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Novas ações da Petrobras na Bolsa podem inflar o real

Novas ações da Petrobras na Bolsa podem inflar o real

Redação

12/09/2010 - 07h45
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        A operação de capitalização da Petrobras deverá trazer reflexos para o câmbio, na avaliação de analistas financeiros ouvidos pelo G1. Com a entrada de mais capital no país, o mercado poderá observar uma pressão para baixo, fazendo com que o real se valorize ainda mais diante do dólar.

        "Deveremos ver o fortalecimento do real com a chegada de investimentos de fora", diz o professor do Insper (ex-Ibmec), Otto Nogami.

        A oferta de ações para capitalização da Petrobras está marcada para o dia 24 deste mês. Com a operação, a empresa pode arrecadar até R$ 130 bilhões no mercado, que vão contribuir para fechar uma conta de R$ 220 bilhões de investimentos estimados nos próximos cinco anos.

        A tendência de apreciação do dólar deverá ser acentuada ao longo deste mês, segundo o economista da LCA Consultores Homero Guizzo. "Até o início de outubro, com a entrada de recursos no país, o movimento de valorização será mantido", disse.

        No entanto, de acordo com o especialista, essa apreciação da divisa brasileira ocorreria de qualquer forma, ainda que não houvesse a capitalização da Petrobras. "Isso [valorização] aconteceria de qualquer forma. A capitalização apenas acelerou essa apreciação. Há fatores que fazem com que essa valorização exista bem antes da Petrobras anunciar que faria a capitalização. No Brasil, os juros reais são uns dos mais altos entre países emergentes, o retorno sobre o capital é elevado e o preço das exportações sobre as importações nunca esteve tão alto", comentou.

        Para os analistas, essa valorização da moeda nacional pode ser prejudicial para o mercado. "Certamente haverá uma pressão para baixo do dólar, o que pode ser prejudicial para o mercado como um todo", disse o  professor de Mercado Financeiro e de Economia da Trevisan Escola de Negócios, Alcides Domingues Leite Junior. Segundo o especialista, a volatilidade de dólares é negativa para, por exemplo, empresas que importam ou exportam, afetando, inclusive, seu planejamento.

        Já para o consultor Miguel Daoud, da Global Financial Advisor, o impacto da capitalização não deverá ser tão significativo no câmbio, já que, conforme sua avaliação, a valorização do real se dá por especulação. Para Daoud, há a certeza, por parte dos investidores, de que o governo não permitirá a desvalorização do real.

        "Boa parte da demanda interna é suprida pelas importações. Se o dólar sobe muito, e o real fica desvalorizado, os produtos ficam mais caros, mais escassos e surge a inflação, acabando com o modelo atual de crescimento do país", afirmou Daoud.

        Diante do volume negociado no mercado futuro, a capitalização torna-se pequena, segundo o consultor. "Até hoje, na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), já foram negociados mais de US$ 2,2 trilhões no mercado futuro. Sendo assim, a entrada física da capitalização da Petrobras não representa nada perto desse volume", disse.

        As perspectivas de impacto pouco significativo no câmbio também são compartilhadas pelo consultor financeiro Mauro Calil. Para o especialista, deverão ser observadas pressões positvas para o real e negativas para o dólar. "Mas não é isso [a capitalização] que vai afetar o fator macroeconômico 'câmbio'. É apenas um reflexo", afirmou.

        O que diz o governo
        Diante da valorização do real em relação ao dólar, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse na última quinta-feira (9) que o governo adotará as medidas necessárias para conter a alta excessiva da moeda nacional, sem adiantar, no entanto, quais serão essas providências.

        "Vamos tomar as medidas necessárias para impedir uma valorização excessiva ou indevida do real", disse o ministro, durante palestra em Pernambuco. Para o ministro, o processo de capitalização da Petrobras, que atrai grande volume de investimento externo, poderá ser o maior responsável pela valorização do real. Na ocasião, ele comentou que o momento é de observação e que, com o fim da operação da Petrobras, o quadro poderá se alterar.

        No ano, até dia 10 de setembro, o dólar acumula queda de 1,32%.

        De acordo com o Banco Central, no acumulado do ano até 3 de setembro houve maior ingresso de divisas no Brasil do que retirada de recursos. Nesse período, a entrada líquida de dólares (acima das retiradas) somou US$ 3,07 bilhões. No mesmo período do ano passado, o ingresso de recursos foi maior: US$ 6,07 bilhões.

        Na Bolsa de Valores
        A capitalização da Petrobras terá impactos diferentes no valor dos papeis da empresa, na opinião dos especialistas consultados pelo G1. Enquanto uns acreditam que as ações deverão apresentar valorização, outros afirmam que a incipiência da exploração e do possível retorno do pré-sal poderá torná-las pouco atrativas.

        No acumulado em 2010, até o dia 8 de setembro, a desvalorização das ações ordinárias da Petrobras (com direito a voto) era de 22%, enquanto a das preferenciais era de 22,5%, segundo levantamento da Consultoria Economática.

        Para Carlos Daniel Coradi, da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores, as ações da Petrobras são um bom investimento e acabarão sendo ainda mais com o pré-sal. "Há expectativa de valorização, não como há dois ou três anos, mas haverá valorização". A orientação do consultor é que o investidor respeite a regra de "comprar ações na baixa e vender na alta. "É preciso ter sangue frio", disse. 

        Mas a falta de previsibilidade para os próximos anos, quanto à eficiência da exploração dos recursos do pré-sal, poderá ser um entrave à valorização dos papeis da Petrobras. "Não se sabe se esse petróleo é fácil de se extrair, qual será o preço nos próximos dez anos. Eu, particularmente, como investidor, não compraria ações", disse Miguel Daoud. 

        Para Nogami, o papel tende a se valorizar, ainda que admita que o retorno de todos os investimentos no setor não seja garantido.

        Para não ser surpreendido com a instabilidade das operações, a saída pode ser a diversificação da carteira do investidor. "Acho que o investidor tem de continuar apostando na Petrobras. No entanto, a orientação é que o investidor não tenha apenas uma empresa em sua carteira, mas várias", disse Milton Calil.

        Como será a capitalização
        O objetivo da operação da Petrobras é arrecadar dinheiro para financiar seu plano de exploração das reservas de petróleo descobertas na região do pré-sal. No seu plano de negócios de cinco anos, de 2010 a 2014, estão previstos gastos de US$ 224 bilhões.
        

        Três perfis de pequeno investidor poderão participar da operação: quem já comprou no passado ações da estatal com o FGTS, os que já adquiriram ações com dinheiro próprio e quem ainda não é acionista.

        O período de reserva da oferta prioritária e da oferta de varejo terá início em 13 de setembro.

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Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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