Da redação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma estar preocupada com a alta taxa de jovens adultos que não sobrevivem ao vírus H1N1 e aponta que sua taxa de disseminação é quatro vezes mais veloz aos demais.
As conclusões são da diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, em entrevista publicada neste fim de semana no jornal francês "Le Monde". "O vírus viaja em uma rapidez inacreditável, quase jamais vista", disse. Segundo ela, 30% da população de países com alta taxa de urbanização devem ser afetados e 40% dos mortos são jovens adultos.
"60% dos casos de morte ocorreram com pessoas com algum problema de saúde. Mas isso significa que 40% eram pessoas em boas condições e jovens que morrem de uma febre viral em cinco a sete dias", disse. "Isso é a questão mais preocupante", disse.
A potência do vírus em se propagar também é algo que chama a atenção da OMS."Em seis semanas, viaja uma distância que outros levariam seis meses", afirmou. A OMS já indicou que o H1N1 é o vírus hoje predominante entre os vírus da gripe no mundo.
Chan ainda está preocupada com o fato de que o número elevado de casos em alguns países vem sobrecarregando o sistema de saúde público. Para ele, os recursos para os pacientes de câncer não podem ser reduzidos. "Não podemos roubar Pedro para pagar Paulo. Os governos precisam estar preparados para o pior", disse.
Na última conta publicada pela OMS, 2,1 mil pessoas haviam morrido já da gripe. Mais de 209 mil casos de infecções já foram oficialmente registrados.
Para Chan, ainda levará meses antes que uma vacina chegue às populações mais carentes. Segundo ela, a capacidade de produção de vacinas no mundo será de 900 milhões de doses por ano para uma população mundial de 6,8 bilhões de pessoas.
Ela também insiste que a qualidade da vacina não pode ser colocada em segundo plano, mesmo diante da urgência do produto.
Os primeiros lotes da vacina contra a gripe suína foram entregues aos governos da França e o Reino Unido na semana passada. Os franceses podem começar uma campanha nacional de vacinação gratuita a partir do dia 28 de setembro. Mas o governo, por enquanto, admite que o número de vacinas é baixo.
A OMS alerta que o número de casos da gripe suína deve voltar a crescer de forma importante na Europa e Estados Unidos a partir de outubro, quando temperaturas mais frias chegarão nessas regiões do mundo. O vírus H1N1, assim como a gripe sazonal, sofre uma maior disseminação no inverno. A advertência da agência de Saúde da ONU é de que a Europa e Estados Unidos podem ter meses difíceis se a vacina não chegar.
A estratégia de governos em todo o mundo, portanto, é de acelerar as compras e produção de vacina para que o produto esteja disponível antes da chegada do inverno. A União Europeia divulgou uma recomendação para mulheres grávidas, médicos e enfermeiras e pessoas com doenças respiratórias sejam as primeiras a serem vacinadas. Mas cada governo europeu vai implementar uma estratégia diferente. (informações do Terra)