Cidades

SEGURANÇA

Metade das mulheres que sofreram violência em MS tinha medida protetiva

Desde 2016, MS contabilizou 531 vítimas de feminicídio, entre tentativas e consumados; dessas, 47% procuraram a Justiça

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Em Mato Grosso do Sul, 531 mulheres foram mortas ou vítimas de tentativa de feminicídio entre 2016 e 11 de julho de 2022. Dessas, 252 chegaram a solicitar medidas protetivas contra seus agressores. O número equivale a 47% do total de mulheres.

Só neste ano, 16 vítimas tinham medidas protetivas. Os dados são do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Embora não seja recorrente, tampouco suficiente para protegê-las – visto que inúmeras mulheres têm medo de denunciar o potencial assassino e acabam voltando para o ambiente hostil e degradante em que estavam sujeitas –, os números são expressivos e demonstram a esperança das vítimas em sair do ciclo de violências.

Um estudo feito pelo Tribunal de Justiça de mato Grosso do Sul (TJMS) apontou que 95% dos crimes de feminicídio cometidos no Estado foram arquitetados e executados por namorados ou ex-companheiros da vítima.

Entre as “justificativas ou razões” que motivaram os crimes, em 56% dos casos, a incapacidade de aceitar o fim do relacionamento ou sentimento de posse sob a companheira apareceram como principais fatores.

Sobre as medidas protetivas, a pesquisa constatou que a maioria das vítimas de feminicídio em Mato Grosso do Sul nunca havia solicitado a decisão cautelar antes do crime.

O levantamento destacou que os objetos mais utilizados pelos agressores são a faca, com taxa de letalidade de até 24%, e a arma de fogo, que pode chagara a 33%.

Sobre o local dos crimes, dados referentes a 2021, também parte do relatório do TJMS, revelam que a taxa de feminicídio na área rural (25%) foi maior que a taxa da população residente na zona rural de Mato Grosso do Sul, quando considerado o censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010, em que a população total do Estado compreendia a 2.449.024 milhões de habitantes. Desse total, 351.786 mil residiam na zona rural.

O estudo foi realizado fundamentado em dados de 2017 a 2021. De acordo com o relatório, foram analisadas 89 ações penais de feminicídio. Desse índice, 61 refentes a crimes cometidos em 2021, 68% dos casos. Sendo 32,6% de forma consumada e 67,4% tentada.

MEDIDA PROTETIVA  

De acordo com a delegada Maíra Pacheco Machado, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Campo Grande (Deam), a medida protetiva possibilita uma maior segurança para as vítimas de violência doméstica e feminicídio.

“A medida é de caráter de urgência e faz parte de um rol de medidas cautelares. Ela atua também como forma de restrição para inibir a aproximação do agressor, que só chega até a mulher se ela permitir. São medidas cautelares expressas na Lei Maria da Penha”, disse.

A lei foi instituída em 9 de março de 2015 e classifica o crime como hediondo. Para a Justiça, assassinatos que envolvem violência doméstica e familiar, menosprezo ou discriminação à condição de mulher pelo simples fato de ser mulher podem ser classificados como feminicídio.

Também são medidas protetivas à mulher e à família da vítima a obrigação do agressor dar pensão alimentícia provisional ou alimentos provisórios; proteção do patrimônio, prisão em flagrante e preventiva do agressor; aumenta em um terço a pena dos crimes de violência doméstica e familiar contra a mulher portadora de deficiência.

Além da obrigatoriedade de acompanhamento multidisciplinar do Estado e município em que a vítima reside.

Uma vez que a lei, apesar de ajudar, não soluciona os problemas enfrentados pelas mulheres no âmbito da violência, visto que a taxa de vítimas que solicitaram a proteção contra os agressores são a metade das ocorrências, no período analisado.

Conforme o relatório do TJMS, das 25 mulheres que solicitaram a medida em 2021, apenas 13 delas tinham as medidas em pleno vigor.

Oito haviam se reaproximado do agressor e em três casos a medida havia sido revogada judicialmente a pedido da vítima.

DELEGACIAS

Entre os 79 municípios de Mato Grosso do Sul, apenas 12 têm delegacias especializadas em atendimento à mulher. Na Capital, o setor responsável é a Deam, que fica na Casa da Mulher Brasileira.

No interior, a delegacia especializada está presente em: Aquidauana, Coxim, Corumbá, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Ponta Porã, Paranaíba e Três Lagoas.

Já em municípios de médio e pequeno porte, cinco têm as chamadas salas lilás, que são espaços diferenciados para atendimento exclusivo a crianças, de 0 a 11 anos, meninas e mulheres em situação de violência física e sexual.

