em qualquer região do País, com exceção da Amazônia Legal. A Brookfield possui terras em São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, onde é grande a demanda por eucalipto e pinus.

"Hoje, o Brasil já vive situação de desarranjo entre oferta e demanda em algumas regiões", explica Henrique Alves Aretz, diretor de Investimento e Relações com Investidores da Brazil Timber, gestora de fundos que pretende elevar o total de recursos no portfólio dos atuais US$ 260 milhões para US$ 500 milhões até 2011. "O Brasil tem o mais baixo custo de produção de celulose do mundo. Por isso o setor está em amplo processo de expansão", afirma o executivo, ressaltando o setor que é apontado como um dos principais clientes dessas novas bases florestais no futuro. A demanda por madeira para a produção de carvão e de móveis e painéis, além da geração energética, também apresenta tendência de expansão.

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Casa de ex-prefeito de Campo Grande vai a leilão para pagar dívida de pensão

Alcides Bernal deixou de pagar pensão quando foi cassado, em 2014, e dívida ultrapassa R$ 112 mil a filho que mora no Tocantins

20/06/2025 17h33

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão

Casa de Alcides Bernal, em Campo Grande, vai a leilão Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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O ex-prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal, terá uma casa levada a leilão devido a uma dívida de pensão que ultrapassa o valor de R$ 112 mil. A sentença é da 1ª Vara da Família e Sucessões de Palmas (TO), onde mora o filho do ex-prefeito.

De acordo com os autos do processo, na época em que ainda era prefeito, Bernal e o filho celebraram acordo em processo que tramitou em Campo Grande, onde ficou estabelecido que seria descontado o valor de três salários mínimos diretamente de seus subsídios de prefeito, inclusive o 13º salário, e seriam depositados na conta do filho.

O acordo foi homologado por sentença que transitou em julgado. No entanto, Bernal foi cassado em 2014 e, sem o desconto em conta, ele deixou de cumprir a obrigação com o filho.

“Por ocasião de sua cassação, por pura liberalidade, por humanidade e generosidade do Exequente, mesmo sofrendo as agruras da falta de pagamento da pensão (contraindo dívidas para continuar se mantendo), pensando que o seu pai, até lhe seria grato, por deixar passar um tempo razoável para se recompor, deixou passar alguns meses, contudo, após esse tempo, o Exequente começou a tentar contato, para tentar uma composição amigável com o Executado, não conseguindo nem uma resposta”, diz a ação.

Também conforme a ação, o filho tentou várias formas de contato, por meio de ligações em celular pessoal e na prefeitura, assim como por meio de conhecidos e amigos próximos, que também tentaram contato via ligação e pessoalmente com Bernal, mas sem sucesso. 

Assim, foi protocolizada nova petição, para execução dos débitos que haviam sido deferidos para desconto em folha, totalizando 36 meses pendentes, contando com dois 13º salários, que não foram pagos de janeiro a abril de 2013 e de abril de 2014 até setembro de 2016.

O montante devido, com juros de mora e atualização monetária e capitalização simples, até o mês de setembro de 2016, é de R$ 112.252.23.

Na ação, é citado também que o pagamento da pensão alimentícia é a obrigação mínima de Bernal, já que, segundo os autos, há abandono afetivo desde o nascimento de seu filho.

O filho relata que está passando por necessidades financeiras e que a ajuda do pai, que não está sendo paga, está fazendo falta. Dentre as dificuldades citadas, está o fato de que o rapaz tem "inúmeros gastos diários" e que parou de estudar por falta de recursos financeiros.

Desta forma, foi pedido a intimação para que Bernal efetuasse o pagamento do débito pendente no prazo de três dias e, caso não realizasse a quitação, que fossem penhorados bens, quanto bastassem para o adimplemento da da dívida.

Sem o pagamento, o imóvel a ser leiloado é uma casa localizada no Jardim Paulista, em Campo Grande, que se encontra penhorada, com a devida intimação do devedor. Na ação, não consta quando será realizado o leilão.

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Justiça bloqueia R$ 40 milhões de família que provocou "muralha de fogo" em MS

Segundo investigação, pai e filhos são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas na região pantaneira

20/06/2025 17h00

"Muralha de fogo", em Corumbá, em 2024 Foto: Divulgação

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 A Justiça Federal determinou o bloqueio de R$ 40,7 milhões em bens de uma família acusada de provocar incêndios criminosos para criação ilegal de pasto em Corumbá, região do Pantanal sul-mato-grossense. A ação, movida pelo Ministério Público Federal (MPF), envolve o pecuarista Carlos Augusto de Borges Martins, conhecido como “Carlinhos Boi”, e seus três filhos, que, segundo a investigação, são responsáveis por queimadas que causaram danos ambientais severos em áreas públicas e privadas, incluindo a chamada “muralha de fogo” que viralizou nas redes sociais em junho de 2024 durante a tradicional Festa de São João.

O incêndio teve como ponto de ignição propriedades utilizadas pela família, como a Fazenda Pira-Retã e o Sítio São Domingos, área inserida em uma Área de Preservação Permanente (APP) às margens do Rio Paraguai, nas proximidades de um ponto de captação de água que abastece a cidade de Corumbá.

De acordo com laudos da Polícia Federal, a ocupação irregular e as construções precárias no local impedem a regeneração da vegetação nativa e geram lançamento de esgoto e lixo diretamente no solo, aumentando o risco de contaminação do rio.

O MPF aponta que a família Martins utilizava irregularmente o cadastro da Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal (Iagro-MS) para movimentar e criar bovinos em áreas pertencentes à União, na região conhecida como “Retiro Tamengo”. As terras, além de públicas, incluem áreas privadas sem cercas delimitando os perímetros, o que favorecia a ocupação ilegal.

O objetivo da ação civil pública é obter a desocupação imediata das áreas invadidas, com a retirada dos bovinos, demolição das construções irregulares e recuperação ambiental do espaço por meio da implantação de um Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD). Também foi solicitado o pagamento de indenizações pelos danos ambientais, restituição dos lucros obtidos ilegalmente e compensação por danos morais coletivos.

A propriedade já havia sido alvo de fiscalização pela Polícia Militar Ambiental em 2013, quando foram constatadas construções ilegais e a degradação ambiental do local. Agora, com as novas provas e a reincidência da prática, o caso avança na 1ª Vara Federal de Corumbá, vinculada ao Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3).

O processo segue em tramitação na esfera federal, e os acusados poderão apresentar defesa nas próximas etapas judiciais.

"Muralha de fogo"

Terra do Banho de São João, considerada a maior festa junina do Centro-Oeste, Corumbá foi o município que mais queima em todo o Brasil em 2024. O triste extremo, entre a festa e os incêndios que devastam o Pantanal, foi registrado pela corumbaense Elisa Márcio, e compartilhado em uma rede social, em junho do ano passado.

Segundo o Painel Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a região pantaneira registrou mais de 14 mil focos de incêndio. 

Além disso, conforme noticiado anteriormente, a população do município sofre com a fumaça que vem das queimadas, que associada às altas temperaturas e à baixa umidade relativa do ar, tornam o cenário ainda mais crítico.

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