Começou a circular nesta quinta-feira (17), em Campo Grande, um ônibus do transporte coletivo movido a gás natural. O veículo está de volta à cidade para uma nova fase de testes, que vai durar 30 dias, com o objetivo de avaliar se ele pode fazer parte da frota regular de forma definitiva.
A iniciativa é da Prefeitura de Campo Grande, em parceria com o Governo do Estado, MSGás e Consórcio Guaicurus, empresa que opera o transporte coletivo na Capital e já havia sido antecipada pelo Correio do Estado.
A ideia é buscar alternativas mais econômicas e sustentáveis para os ônibus que circulam diariamente pela cidade.
Durante esse período, o ônibus vai rodar em linhas reais e será acompanhado de perto por técnicos, que vão analisar dados como o consumo de combustível, conforto dos passageiros, emissão de poluentes e até a opinião de quem utiliza o serviço.
“Esses testes são importantes para a gente oferecer um transporte melhor para a população. A prefeita Adriane Lopes nos pediu para olhar primeiro para o que é bom para o usuário, e é isso que estamos fazendo”, afirmou Andrea Figueiredo, diretora-adjunta da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).
Mesmo sendo mais caro que os modelos a diesel – cerca de R$400 mil a mais –, o presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveira, acredita que vale a pena estudar a possibilidade de compra. “Campo Grande tem um diferencial, que é o gasoduto já instalado. A MSGás consegue fornecer o gás necessário, o que pode facilitar a adoção dessa tecnologia”, explicou no dia 07 de julho.
O modelo em teste é da marca Scania, com capacidade para 44 passageiros, ar-condicionado e câmbio automático. O mesmo tipo de veículo já foi testado em cidades como São Paulo, Curitiba e Recife. Em Campo Grande, ele circulou pela primeira vez em outubro do ano passado, mas por apenas uma semana. Agora, com um tempo maior de teste, será possível ter uma avaliação mais completa.
Para a CEO da MSGás, Cristiane Schmidt, essa é uma chance de modernizar o transporte e melhorar a qualidade do ar na cidade. “Apostamos muito nessa parceria. O gás natural e o biometano trazem muitos benefícios e podem ser uma solução para reduzir a poluição e melhorar a vida das pessoas”, disse.
Com os resultados desse novo teste, a Prefeitura e os parceiros vão decidir se vale a pena ampliar o uso desse tipo de ônibus na cidade.
FROTA
A aquisação do ônibus movidos a gás natural pode ser uma das alternativas para renovação de alguns veículos, que conforme expôs a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo, estão acima do limite prudencial de uso.
A frota de ônibus do Consórcio Guaicurus é composta por 460 veículos. Desses, cerca de 412 transitam pela cidade e 48 ficam na garagem como reservas, a serem utilizados caso haja necessidade de substituição.
Quando esteve na CPI do transporte público, o atual diretor-presidente do Consórcio Guaicurus, Themis de Oliveiraao ser questionado sobre a troca de 97 ônibus ordenada pela Prefeitura de Campo Grande, disse que o consórcio não pretende comprar novos ônibus porque não teria condições para realizar um financiamento.
Ele também declarou que a compra de novos ônibus “não resolve o problema do transporte público”. “Ônibus novo é bom, mas, sem o término das obras dos corredores, não adianta”, concluiu o diretor-presidente da concessionária.



