Cidades

REFINANCIAMENTO

MS pode economizar R$ 449 milhões em dívida com a União

Projeto de lei institui programa para revisão dos termos das dívidas dos estados

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O governo de Mato Grosso do Sul vai economizar R$ 449 milhões no pagamento da dívida de R$ 7,080 bilhões com a União nos próximos 30 anos se a Câmara dos Deputados aprovar o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 121/2024, já apreciado pelo Senado. Com o refinanciamento proposto pelo texto, a redução no desembolso vai ser de 60%, caindo de R$ 746,2 milhões nos parâmetros atuais para R$ 297,2 milhões no período.

Os cálculos feitos pelo economista Manoel Pires, do Centro de Politica Fiscal e Orçamento Público do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV Ibre), foram apresentados pelo Valor Econômico.

O pesquisador comparou o que os estados pagariam com os encargos da dívida com a União vigentes hoje e as novas regras estipuladas pelo texto.

Hoje, os encargos do débito são calculados utilizando-se o que for mais vantajoso: o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) mais 4% ou a Selic. O PLP aprovado no Senado propõe o IPCA mais 0%.

O pesquisador calculou as dívidas de todos os estados com a União, estimando que o valor de desembolso deve ser reduzido em R$ 48,020 bilhões, caindo de R$ 79,802 bilhões para R$ 31,782 bilhões.

Dessa forma, o valor a ser desembolsado com o pagamento da dívida de R$ 7,080 bilhões (de acordo com dados obtidos pela entidade por meio da Lei de Acesso à Informação) vai ser reduzido em 60%, no caso de Mato Grosso do Sul.

Dos atuais R$ 746,2 milhões estimados pelo pesquisador, o valor cairia para R$ 297,2 milhões. Uma economia para os cofres públicos sul-mato-grossenses de R$ 449 milhões em 30 anos. 

Isso porque o projeto permite o pagamento em 360 parcelas mensais. O Estado pode optar por usar no cálculo o IPCA mais 0 %; IPCA mais 1%; e IPCA mais 2%. Cada um deles têm regras específicas, mas o pesquisador afirma que o IPCA mais 0% vai predominar na escolha dos gestores estaduais.

Atualmente, Mato Grosso do Sul deve R$ 8,897 bilhões, segundo dados do Tesouro Nacional, sendo 84,2% referentes a dívidas com empréstimos e financiamentos internos; 14,6% com instituições internas; 0,6% com precatórios; e 0,7% com demais dívidas (dívida mobiliária, parcelamento e renegociação de dívidas, demais dívidas contratuais e outras dívidas).

Desse montante, R$ 7,080 bilhões são de dívidas com a União, de acordo com informações obtidos pela agência de dados especializada no acesso de informação pública Fiquem Sabendo, por meio da Lei de Acesso à Informação, em maio deste ano. 

Todos os estados e o Distrito Federal têm dívidas com a União. Quatro deles, no entanto, respondem por 89,4% do total dos valores devidos
(R$ 683,86 bilhões de R$ 764,9 bilhões).

MAIS CONDICIONANTES

Em contrapartida ao alívio nas contas, o texto define que os estados terão que entregar à União alguns de seus bens e priorizar mais investimentos em áreas como educação, saneamento e segurança. Também será criado novo fundo federal para compensar os estados menos endividados, segundo a Agência Senado.

O novo programa de refinanciamento de dívidas estaduais proposto pelo governo federal prevê a concessão de um subsídio anual de aproximadamente R$ 48 bilhões. No primeiro ano, o custo para o governo pode chegar a R$ 61,9 bilhões, por conta da transição dos estados que estão no Regime de Recuperação Fiscal (RRF), como Goiás, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, que ainda não aderiram completamente ao programa. Um dos grandes desafios é garantir a inclusão de todos os estados no refinanciamento.

O projeto também prevê uma regra de transição para os estados que estão no RRF, uma vez que muitos deles não estão pagando suas dívidas, como Minas Gerais.

Alguns estados pagam valores muito baixos. Minas Gerais, por exemplo, está coberto por uma liminar do Supremo Tribunal Federal que suspende temporariamente o pagamento da dívida enquanto sua adesão ao regime de recuperação está pendente.

Além disso, o PLP nº 121/2024 impõe limites ao crescimento das despesas dos estados que aderirem ao programa. Se não houver crescimento da receita primária, as despesas poderão aumentar apenas conforme o IPCA. 

Se houver crescimento de receita, mas o resultado primário for negativo ou nulo, as despesas poderão aumentar de acordo com o IPCA mais 50% do crescimento real da receita. Com superavit primário, o aumento das despesas poderá ser conforme o IPCA mais 70% do crescimento real da receita.

Saiba

O PLP nº 121/2024 estabelece a reestruturação das dívidas estaduais em 360 parcelas mensais ao longo de 30 anos. Os estados terão três opções de encargos para escolha: IPCA mais 0%, IPCA mais 1% e IPCA mais 2%. A ideia é que os estados possam aderir a essas condições, pagando suas dívidas com base nos índices vigentes e de acordo com sua capacidade financeira.


