Cidades

SAÚDE

Câmara alega custo exagerado e quer que prefeitura engavete projeto de "Complexo Hospitalar"

Em pleno período eleitoral, políticos e representantes da saúde divergem sobre valores para financiar construção de hospital; valor mensal de aluguel é R$ 5,3 milhões

Continue lendo...

Políticos, representantes e especialistas da saúde se reuniram em audiência pública na Câmara Municipal de Campo Grande nesta sexta-feira (16), para discutir o Projeto de Lei que prevê a contratação R$ 168 milhões em empréstimos para a criação do Hospital Municipal da Capital

Além do valor, considerado exorbitante por parte de alguns parlamentares, outro motivo para não continuar com a licitação de obra que já está em andamento é a adoçoão do sistema "Built Suit" (BTS), modalidade de contratação onde a empresa especializada constrói o imóvel e posterioremente o aluga. O valor de aluguel gira em torno de R$ 5,3 milhões mensais. 

O projeto inicial já foi aprovado e está parado há 10 anos. A construção do complexo hospitalar foi anunciada em setembro do ano passado e de lá pra cá, alguns parlamentares disseram que são a favor do novo hospital, desde que a implementação seja de maneira cautelosa e com mais estudos sobre os gastos e despesas ao longo do processo. 

"Em 240 meses, teríamos um custo de R$ 1,24 bilhões. O hospital regional de Dourados acabou de ser constuído com 132 leitos, por R$ 165 milhões, e está com tudo montado. Temos que otimizar o orçamento público. A questão de terceirização, da fragmentação... Não existe, temos que otimizar a aplicação dos recursos para otimizar o cuidado, porque se não conseguirmos priorizar o cuidado esse paciente fica sem situação de negligência, de sofrimento e de morte, que poderia ser evitada se tivéssemos uma estrutura completa", explica o superintendente estadual do Ministério da Saúde, Ronaldo Costa.  

Segundo a secretária de Financiamento de Campo Grande, Márcia Helena Hokama, o contrato para prestação de serviços se assemelha à uma contratação de crédito no valor de R$ 268 milhões. A gestora recebeu um ofício enviado pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Carlão (PSDB), que detalha os valores.

"O Tribunal de Contas da União equipara a operação de crédito. Ela não é uma operação onde você vai contratar os empréstimos e vai fazendo o desembolso mensal para construir o hospital, é o contrário. Na modalidade BTS, a obra vai ser construída, entrege e a partir daí, será pago mensalmnete cerca de R$ 5 milhões que totaliza em torno de R$ 60 a R$ 70 milhões, o que represnta 1% do total de nosso orçamento", explica.  

De acordo com a Mesa Diretora do Conselho de Saúde, "foi aprovada a elaboração do projeto que chegou agora no mês de julho, mas não foi aprovado o projeto ainda. Falta detalhamento e o conselho tem que avaliar, porque os critérios são conflitantes", explica o presidente, Sebastião de Campos. 

O impasse entre parlamentares e classe da saúde para iniciar a obra é algo recorrente, sendo essa a 4ª audiência pública para debater o assunto. Conforme o vereador André Luiz (PRD), aprovar um projeto de tamanha magnitude orçamentária em pleno período eleitoral não seria a melhor solução. 

"A lei de responsabilidade fiscal diz o seguinte: 'é vedado ao titular do poder, nos últimos dois quadrimestres do seu mandato contrair obrigação de despesa que não possa ser cumprida integralmente dentro deles ou que tenha parcelas a serem pagas nop exercísio seguinte. Ou seja, em período eleitoral esse valor não poderia ser liberado", deataca o parlamentar.

Prevista para ser implantada no Bairro Chácara Cachoeira, a estrutura terá aproximadamente 15 mil metros quadrados de área construída - Foto: Divulgação/Câmara Municipal 

Quais seriam as vantagens do contrato? 

