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Obra que poderia amenizar o impacto da chuva no Chácara dos Poderes não começou

Licitação de R$ 9,4 milhões foi vencida pela empresa Relevo Engenharia em agosto do ano passado, mas segue no papel

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Em agosto do ano passado, a empresa Relevo Engenharia Eireli venceu a licitação para fazer ações de controle de erosão e drenagem nos bairros Chácara dos Poderes e Jardim Noroeste.

As intervenções estavam avaliadas em R$ 9.406.691,60. No entanto, as obras que poderiam ter ajudado a evitar os estragos do fim de semana na região não tiveram início. 

De acordo com a prefeitura, o projeto prevê a implantação de 4 km de drenagem, dois piscinões com capacidade para reter 10 milhões de litros de água e 1,4 km de asfalto, da Rua Urupês, no Jardim Noroeste, até a Estrada EW-1, um dos acessos ao Chácara dos Poderes, que também teria um trecho asfaltado. 

Esse pacote de obras visava também ajudar na recuperação do Córrego Pedregulho, que está passando por processo de assoreamento que, segundo a prefeitura, foi agravado pela construção de 900 casas populares no Bairro Noroeste, há aproximadamente 10 anos. 

Entretanto, segundo o presidente da Associação de Moradores do Bairro Chácara dos Poderes, o arquiteto Rubens Costa, não são apenas os sedimentos vindos do Bairro Noroeste que têm colaborado com o assoreamento do córrego, a construção de novos condomínios de luxo próximo ao local e a ação da prefeitura também têm ajudado nesse processo. 

“Toda vez que acontece isso [estragos], tem acontecido nos últimos anos, a prefeitura, através da ALS, que é essa empresa que presta serviço ao município, vai lá e joga caminhões de areia. E vem a próxima chuva, abre de novo esse buracão e toda essa areia vai assoreando o córrego”, comentou o presidente do bairro. 

Outro morador do Chácara dos Poderes, que não quis se identificar, relatou que essa situação era uma “tragédia anunciada” e que residentes do local já haviam alertado a prefeitura da possibilidade da abertura de crateras nas vias, como ocorreu no sábado, na Estrada SE-1, deixando os moradores com apenas uma alternativa de rota. 

Neste domingo, agentes de trânsito relataram ao Correio do Estado que moradores e visitantes estavam desrespeitando as interdições no local. A reportagem esteve na estrada em que a cratera se abriu e ouviu motoristas que tentavam usar a via interditada, pois afirmavam não conhecer outra rota. 

Foi apenas na manhã de ontem que os maquinários da prefeitura foram avistados no local. Segundo o Executivo municipal, as obras começaram nas estradas SE-1, atingida pela cratera, e NE-2. 

Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Campo Grande não respondeu sobre iniciativas de asfaltamento da região e a respeito dos custos e da duração das obras de reparo, em função da cratera na Estrada SE-1. 

A empresa Relevo Engenharia também não respondeu a reportagem sobre as obras nos bairros Chácara dos Poderes e Jardim Noroeste. 

TRAGÉDIA ANUNCIADA 

O presidente do bairro informou ainda que os moradores do Chácara dos Poderes estão tentando há décadas com a prefeitura melhorias no local. Além de obras de infraestrutura, como asfalto, também reclamam da falta de outros serviços. 

“Nós pagamos IPTU e preservamos a última mancha de Cerrado dentro do ambiente urbano de Campo Grande. Não temos educação, não temos escolas, não temos transporte público. Idosos, crianças e gestantes andam quilômetros até a Uniderp Agrárias para conseguir ter acesso ao transporte público. Nossas áreas públicas estão todas invadidas, ocupadas e, efetivamente, não conseguimos mobilizar o poder público por esses direitos coletivos”, disse Costa.

Em relação à infraestrutura, Rubens Costa informou que, na semana passada, três reuniões foram canceladas com a Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep). 

Além disso, o arquiteto relatou também que o Tribunal de Justiça do Estado condenou a prefeitura, por meio de uma ação do Ministério Público, a fazer obras de drenagem e recuperação do Córrego Pedregulho e das matas ciliares. Porém, o Executivo municipal recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), alegando falta de recursos, e aguarda decisão. 

“No caso de o município perder, ele ainda pode ir pro STF. Isso é uma vergonha, um município que deveria zelar pela questão dos direitos difusos, porque meio ambiente é um direito da coletividade, em vez de realizar logo essa obra, fica adiando e indo a esferas superiores para não fazer o serviço que deveria fazer”, apontou o presidente da associação. 

Chácara dos Poderes é um loteamento com 950 hectares, dividido em 1.500 chácaras, localizado em uma área de interesse ambiental, na zona oeste da cidade. 

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CAMPO GRANDE

Fefecomércio lamenta prejuízo e culpa Consórcio e Prefeitura por greve de ônibus

Com transporte coletivo servindo mais de 100 mil passageiros por dia, impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho

16/12/2025 10h10

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas,

greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, Marcelo Victor/Correio do Estado

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Diante de um cenário de greve em Campo Grande, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Mato Grosso do Sul emitiu uma nota nesta terça-feira (16) em que lamenta o prejuízo, alegando que a falta de ônibus afeta a população de inúmeras formas, e colocando a culpa dessa paralisação sobre o Consórcio Guaicurus e a Prefeitura da Capital. 

