Uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira (27) contra o tráfico internacional de drogas no Porto de Santos (SP) tem um mandado cumprido em Campo Grande.
Segundo a PF, a operação foi desencandeada após uma prisão em flagrante ocorrida na cidade de Guarujá (SP), no último dia 20, quando identificados diversos integrantes da organização criminosa, bem como diversos bens móveis e imóveis adquiridos com dinheiro do tráfico.
Com a análise dos celulares apreendidos em Guarujá, foram encontrados diversos vídeos nos quais os suspeitos aparecem ocultando grandes quantidades de cocaína em meio a cargas lícitas em contêineres que embarcaram em navios com destino a Europa. Segundo a Polícia Federal, o grupo teria sido responsável pela remessa de mais de 6 toneladas de cocaína.
Foram expedidos 42 mandados de busca e apreensão e 18 mandados de prisão temporária pela 5ª Vara Federal de Santos, e decretado o sequestro de mais R$ 23 milhões em imóveis.
De acordo com a PF, a quadrilha utilizava portos brasileiros para mandar toneladas de droga, principalmente cocaína, para portos espalhados pelo mundo. Segundo ainda a corporação, a droga era transportada sem que os verdadeiros donos das cargas desconfiassem.
Além de São Paulo e Mato Grosso do Sul, estão sendo cumpridos mandados em Santa Catarina (Itajaí, Balneário Camboriú) e Bahia (Salvador). Ao todo, 180 policiais federais atuam na operação.
Ainda não foi revelado qual o alvo da operação em Campo Grande.
A operação foi batizada de “Alba Vírus”, que em latim significa vírus ou veneno branco, fazendo referência à cocaína, substância entorpecente objeto do tráfico internacional praticado pela quadrilha.
"Aos investigados estão sendo imputados os crimes de Organização Criminosa; Tráfico Internacional de Entorpecente e Associação para o Tráfico, sem prejuízo de eventuais outras implicações penais que possam surgir com o descortinar das investigações", informou a PF de São Paulo em nota.
Neste ano, 16,2 toneladas de drogas foram encontradas nos terminais portuários de Santos, sendo a maior parte destinada à Europa. No ano passado foram 23,1 toneladas.
Em fevereiro de 2018 o Correio do Estado revelou a atuação de quadrilhas especializadas no transporte direto de cocaína da fronteira com o Paraguai para o Porto de Santos, tendo como destino outros continentes.