Os representantes defensores da modalidade BTS, afirmam que a mesma pode trazer diversas vantagens, sendo elas:

  • mais personalização e qualidade;
  • celeridade na construção com expertise e recursos em menor tempo possível; 
  • economia significativa, o município pagará mensalmente;
  • risco reduzido, sendo de responsabilidade da construtora, por eventuais danos;
  • tecnologia de ponta, atendimento mais efeciente e seguro aos pacientes.

Alguns exemplos de instituições que adotaram o sistema BTS para a construção de predios e estruturas, foram citadas durante a audiência, sendo elas a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em Brasília, o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região de São Paulo e o complexo administrativo da prefeitura de Belo Horizonte (MG).

Modelo de Análise dos custos para investimentos na construção 

  • Projetos aquitetônicos e complementares 10.568.020,79
  • Obras e instalações 200.792.395,01
  • Equipamentos e mobiliário 57.287.618,26

Conforme a Prefeitura, o complexo hospitalar de Campo Grande terá capacidade de realizar cerca de 20 mil procedimentos por mês, entre consultas, exames e cirurgias. O empreendimento vai ampliar em 259 o número de leitos na Capital.

O complexo irá reunir atendimento especializado e de diagnóstico, tendo a oferta de procedimentos de cirurgia geral, como hérnia, vesícula, oftalmologia, ortopedia e pediatria, além de exames de ressonância, tomografia, ultrassom, colonoscopia, endoscopias, entre outros.

Pela análise da secretária Municipal de Saúde, Rosana Leite, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza de três a cinco leitos para cada 1000 mil habitantes. Japão e Alemanha, por exemplo, tem média de 13,7 e 8,2 leitos para 1000 habitantes, respectivamente. Nos Estados Unidos a média é de 3 leitos para mil habitantes.

"Atendemos de 2.500 a três mil pacientes por dia. E 10% das pessoas que procuram atendimento médico precisam de internações. O projeto estava aprovado há mais de 10 anos no Plano Municipal de Saúde. Temos um déficit real. Essa necessidade, por si só, já é uma justificativa. Não precisamos ser doutores na área da saúde para saber disso. Hoje, temos mais de 100 pacientes esperando um leito hospitalar. O complexo minimizará bastante essa questão”, afirma.

A audiência foi convocada pela Comissão Permanente de Saúde, composta pelos vereadores Dr. Victor Rocha (presidente), Prof. André Luís (vice-presidente), Dr. Jamal, Tabosa e Dr. Loester.

Para o desembargador Nélio Stábile, do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) e integrante do Comitê do Judiciário para a Saúde, a construção da unidade deve refletir até mesmo no Poder Judiciário.

“Haverá menos judicialização e a população fica melhor atendida. É importante termos mais um hospital, e é importante para todas as áreas da cidade. Não apenas para a população de Campo Grande, mas de todo o Estado”, afirmou.

Atendimentos 

Segundo estimativa da Sesau, serão realizadas mensalmente 1.500 internações, 1.000 cirurgias, 2.500 atendimentos de pronto atendimento, 13.500 consultas médicas e 13.500 exames de imagem. O hospital contará com 259 leitos, sendo 49 de pronto atendimento, 20 leitos CTI (10 pediátricos e 10 adultos) e 190 leitos de enfermaria (60 pediátricos, 60 adultos para homens e 70 adultos para mulheres).

Terá UTI para adultos e pediátrica, 10 salas de cirurgia, 53 consultórios e 19 salas de exame, incluindo audiometria, eletrocardiograma, eletroencefalograma, eletroneuromiografia, ecocardiograma, ergometria, hemodinâmica, mamografia, radiografia, ressonância magnética, tomografia, ultrassonografia, endoscopia e colonoscopia.

Ainda de acordo com a Prefeitura, o HMCG terá quatro pavimentos, sendo um subsolo, térreo, primeiro e segundo andares, além de um centro de diagnósticos, laboratório, guarita, jardim e estacionamento com 225 vagas. No total, o hospital ocupará uma área de 14.914 metros quadrados.

