Diferentemente do que parte da população diz, não existe prazo de 24h para iniciar buscas de desaparecidos, é o que diz o delegado titular da Delegacia Especializada de Homicídios de Mato Grosso do Sul (DEH), Carlos Delano de Souza.
Em coletiva de imprensa desta manhã (20), para apresentar o Relatório Anual de Pessoas Desaparecidas, levantamento da DEH, com números referentes a desaparecimentos registrados em 2022, o delegado esclareceu algumas questões importantes.
Em primeiro lugar, fundamentalmente não há prazo há prazo de vinte e quatro horas, nem de cinco, nem de duas horas, a pessoa deixou de estar presente nos locais onde ela costumava estar, notou-se um risco a sua integridade considerando as condições daquela pessoa, são os familiares e amigos é que vão saber, busque a delegacia de polícia, registre o boletim de ocorrência”, enfatizou Delano.
Ele explica, sobretudo, que não importa se a pessoa aparecer pouco tempo depois, nesse caso a baixa é feita no sistema, o importante é que as equipes policiais saibam do desaparecimento o quanto antes.
“A questão é que com o boletim de ocorrência todo sistema de segurança, toda guarnição da Polícia Militar, toda a equipe da Polícia Civil que está na rua que eventualmente tiver contato com essa pessoa, vai saber que ela está desaparecida, levar até a delegacia e vai ser levada ao contato dos seus familiares”, disse.
Os números levantados mostram que, apenas em 2022, foram registrados no Estado 1833 desaparecimentos, entre crianças, adolescentes, adultos e idosos.
Enquanto o total de registros de pessoas desaparecidas desde 2006, período em que o sistema foi criado, é de 10.842 desaparecidos em MS.
Já com relação ao número de pessoas encontradas, os registros mostram que foram localizadas, ainda no mesmo ano, 733 pessoas desaparecidas em 2022.
Do montante de pessoas desaparecidas desde 2006, somando-se com as 733, foram localizadas 1202, todas no ano passado.
Segundo Delano, 95% dos desaparecidos costumam ser encontrados nos primeiros 10 dias após sumirem.
Causas
Das causas dos desaparecimentos, apuradas em 2022, percebe-se que 51,80% são involuntários, ou seja, muitas vezes relacionados a pessoas sem todas as capacidades mentais de se cuidar.
Em sequência, o segundo maior motivo de desaparecimentos é o considerado voluntário (46,80%), seguido de desaparecimento civil e criminoso (ambos 0,70%).
Cuidados
Segundo o delegado, não há muito o que se possa fazer para evitar o desaparecimento.
“Os números não são alarmantes, mas o que a gente deixa bem claro é que por mais que nem sempre o desaparecimento seja um problema de segurança pública, ele é sempre potencialmente um risco à segurança da pessoa desaparecida”, explica.
Desse modo, o desaparecimentos sempre será apurado dentro do possível para que a pessoa volte ao convívio dos seus familiares em segurança”, finaliza.