No local, é prestado assistência multidisciplinar, quando recebem atendimento humanizado e específico.

ÓRFÃOS  

Na edição de ontem, o Correio do Estado noticiou que, pelo menos, 17 crianças ficaram órfãs em 2021, em decorrência do assassinato da mãe no Estado. Em Campo grande, segundo a Deam, são oito crianças e adolescentes que ficaram sem mãe por conta do crime de feminicídio neste ano.

Em relação às medidas protetivas, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher acompanhou cinco dos seis casos de feminicídio ocorridos na Capital. 

Deles, apenas uma das vítimas pediu medidas cautelares e protetivas contra o agressor. Entretanto, solicitou a revogação da mesma.

SAIBA

Em 2019, 30 mulheres foram vítimas de feminicídio no Estado. Em 2020, 40. Já em 2021, o número baixou para 36. Em sete meses, Mato Grosso do Sul já contabiliza 28 vidas ceifadas pelo crime.

interior

Entre 'laranjas' e pilotos, outros 16 de quadrilha de MS são denunciados

Grupo de irmão de Dourados alugava pistas de pouso e comprava aviões para viagens únicas e serem destruídos posteriormente, já que lucros do tráfico "bancavam" trocas constantes de aeronaves

22/09/2024 17h05

Ministério Público Federal também requereu o

Ministério Público Federal também requereu o "perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação". Reprodução/PF

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Através do Ministério Público Federal (MPF), outros 16 integrantes, entre laranjas; pilotos e familiares da quadrilha de irmãos douradenses - que recolhiam até dízimo - foram denunciados por pelo menos três tipos de crimes, cometidos ao longo de quase 10 anos enquanto o esquema criminoso se disfarçava no interior do Estado. 

Segundo o MPF em nota, as práticas dos investigados na Operação Sordidum, conforme denúncia, incorrem em pelo menos três tipificações, sendo: organização criminosa; lavagem de dinheiro e uso de documento falso.

Cabe lembrar que há cerca de um mês - ainda em 20 de agosto - 14 integrantes da quadrilha que enquanto recolhia dízimos, traficava cocaína - foram denunciados pelos crimes de: organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. 

Agora, segundo o MPF em nota, constam entre os denunciados desde familiares dos irmãos douradenses, que comandavam esquema com empresas de fachada, até: 

  • “Laranjas”; 
  • Doleiros,
  •  “Funcionários” e 
  • Pilotos de avião

Detalhe para "pilotos" [no plural mesmo], porque, segundo investigações da Polícia Federal, diversas aeronaves eram compradas e usadas apenas uma única vez. 

Conforme a PF, traficando substâncias entorpecentes ilícitas pelos ares, os aviões comprados por um dos denunciados não voltavam do seu destino, já que uma única viagem era suficiente para "bancar" os custos de uma nova aeronave. 

Nesse esquema, a polícia estima que apenas uma única movimentação da quadrilha, para transportar drogas internacionalmente, geravam gastos de R$ 10 milhões ao grupo. 

Com isso, os aviões eram destruídos, com o intuito de apagar os rastros do transporte e dificultar qualquer forma de rastreio, com esses "pilotos" voltando para o Brasil em voos comerciais. 

Ainda, investigações apontam que o modelo mais usado pela quadrilha eram aviões 'King Air', popular entre produtores do "agro", que possuem pelo menos cinco classificações, com velocidades de cruzeiro que alcançam de 574 até 578 km por hora. 

Entre os "king air", há modelos que possuem desde um preciso sistema de navegação e radar meteorológico; até mesmo um com espaço para cargas, comportando até sete passageiros. 

Laços do crime

Considerando até mesmo trabalhar com o conhecido traficante fornecedor, Antônio Joaquim Mota - o popular "Motinha" -, os irmãos Marcel Martins Silva e Valter Ulisses Martins, agiam principalmente no setor envolvendo Mato Grosso do Sul e outros quatro Estados, sendo:

  • Mato Grosso 
  • Pará
  • Bahia e 
  • Paraná 

Porém, o grupo estreitava laços com quadrilha a qual pertenciam doleiros paraguaios, bem como traficantes de demais países situados na América Central, como Honduras e Guatemala, cita o MPF em exemplo. 

Justamente uma tabela de valores, contendo a estrutura de logística do grupo sobre o transporte internacional de drogas, ajudou a polícia a desenhar a teia de trabalhos criminosos da organização. 