O investimento previsto na construção é de R$ 210 milhões. O mobiliário, incluindo móveis, equipamentos médicos e hospitalares, terá um custo aproximado de R$ 80 milhões de reais. A manutenção de elevadores, jardim, ar condicionado, segurança, dedetização e outros serviços, denominada “facilite”, terá um gasto aproximado de R$ 20 milhões ano e ficará a cargo da empresa que construir o prédio.

Assine o Correio do Estado 

Golpe

Venda de bolsas de luxo vira caso de polícia em MS

Loja que trabalha com a revenda de artigos usados não pagou por uma compra de cinco bolsas, que totalizava R$ 57 mil, e também é alvo de denúncias por não entregar os produtos aos clientes

16/09/2024 12h40

Loja promete peças autenticadas e curadoria especializada, mas não cumpre nem com o pagamento e entrega dos artigos

Loja promete peças autenticadas e curadoria especializada, mas não cumpre nem com o pagamento e entrega dos artigos Reprodução: WhatsApp

Continue Lendo...

A venda de artigos de luxo "second hand", uma forma mais refinada de se referir a itens usados, vem se tornando uma prática comum em todo o mundo. Seguindo a tendência da moda sustentável, muitas pessoas se interessam na compra desses produtos, que algumas vezes chegam a ser exclusivos por já estarem fora do mercado comum.

Uma das lojas que oferece esse tipo de serviço em Campo Grande está sofrendo uma série de denúncias por aplicar golpes em vendedoras e compradoras de bolsas. Com mais de 28 mil seguidores no Instagram, a empresa diz fazer serviço de intermediação de vendas, promete peças autenticadas e uma curadoria especializada, mas na prática não cumpre nem com o pagamento e entrega dos artigos.

Em Boletim de Ocorrência, registrado no dia 1º de abril deste ano, uma das vítimas - uma mulher que reside em Dourados, município distante 230,8 quilômetros de Campo Grande -  relata que em janeiro deste ano vendeu três bolsas de luxo, duas da marca Gucci e uma Chanel, para a proprietária da loja, que será identificada neste material como S.C..

Segundo a vítima, a mulher tinha interesse em comprar as bolsas, e ficou de fazer o pagamento de uma delas no dia 23 daquele mesmo mês, mas até a data do registro policial não havia pagado por nenhuma delas.

Acreditando na boa fé de S.C., a vítima vendeu outras duas bolsas, das marcas Gucci e Chanel, que também não foram pagas. Somados, os produtos tinham valor de R$ 57.600,00.

A vítima tentou cobrar o pagamento várias vezes, e chegou a receber comprovante de uma Transferência Eletrônica Disponível (TED) falsa, no valor de R$ 6.500,00.

No boletim policial consta ainda que a vítima ficou desconfiada da demora em receber o pagamento, e foi pesquisar sobre S.C., momento em que descobriu que havia uma série de processos contra ela, muitos deles ação civil por falta de pagamento e pix falso.

Em conversa exclusiva com o Correio do Estado, uma segunda vítima, que não quis se identificar, contou que comprou uma bolsa no valor de R$ 6 mil em junho deste ano, e que até agora não recebeu o produto ou a devolução do pagamento.

Segundo ela, as compras na loja são feitas através das redes sociais, tanto no Instagram quanto no WhatsApp. No aplicativo de mensagens, existe um grupo que serve como "catálogo" dos artigos de luxo disponíveis.

O pagamento dos produtos pode ser feito à vista ou em parcelas, mas ele só é enviado após o pagamento.

Segundo a vítima, que pretende registrar boletim de ocorrência, S.C. alega que a bolsa vem para Mato Grosso do Sul de outro estado, por isso demora a ser entregue, e "sempre dá uma desculpa".

