Cidades

Radiação

ONU diz que Fukushima não pode ser comparada a Tchernobil

ONU diz que Fukushima não pode ser comparada a Tchernobil

Folha e agências

12/04/2011 - 22h40
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A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou nesta terça-feira que a decisão do Japão de elevar ao nível máximo a gravidade do acidente nuclear na usina de Fukushima Daiichi não significa que a crise é comparável ao desastre de Tchernobil, em 1986.

"Esse é um acidente totalmente diferente", Denis Flory, funcionário da agência nuclear da ONU, em entrevista coletiva. Ele informou que a quantidade de radiação que vazou de Tchernobil era muito maior.

O próprio governo japonês ressaltou, ao elevar a gravidade do desastre de 5 para 7 na escala INES, mesma do desastre de Tchernobil, que o volume de emissões radioativas equivalem a cerca de 10% do registrado na usina da Ucrânia.

Flory disse ainda que, apesar da situação ser "muito séria", há sinais de recuperação em algumas funções como a restauração da energia elétrica e a instrumentação da usina de Fukushima Daiichi.

Ele defendeu ainda a decisão do Japão de aumentar a gravidade apenas um mês após o terremoto e tsunami do dia 11 de março, que devastou o nordeste do país e danificou o sistema de resfriamento de parte dos reatores da usina. Segundo Flory, isso não significa que o Japão está diminuindo a gravidade do acidente nuclear.

Flory ressaltou que as medidas como retirada de moradores dos arredores, os alertas de radiação, as tentativas de conter vazamentos na usina e outras formas de resposta à crise refletem o reconhecimento do governo japonês, desde o princípio, da importância do acidente nuclear.

"O fato deles terem colocado um novo número não muda a avaliação que eles tinham da seriedade do acidente", disse Flory aos repórteres em Viena. "Eles não esperaram a mudança na escala para adotar todas as medidas".

De acordo com informações divulgadas pelo governo japonês, a mudança de decisão foi baseada na constatação da quantidade de radiação que vazou dos reatores da usina nuclear de Fukushima no momento do acidente.

Dados apontam que cerca de 10 mil terabecquerels de radiação vazaram ao meio ambiente por hora durante diversas horas em meio ao auge do desastre, no dia 11 de março. Dias depois, o nível do vazamento caiu para 1 terabecquerel por hora.

Um terabecquerel equivale a um trilhão de becquerels, a medida usada no setor.

Flory afirmou que apenas agora o Japão pode avaliar de maneira correta a quantidade de radiação liberada em Fukushima. Ele desconversou, contudo, quando questionado se seria possível que a radiação, no fim das contas, ultrapassasse os índices vistos em Tchernobil.

TCHERNOBIL

O acidente da usina nuclear de Tchernobil, norte da Ucrânia, em 1986, é considerado o pior da história. A explosão foi de nível 7, o topo da classificação da Escala Internacional de Eventos Nucleares e Radiológicos.

A usina de Tchernobil, construída pela antiga União Soviética na década de 1970, explodiu durante um teste de segurança.

A explosão de um reator liberou uma grande quantidade de material radioativo no solo e na atmosfera. Ao menos 50 pessoas morreram imediatamente, e houve aproximadamente 4.000 casos de câncer provocados pela radiação.

As autoridades soviéticas tentaram "abafar" o estrago, o que aumentou a contaminação. O acidente fez com que o mundo passasse a questionar o uso da energia nuclear.

CAMPO GRANDE

Cavalos invadem avenida e são recolhidos no Terminal Guaicurus

Manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais

22/12/2025 08h45

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos. Reprodução

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Uma cena inusitada chamou atenção, na madrugada desta segunda-feira (22), em Campo Grande: seis cavalos foram recolhidos para dentro do Terminal Guaicurus após serem flagrados perambulando pela região.

Conforme apurado pela reportagem, a manada estava vagueando pela avenida Guaicurus, em pleno trânsito, no meio dos carros, apresentando risco tanto para os motoristas quanto para os animais.

Em seguida, o Corpo de Bombeiros (CBMMS) flagrou a tropa andando pela pista e resolveu recolhê-los para dentro do Terminal Guaicurus, com o objetivo de mantê-los em segurança e resguardar a vida da população.

A manada permaneceu abrigada no Terminal por algumas horas, até a chegada dos donos dos bichos.

Os bombeiros acionaram o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), mas, o órgão não possui plantão noturno. Também acionaram a Polícia Militar Ambiental (PMA), mas, de acordo com a PMA, só é possível atender animais silvestres.

Logo em seguida, o dono dos animais foi localizado. Ele afirmou aos bombeiros que a porteira ficou aberta e por isso os animais fugira. Com isso, os militares conduziram o animal até o local de origem.

 

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GRUPO CARIOCA

Facção de Peixão está infiltrada no crime organizado em MS

Chefão do Terceiro Comando Puro que levava família para a Bolívia e foi interceptado pela PRF no Estado já se "instalou" em áreas de Mato Grosso do Sul

22/12/2025 08h40

Facção criminosa do Rio de Janeiro que faz frente ao Comando Vermelho estaria na fronteira de MS

Facção criminosa do Rio de Janeiro que faz frente ao Comando Vermelho estaria na fronteira de MS Rodolfo César

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De forma nacional, três facções criminosas estão com atuação direta no Brasil e o poder emergente identificado como Terceiro Comando Puro (TCP) passou a agir em Mato Grosso do Sul, onde estão rotas para o tráfico de drogas e de armas envolvendo conexões na Bolívia e no Paraguai.