Além disso, com "laranjas" assinando a compra dos aviões; pistas de pouso sendo alugadas, aliada a contratação de pilotos, entre outros fatores, esclareceram as investigações da PF quanto aos laços do grupo. 

Atuação e 'último dos fiéis'

Dos demais crimes, investigações mostram que o suposto líder "mergulhou" no personagem e, com documentos falsos, tornou-se um "empresário de sucesso" e até mesmo separou da esposa só para casar com ela mesma tendo, agora, outro nome. 

Uma varredura bancária dessas empresas abertas, analisando os dados desse suposto líder do grupo, apontam que 50 milhões de reais foram movimentados no período de cinco anos, entre 2015 e 2020. 

Marcel Martins Silva era, aos olhos da sociedade, um homem comum: empresário com duas empresas em Dourados; morava em um condomínio de luxo na cidade e frequentava a igreja, onde inclusive atuava recolhendo o dízimo. 

As investigações mostram que, tendo trocado de nome com documentos falsos, o agora denunciado pelo MPF inclusive pediu o próprio divórcio, para novamente se casar com a mesma mulher com a nova identidade. 

Curiosamente, o indivíduo precisou se apresentar junto à Polícia Federal com a documentação falsa para que conseguir seu passaporte. 

Apesar de irmãos, análise do setor policial mostra que nem sempre Marcel e Valter agiam juntos, com o segundo atuando de forma parecida, com documentos falsos, tendo em comum a violência, já que chegaram a discutir torturas e possível morte de desafetos. 

Quando o doleiro do grupo não tinha "disponibilidade financeira", a quadrilha tinha o costume de comprar e vender imóveis, sendo que um dos líderes possui um "considerável patrimônio" tanto no Brasil como no Paraguai, conquistado através dos lucros do tráfico de drogas, segundo o MPF. 

Esquema gigante

Como já citado anteriormente pelo Ministério Público, pelo menos nove empresas estavam envolvidas no esquema: cerca de quatro construtoras; uma transportadora, bem como denúncia contra dona de escritório de contabilidade em Dourados. 

Em matéria ainda no dia das operações "Sordidum e Prime" - 15 de maio deste ano - entre os alvos foram listadas: Referência Incorporadora; Focco Imobiliária; Primeira Linha Acabamentos e Efraim Incorporadora, sendo Marcel o sócio-proprietário dessas duas últimas citadas.

Esse grupo usava até mesmo mergulhadores para inserir a droga nos cascos dos navios que tinham como destino o continente europeu. 

Em complemento, o MPF requer que a quadrilha - principalmente líderes da organização criminosa - paguem indenização milionária por trazerem fragilidade ao sistema financeiro, já que injetavam recursos criminosos na economia local. 

Além de pedir as penalidades legais, o Ministério Público Federal também requereu o "perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação".

 

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curva perigosa

Colisão de carro em guard rail mata meninas de 16 e 18 anos em MS

Veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra a proteção na lateral da pista

22/09/2024 16h29

Colisão entre carro x guard rail na BR-158

Colisão entre carro x guard rail na BR-158 DIVULGAÇÃO

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Meninas de 16 e 18 anos morreram em colisão de um carro de passeio com o guard rail, na madrugada deste domingo (22), no KM-356 da BR-158, entre os municípios de Brasilândia (MS) e Pauliceia (SP), na divisa MS/SP.

Guard rail é uma mureta metálica utilizada como barreira de proteção em estradas e rodovias. Havia quatro pessoas dentro do carro, sendo dois homens e duas mulheres. Os homens fugiram do local sem prestar socorro, conforme as informações iniciais divulgadas pelas autoridades de trânsito.

Colisão entre carro x guard rail na BR-158Lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. Foto: divulgação

Conforme apurado pela mídia local, o veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia, quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra o guard rail. De acordo com populares, o grupo de amigos voltava de Panorama (SP) a Brasilândia, quando houve a colisão.

Com o impacto, as vítimas foram arremessadas contra o painel do carro e morreram na hora. Não se sabe o estado de saúde dos dois rapazes, que supostamente fugiram, já que não havia registro de que tenham sido socorridos pelo algum motorista que tenha passado pelo local.

Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Científica e Pax estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

A lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. O para-brisa frontal e traseiro e vidros laterais foram destruídos.

O corpo da menina de 18 anos será enterrado em Brasilândia (MS) e o corpo da menina de 16 anos será sepultado em Panorama (SP). A Polícia Civil irá investigar as circunstâncias do acidente. 

Por conta da comoção, aulas em escolas públicas de Brasilândia foram suspensas para esta segunda-feira (23). 

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