Cidades

CONTOU ATÉ COM PM

Operação corta 'gatos' de energia em favela da Capital

Até 1.200 famílias podem ser afetadas com cortes

ALÍRIA ARISTIDES

11/07/2019 - 12h30
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Operação da Energisa, concessionária que fornece energia elétrica para Campo Grande, que contou com forte aparato da Polícia Militar, realizou diversos cortes das ligações clandestinas, os chamados 'gatos, na Favela do Homex, área invadida no Jardim Centro-Oeste, região sul da Capital.

A empresa fornecedora de energia estima que no local existam mais de 80 pontos de ligações ilegais, que segundo eles oferecem riscos de seguranças para os moradores da região, motivo oficial para os cortes.

Segundo a estimativa da própria Energisa, cerca de 1200 famílias do local serão afetadas pelos cortes.

A ação envolveu equipe com mais de 120 profissionais da companhia de energia, além de 70 veículos e até mesmo o Batalhão de Choque (tropa de elite da PM). 

Moradores locais, que possuem ligações regularizadas, relatam aumento no valor da conta de energia desde a instalação das famílias na área invadida. Famílias do terreno ocupado se mostraram surpreendidos com a ação e pediram adiamento do corte de energia. O grupo foi questionado pelo Correio do Estado,  mas preferiu não comentar. 

Ainda de acordo com a Energisa, algumas das ligações possuem mais de dois anos de instalação. Além do prejuízo financeiro, a situação compromete a segurança dos moradores e pode gerar sobrecarga, queimas de equipamentos, risco de incêndios e curto circuitos, além de oferecer riscos aos clientes regulares. A operação busca diminuir os riscos que os 'gatos' oferecem para os moradores.

De acordo com o gerente comercial da empresa, Ercílio Diniz Flores, o foco não é somente o combate ao furto de energia, mas que “o objetivo é preservar a vida humana, é questão de segurança. Tivemos vários princípios de incêndio nessa região. A cada quinze dias, queima de três a quatro transformadores.” 

Segundo Flores, operações de desinstalação de ligações ilegais como a ocorrida nesta manhã, acontecerão em outras regiões, em todo o Estado.

Cidades

Hemorio reavalia amostras de 288 doadores de órgãos

Exames foram feitos por laboratório que foi interditado após seis pacientes transplantados no estado contraírem o vírus HIV

12/10/2024 18h00

Laboratório foi interditado após transplantados contraírem vírus HIV

Laboratório foi interditado após transplantados contraírem vírus HIV Foto: Fernando Frazão / Agência Brasil

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A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro informou, em nota, que uma sindicância interna foi instaurada para punir e identificar os responsáveis pela infecção de seis pacientes transplantados no estado, que contraíram o vírus HIV.

De acordo com a nota, 288 doadores estão sendo examinados pelo Instituto Estadual de Hematologia (Hemorio), órgão da Secretaria de Saúde.

“Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias”.

O texto diz ainda que uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.

“O laboratório privado [PCS Lab Saleme], contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio”.

A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.

“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”, concluiu a nota.

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária e o Ministério da Saúde também tomaram medidas para investigar e responsabilizar os culpados pela situação. O ministério ressalta que o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) é reconhecido como um dos mais transparentes, seguros e consolidados do mundo.

“Existem normas rigorosas que visam proteger tanto os doadores quanto os receptores, garantindo que os transplantes realizados no país mantenham um alto nível de confiabilidade”, diz a pasta.

O SNT possui, segundo o Ministério, dispositivos regulatórios que já preveem protocolos específicos para a redução de riscos, como a transmissão de doenças infecciosas, e está em constante atualização para acompanhar os avanços médicos e científicos nessa área.

O Sistema Nacional de Transplantes é garantido a toda a população por meio do SUS e é responsável pelo financiamento de cerca de 88% dos transplantes no país, de acordo com dados do Ministério da Saúde.

ABRANGE MS

Aquífero Guarani corre o risco de secar, alerta estudo

Chuvas não estão sendo suficientes para repor volume na maior reserva de água doce subterrânea do mundo

12/10/2024 17h30

Aquífero Guarani abrange partes de sete estados brasileiros e outros três países

Aquífero Guarani abrange partes de sete estados brasileiros e outros três países Reprodução / Jornal Nacional

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O Aquífero Guarani, uma das maiores reservas de água doce do planeta, está secando. É o que aponta um estudo realizado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp), que concluiu que as chuvas atuais não são suficientes para repor o volume de água da reserva.

O Aquífero Guarani se estende por uma área total de aproximadamente 1,2 milhão de quilômetros quadrados, abrangendo partes de sete estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, além de partes do Paraguai, Uruguai e Argentina.

A seca histórica no Brasil tem gerado efeitos visíveis, como queimadas e a diminuição dos níveis dos rios, mas o problema se estende também à camada subterrânea de água.

Segundo o estudo, atualmente, o consumo de água do Aquífero Guarani é maior do que sua reposição, com perspectiva de redução do nível de 120 metros em 70 anos em algumas áreas.

De acordo com o professor Didier Gastmans, pesquisador do Centro de Estudos Ambientais da Unesp, a falta de chuvas é o principal fator que impede a recomposição do aquífero.

"Nós não estamos recompondo porque não está chovendo nada, e o que acaba acontecendo é que você acaba usando a água para os mais diversos fins”, explica.

Além disso, o aumento da temperatura global provoca uma evaporação mais rápida da água das chuvas, dificultando ainda mais a infiltração no solo.

"A movimentação é muito lenta. A água se movimenta a uma taxa de centímetros por ano", afirma Gastmans, destacando que as águas têm mais de 100 mil anos e infiltraram-se há milênios.

O Aquífero Guarani é importante para o abastecimento de cerca de 90 milhões de pessoas no Brasil. Durante períodos de seca, ele pode responder por até 90% da descarga das nascentes, sendo o segundo maior uso para irrigação agrícola.

No entanto, a exploração excessiva, aliada a secas prolongadas, ameaçam sua capacidade de manter o fluxo dos rios e nascentes, o que pode agravar crises hídricas.

Diante desse cenário, o professor alerta para a necessidade urgente de um sistema de monitoramento em tempo real que permita uma gestão adequada dos recursos hídricos.

"Precisamos saber quando podemos utilizar água superficial e quando devemos recorrer à água subterrânea, de forma que respeite a capacidade do aquífero e atenda às demandas", conclui.

Aquífero Guarani abrange partes de sete estados brasileiros e outros três países

Aquífero guarani

O Aquífero Guarani está localizado na região centro-leste da América do Sul e ocupa área de 1,2 milhão de km², estendendo-se pelo Brasil (840 mil km²), Paraguai (58,5 mil km²), Uruguai (58,5 mil km²) e Argentina (255 mil km²).

Trata-se de um lago subterrâneo de água doce maior do que a área somada da França, Espanha e Inglaterra.

Da área total, 2/3 estão localizados em território brasileiro, abrangendo estados de Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A área de afloramento do aquífero mais importante em MS representa cerca de 31.299 km², localizada na região nordeste e parte da sudoeste, abrangendo em quase toda sua extensão a bacia hidrográfica do Alto Taquari.

Entre os municípios mais importantes estão São Gabriel do Oeste, Coxim, Camapuã, Alcinópolis, Pedro Gomes e Sonora. Há outra porção situada a oeste de Campo Grande, que se estende até o Paraguai. 

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