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Campo Grande

Prefeitura doa seis terrenos para ampliação de complexo penitenciário da Agepen

Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas Piraputanga, Osasco e Atibaia

06/03/2025 18h00

Divulgação/ Agepen

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A Câmara dos vereadores de Campo Grande aprovou nesta quinta-feira (6), o  Projeto de Lei 11.671/25, que autoriza a doação de seis terrenos públicos à Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) para regularização do complexo penitenciário atual.  Ao todo, foram doados 15,3 mil m², terrenos localizados nas ruas: Piraputanga, Osasco e Atibaia.  

A doação dos imóveis servirá para “regularizar o patrimonio" da Agepen, para que a pasta receba os recursos federais que possibilitem ampliar o complexo penitenciário, o que já está  previsto em ofício.

Os terrenos são adjacentes ao atual complexo, e estão localizados no Jardim Noroeste. As doações serão concretizadas após publicação oficial no Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande). 

No início deste mês o Governo do Estado oficializou a regulamentação dos uniformes da Polícia Penal de Mato Grosso do Sul por meio de decreto oficial. A medida visava a produção da vestimenta, da Agepen reservou um investimento de R$ 2,7 milhões destinados a uniformes e R$ 335,1 mil a distintivos.

A regulamentação estabelece diretrizes para a padronização das vestimentas, distintivos, insígnias e condecorações dos policiais penais, garantindo maior identidade institucional e segurança aos servidores.

Além da identificação visual, o uso do uniforme tem como principais objetivos:

  • proteção dos servidores, funcionando como Equipamento de Proteção Individual (EPI);
  • fortalecimento da identidade institucional da Polícia Penal;
  • facilidade no reconhecimento dos agentes durante o exercício da função;
  • ergonomia e conforto, adaptando-se às condições climáticas e à natureza do trabalho;
  • funcionalidade e utilidade, de acordo com a atividade exercida.

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VEJA VÍDEO

Motoristas que disputaram racha que terminou em morte vão à júri popular em abril

Durante disputa de racha na Avenida Júlio de Castilho, homem bateu carro em poste e passageira morreu, em 2022; Veja vídeo

06/03/2025 17h44

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu

Durante racha, motorista perdeu o controle da direção, bateu em poste e passageira morreu Foto: Naiara Camargo / Arquivo

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William Goes Abbade, 39 anos, e Olliver Richerd Ferreira Siebra, 22 anos, que disputaram um racha que causou a morte de uma jovem de 25 anos, irão a júri popular no dia 3 de abril, a partir da 8h, segundo decisão do juiz Carlos Alberto Garcete de Almeida, da 1ª Vara do Tribunal do Júri.

O caso aconteceu no dia 16 de abril de 2022, na Avenida Júlio de Castilho, em Campo Grande.

De acordo com a sentença de pronúncia, William irá responder por homicídio doloso, tentativa de homicídio, dirigir embriagado e por participar de racha.

Ele dirigia um Ford KA, ocupado por sete pessoas, incluindo ele, onde estava Roberta da Costa Coelho, que morreu após o carro bater contra um poste de energia.

O outro motorista envolvido na disputa automobilística, Olliver, dirigia um Gol e irá responder por participar de racha, omissão de socorro às vítimas e dirigir sem carteira nacional de habilitação (CNH).

O juiz considerou que a materialidade e autoria do crime ficaram comprovadas por meio de laudos periciais e depoimentos de testemunhas durante a fase de instrução do processo.

A sentença de pronúncia saiu em 2023, quando o juiz definiu que os acusados iriam a júri popular. Desde então, houve a interposição de diversos recursos, todos negados.

Olliver aguarda o julgamento em liberdade, enquanto William cumpre prisão domiciliar. O juiz determinou que ele seja escoltado no dia do julgamento.

 

Racha

O acidente ocorreu na madrugada do dia 16 de abril, em trecho da avenida Júlio de Castilho, região do Jardim Panamá.

William Goes Abbade era motorista do Ford Ka que bateu em um poste de energia elétrica.

O carro dele era ocupado por sete pessoas, incluindo ele. Uma das passageiras, Roberta da Costa Coelho, 25, morreu na batida.

Segundo a denúncia, Roberta estava com o namorado em uma tabacaria e, quando decidiram se retirar do local, encontraram um amigo e William bebendo do lado de fora.

Eles passaram a conversar e o motorista ofereceu carona até a casa da jovem, que aceitou. Os quatro entraram no Ford Ka, onde já havia outras três pessoas.

Mesmo tendo bebido, William assumiu a direção e, durante o trajeto, um veículo Gol emparelhou com o Ka e começou a acelerar, iniciando uma disputa de corrida em alta velocidade na avenida.

Além da alta velocidade, os motoristas também furaram sinal vermelhos e o Ford Ka acabou por colidir em um poste de energia elétrica.

Roberta morreu na hora e os demais ocupantes do carro foram socorridos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhados para hospitais da cidade.

O carro estaria trafegando a uma velocidade superior a 100 km por hora na via que permite 50 km por hora.

A polícia identificou a placa do carro que concorria com o Ford e o motorista foi identificado e preso dias depois.

Por serem crimes graves, o motorista do Ford Ka teve a prisão decretada, sendo a mesma substituída por prisão domiciliar posteriormente.

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