Essa greve do transporte coletivo na Cidade Morena, que entra em seu segundo dia nesta terça-feira (16), já é a maior das últimas três décadas, desde que os ônibus ficaram parados por três dias em 1994, sendo que a atual paralisação reivindica: 

  • Pagamento do 5º dia útil, que deveria ter sido depositado em 5 de dezembro – foi depositado apenas 50% - está atrasado
  • Pagamento da segunda parcela do 13º salário – vai vencer em 20 de dezembro
  • Pagamento do vale (adiantamento) – vai vencer em 20 de dezembro

Em nota, a Fecomércio chama atenção para os reflexos da paralisação em pleno período que antecede as celebrações de fim de ano, bem pontuada como a época anual de maior movimentação econômica, em um cenário classificado como "de grave crise" e com prejuízos que se alastram por toda a comunidade. 

Para a Federação, uma vez que o transporte coletivo de Campo Grande serve um número acima de 100 mil passageiros por dia, os impactos são imediatos e abrangentes, indo além de afetar inclusive milhares de funcionários impedidos de chegar aos seus locais de trabalho. 

"Resultando em faltas, redução da produtividade e perdas salariais. Para muitos, a ausência de ônibus significa a impossibilidade de manter o emprego, afetando o sustento de suas famílias", cita.

Além disso, o texto não deixa de destacar o quanto o período que antecede o Natal é crucial para o comércio de Campo Grande, com a própria dificuldade no deslocamento em si sendo responsável por derrubar o fluxo de possíveis consumidores. 

Para a Fecomércio, a falta de ônibus na Cidade Morena impacta ainda o custo de vida diante do "aumento exorbitante nos preços das corridas por aplicativos e táxis", que aumentam os gastos não somente para quem vai às compras, mas para qualquer família que necessite de deslocamento para atendimento em postos de saúde e hospitais, por exemplo. 

Culpa de quem? 

Em complemento, o texto que mede os impactos da greve lista ainda o que a Fecomércio-MS cita como atores responsáveis por levar ao colapso do sistema por não cumprirem com seus deveres. 

Segundo a Federação, o Consórcio Guaicurus por um lado atribui parte de seus problemas à falta de repasses da Prefeitura de Campo Grande, o que faz a concessionária passar por uma crise financeira e dificuldades em obter crédito 

"No entanto, o atraso sistemático no pagamento dos trabalhadores, em um serviço público essencial, demonstra uma falha grave de gestão e compromisso", diz o texto. 

Para a Fecomercio, o segundo responsável seria justamente o poder concedente, nesse caso quem é responsável pelo município: a Prefeitura, que afirma estar em dia com os repasses e critica a falta de comunicação formal sobre a greve. 

"Contudo, a crise do transporte coletivo não é um evento isolado, e a omissão na fiscalização rigorosa do contrato de concessão, ou na busca por soluções preventivas para problemas administrativos alertados na Câmara Municipal, torna o poder público co-responsável pelo caos instalado". 

Por fim, a Federação lembra o atual momento "sensível para a economia e para a vida social da Capital", dizendo ser inadmissível que a população seja penalizada pela falta de atitude e descumprimento de obrigações básicas por parte do Consórcio e pela falta de ação efetiva do poder Executivo. 

"Exigimos uma solução imediata e definitiva para que o serviço seja restabelecido com urgência, garantindo os direitos dos trabalhadores e a mobilidade da população, a fim de minimizar os danos causados por esta crise de gestão e responsabilidade".
**(Colaborou Naiara Camargo)

 

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TRÁFICO DE DROGAS

PRF prende suspeito em flagrante em Operação Duplicis no interior do Estado

Combate ao tráfico de drogas, Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão, e prende investigado em flagrante

16/12/2025 09h35

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas Divulgação/PRF

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Na manhã desta terça-feira (16), a Polícia Federal deflagrou a Operação Duplicis, e cumpriu sete mandados de busca e apreensão, por tráfico de cocaína em duas cidades do interior do Estado.

Com objetivo de combater o tráfico de drogas em Mato Grosso do Sul, a ação aconteceu em Corumbá e em Miranda, cidades a 426 quilômetros e a 207 quilômetros de Campo Grande respectivamente.

A ação iniciou quando um investigado foi preso em flagrante na BR-262, que seguia de Corumbá para a Capital sul-mato-grossense. Na ocasião, a droga encontrada com o suspeito seria distribuída em Miranda, que fica entre o trajeto Corumbá-Campo Grande.

Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão em Operação de combate ao tráfico de drogas

Então, com as investigações e apuração do caso, a PRF pôde identificar outros suspeitos envolvidos no esquema criminoso.

Entre os sete criminosos, um deles estava escondendo tabletes de cocaína em sua casa, e foi preso em flagrante após a polícia bater em sua porta e encontrar os pacotes de droga armazenados.

Os mandados foram expedidos devido às provas coletadas na investigação, que identificou também os eventuais fornecedores dos entorpecentes que estavam vindo do outro município.

A Polícia Federal levou a droga apreendida para ser periciada e analisada. Quanto aos investigados, os sete poderão responder pelo crime de tráfico de drogas, que tem pena base de 5 a 15 anos, além de multa, a depender do agravamento de cada caso.

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