Identificado como líder desse grupo criminoso, Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, foi investigado sob suspeita de estar a caminho do Estado para alcançar a Bolívia e fugir da Justiça.

Ele estaria com toda a família, em dois carros, que chegaram a ser parados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) neste mês, mas o criminoso não foi localizado.

A abordagem aos familiares do criminoso ocorreu perto de Campo Grande, já na BR-262, no dia 8. Dentro do carro estavam joias e dinheiro. O valor do material apreendido não foi divulgado, mas foi classificado como uma pequena fortuna que era transportada pela esposa, três filhos e um sobrinho de Peixão.

As joias, por exemplo, eram personalizadas e remetiam a sinais usados por Peixão e sinais do “Complexo de Israel”, território hoje invadido pelo TCP.

Os motoristas que estavam nos veículos tinham sido contratados na Bolívia para levar os familiares do criminoso até o país vizinho passando por Campo Grande e Corumbá.

Esse caso, que envolveu um trabalho da Polícia Civil do Rio de Janeiro e a PRF em Mato Grosso do Sul, apresenta indícios de como Peixão já estaria com canais construídos em Mato Grosso do Sul, bem como na Bolívia. 

Há outros elementos, mais concretos, que identificaram que o TCP é uma facção criminosa que passou a agir no Estado. A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) elabora relatório estratégico neste ano que identifica a presença do Terceiro Comando Puro não só em MS, como também no Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre e Rio Grande do Sul.

A “nacionalização” dessa facção vem ocorrendo, principalmente, para ocupar espaços que antes eram ocupados pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Contudo, a facção paulista está direcionando suas ações para operações internacionais e deixando territórios “livres” para serem invadidos por outros grupos.

Sobre esse relatório, que só será finalizado no começo de 2026, pontos de alerta foram informados pelo coordenador-geral de Análise de Conjuntura Nacional da Abin, Pedro de Souza Mesquita.

“Existe um terceiro ponto, que não tem sido tão retratado, que é a ascensão de um terceiro polo de poder, (...) Terceiro Comando Puro, do Rio de Janeiro. Eles replicaram o método do Comando Vermelho ocupando espaços em que o PCC era predominante e hoje não é mais, porque [PCC] estão olhando mais para fora [do Brasil]. O avanço do Terceiro Comando Puro está no Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul”, explicou Mesquita, durante a 6ª reunião de Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência, do Congresso Nacional. O evento ocorreu em 5 de novembro.

Diante desse contexto do crime organizado em Mato Grosso do Sul, um precedente que se cria é uma possibilidade de escalada da violência por conta de disputa para se ter o domínio do território, possível briga do TCP com o Comando Vermelho – também presente no Estado – e características de atividades criminosas mais presentes na realidade do Rio de Janeiro, como milícias e transversalidade de delitos.

Conforme Mesquita, o TCP está dando sinais de um processo de nacionalização para fazer frente ao Comando Vermelho.

“Eles estão oferecendo uma resistência ao Comando Vermelho, oferecendo uma rede de fornecimento de fuzis, uma rede de fornecimento de drogas e uma rede de homiziado [abrigo para fugitivos] em comunidades do Rio de Janeiro. O que mais nos preocupa é que estamos vendo um processo de nacionalização de uma lógica fluminense”, disse.

No relatório em construção da Abin, em todo o País existem 31 grupos criminosos identificados. Destes, o PCC, o CV e o TCP estão com conexões para atuar de forma nacional.

“Por exemplo, no caso que envolve gasolina, um cidadão que resolvia comprar um posto ou mais de um, hoje tem que competir com alguém que bate à porta dele e quer comprar o posto dele apontando uma arma e usando a lavagem de dinheiro para financiar a compra do combustível”, exemplificou o coordenador-geral de Análise de Conjuntura Nacional da Abin para contextualizar uma das lógicas do crime organizado praticado no território fluminense.

PARADEIRO

Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão, segue sem nunca ter sido preso. Ele tem 38 anos e é apontado como o chefe da facção TCP que domina as comunidades Cidade Alta, Parada de Lucas, Vigário Geral, Cinco Bocas e Pica-Pau, na zona norte do Rio de Janeiro.

O investigado denominou o território como “Complexo de Israel” e chegou a instalar uma cruz de Davi no topo da região. Sua atuação ficou mais conhecida a partir de 2016 e se consolidou em 2020.

No monitoramento que a Polícia Civil do Rio faz para tentar prendê-lo, no dia 8, houve a identificação que a família do criminoso fazia a viagem até Corumbá, o que foi identificado como possibilidade de fuga do Brasil. 

“Quando percebemos que o carro onde eles estavam passou a se movimentar, acionamos a PRF para realizar a abordagem porque havia grande possibilidade de o Peixão estar no veículo. A investigação continua para capturar este narcotraficante”, disse o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, via assessoria.

Apesar da interceptação, Peixão não estava em nenhum dos dois veículos. Todos os familiares e os motoristas foram ouvidos na Polícia Federal de Campo Grande e liberados ainda no dia 8, porém sem as joias e o dinheiro.

Conforme apurado, autoridades bolivianas da fronteira com o Brasil não tinham recebido comunicado oficial sobre a possibilidade de fuga até a tarde do dia 11. A PF não detalhou se montou alguma operação de monitoramento.

*SAIBA

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) identificou a presença do Terceiro Comando Puro não só em MS, como também no Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Ceará, Amapá, Acre e Rio Grande do Sul.

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