No "Reclame Aqui" também há denúncia semelhante contra a loja. Essa, feita no dia 15 de fevereiro, por uma cliente que reside em Jaraguá, no estado de Goiás.

Ela relata que comprou duas bolsas no início do ano passado, que nunca foram entregues. Diz ainda que tentou contatar S.C. diversas vezes, mas que a empresária "nunca cumpre" as promessas de pagamento e entrega dos produtos.

Além disso, contou que havia feito uma reclamação anterior no portal Reclame Aqui, e que após a dnúncia, S.C. disse que devolveria o dinheiro e pediu que ela retirasse a reclamação.

"Mesmo fazendo uma confissão de dívida assinado por ela, vencendo em 21/12/2023, ela não cumpriu o pagamento. Sendo assim, tive que fazer uma nova reclamação e entrar na justiça", escreveu a vítima.

Diversos processos

Conforme consta no JusBrasil, S.C. responde diversos processos semelhantes aos casos citados acima. Em um deles, deve R$ 96,1 mil pela compra e não pagamento de bolsas de grife e uma pulseira.

A acusada de estelionato foi procurada pela reportagem, e respondeu apenas que o advogado entraria em contato - o que não aconteceu até o momento de publicação deste material. O espaço segue aberto para posicionamentos.

Assine o Correio do Estado.

OPERAÇÃO PANTANAL

Chuvas trazem alívio temporário para as queimadas no Pantanal

Pancadas de chuva do fim de semana trouxeram um respiro para o bioma, que sofria com a pior estiagem de sua história

16/09/2024 12h05

Incêndio em coxim se alastrou rapidamente devido ao tempo seco no norte do Estado

Incêndio em coxim se alastrou rapidamente devido ao tempo seco no norte do Estado Foto: reprodução

Continue Lendo...

Em meio à seca histórica, uma frente fria com grandes pancadas de chuva trouxe um alívio temporário para as queimadas no Pantanal sul-grossense neste último domingo (15). 

De acordo com o informativo do Governo do Estado sobre a ‘Operação Pantanal’, diversas regiões de Mato Grosso do Sul, incluindo a parte pantaneira, registraram uma diminuição significativa dos focos de fogo devido à intensa precipitação do fim de semana. 

As chuvas elevaram a umidade relativa do ar do bioma em 10%, aliviando os efeitos da pior estiagem dos últimos 70 anos.

Em Corumbá , cidade que há dois dias foi 'engolida' por fumaça tóxica de queimadas no Pantanal, as chuvas atingiram um acumulado de 10mm. Apesar de fraca, as precipitações foram constantes e auxiliaram no combate aos incêndios que cercam a capital pantaneira. No entanto, a situação é mais complexa no norte do estado, onde o clima seco e as altas temperaturas ainda predominam.

Em Coxim, um incêndio em vegetação tomou grande proporção devido às rajadas de vento e tempo seco, condições que fizeram com que o fogo se alastrasse rapidamente. 


Confira:

 

 


Novos incêndios 

Apesar do alívio proporcionado pelas chuvas recentes, a previsão meteorológica indica um aumento gradual das temperaturas nos próximos dias, o que pode reavivar o risco de novas queimadas.

Segundo o Governo do Estado, um efetivo  efetivo de 162 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, divididos em diferentes cidades ainda trabalham no combate às queimadas 

Além destes, a operação ainda conta com o apoio de 27 bombeiros do Rio Grande do Sul e Sergipe, 76 militares da Força Nacional de Segurança Pública e representantes da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro, Força Aérea, polícias Federal e Militar de Mato Grosso do Sul, agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo.

Durante a semana, a meteorologia ainda prevê um aumento gradativo nas temperaturas. Segundo a previsão, os próximos dias devem ser marcados por mais calor em Mato Grosso do Sul.

Depois de um amanhecer mais fresco, os termômetros vão subindo durante a manhã e à tarde, principalmente entre esta segunda-feira e terça-feira (16 e 17).

Assine o Correio Do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).