Cidades

LAÇOS DE FAMÍLIA

Operação da PF expõe liderança de comando do litoral paulista do PCC

Apreensão de lancha no Guarujá evidencia esquema para tráfico internacional

Da Redação

04/07/2018 - 18h40
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A apreensão de uma lancha no Guarujá e a identificação de líderes regionais em Pedro Juan Caballero expuseram mais uma vez, para o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público Estadual de São Paulo, a ascenção da ala da Baixada Santista, no litoral sul paulista, do Primeiro Comando da Capital (PCC) na região de fronteira de Mato Grosso do Sul com Paraguai e Bolívia, controlando o fluxo do tráfico de drogas e armas.

Investigações iniciadas pela Polícia Federal sul-mato-grossense desencandearam na apreensão da embarcação, avaliada em R$ 1,5 milhão, em 25 de junho, na cidade litorânea paulista. 

Essa foi uma das frentes de apuração da Operação Laços de Família, da PF local, que obrigou a atuação de outras superintendências estaduais do órgão e operações conjuntas com outras forças. No caso de São Paulo, o Gaeco e Polícia Civil paulistas. 

Por aqui, até mesmo um comandante da Polícia Militar foi preso pela operação. 

O subtenente da PM Silvio César Molina Azevedo é acusado de ser o líder da organização criminosa que presta serviços para o PCC e faz vistas grossas na fiscalização, seja fiscal ou criminal, facilitando ainda mais as coisas para a quadrilha.

À disposição aos criminosos em troca dos carros de luxo e joias - que Molina, seus familiares e comparsas exibiam sem nenhum pudor nas redes sociais - uma organização com mais de dez empresas disponíveis para lavagem de dinheiro, além de sete helicópteros. E nisso está o principal elo do PCC com o bando liderado por Molina na região de Mundo Novo.

BRIGA PELO PODER

Conforme o Portal Correio do Estado informou em fevereiro, parte da cúpula do PCC que assumiu o poder na fronteira participou efetivamente do momento de maior crise da facção. 

Prova disso foi a apreensão, por parte da PF local, do helicóptero que teria sido usado pelo piloto Felipe Ramos Moraes, um dos integrantes do PCC em liberdade mais, procurado pelas autoridades brasileiras, para os assassinatos de Rogério Jeremias de Simone, o Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, também em fevereiro, no Ceará. 

Ambos eram os integrantes mais poderosos do PCC fora dos presídios e estavam se desentendendo com Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, indicado como principal líder da quadrilha.

Morais foi flagrado em julho de 2012 em operação da Polícia Federal. 

O helicóptero que pilotava teria transportado 174 quilos de cocaína para uma fazenda no interior cearense. 

A droga teria sido adquirida na Bolívia e entrou no Brasil pelo Mato Grosso do Sul. O suspeito foi preso em Picos, no Piauí, quando a aeronave seria reabastecida. Os agentes da PF encontraram quase R$ 30 mil em espécie, além de R$ 12 mil em cheques no helicóptero.

Além disso, a Justiça Federal de São Paulo tem em mãos relatório da PF que liga Morais a diversos hangares do tráfico de drogas estourados em operações tanto em cidades da fronteira com a Bolívia, como Corumbá, como no próprio país vizinho.

"É uma rede de contatos ampla e bem estruturada. Não poderia ser diferente, desde que Rafaat foi morto e a facção tomou o controle da fronteira paraguaia. Mato Grosso do Sul é essencial para o organograma, tanto pelos tráficos, quanto pela proximidade dos presídios de segurança máxima de São Paulo", disse um promotor paulista especializado no combate ao crime organizado.

A principal linha de investigação para as execuções de Gegê e Paca, que moravam na Bolívia e passavam férias no Ceará, além das acusações internas de roubo e revenda de material (drogas e armas) a, rivais, é o do assassinato de um amigo particular de Marcola no sistema prisional paulista, no fim do ano passado, sem autorização do líder do PCC.

A tentativa de se criar rotas do tráfico em Mato Grosso do Sul quase foi o estopim para o estouro de uma guerra entre facções no início de 2017.

PORTO

Por isso, na visão das autoridades, é fundamental para a 'ala santista', da qual Morais faz parte, manter o monopólio do tráfico na fronteira. Garantir o abastecimento do fluxo de exportação para a Europa, principalmente da cocaína pura, onde é transformada em seu destino em heroína, armas e maconha para mercados emergentes, como a África. 

O caminho, claro, é o Porto de Santos, chamado entre os criminosos de "Rota de Diadema." O meio para o tráfico é simples, embarcar a droga em contêiner com legumes, como batata e mandioca.

O responsável pela rota de Diadema até 22 de fevereiro era Wagner Ferreira da Silva, o 'Cabelo Duro', executado naquele dia a tiros de fuzil, em frente a um hotel na zona leste de São Paulo.Sua morte seria uma represália por ser o mentor das mortes de Gegê do Mangue e Paca.

"Cabelo Duro' era mais que leal a Marcola, obedeceu à ordem, mas o ato foi visto como traição por alguns setores da quadrilha", disse o promotor do Gaeco-SP.

Seriam justamente os justiceiros de Gegê do Mangue que poderiam estar tentando descobrir rotas alternativas em Mato Grosso do Sul. Afinal, segundo apura a Polícia Civil, a cadeia de comando do PCC da rota de Diadema ficou vaga até meados de março, quando Marcola teria enviado os principais aliados de "Cabelo Duro" para apaziguar a insurgência na fronteira.

LIGAÇÃO

O Gaeco-SP é claro em apontar a ligação de 'Cabelo Duro' com Mato Grosso do Sul. 

Ele mesmo foi um dos escolhidos de Marcola para dar sustentação ao controle do PCC na fronteira com Ponta Porã após Jorge Rafaat ser morto, em junho de 2016. Nado, por exemplo, já foi preso pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF) por associação ao tráfico. 

Todos os mandados da Operação Laços de Família foram emitidos pela 3º Vara da Justiça Federal de Campo Grande.Além de Mato Grosso do Sul e São Paulo, foram detectados desmembramentos do PCC para o tráfico de exportações em outras rotas, mais difíceis e menos importantes, como Paraná, Goiás e Rio Grande do Norte.

Brasil

Expectativa de vida no Brasil atinge 76,4 anos, superando dados anteriores à pandemia, segundo IBGE

Índice subiu e superou pela primeira vez o patamar de antes da crise da Covid-19. Calculadora mostra expectativa de vida de acordo com a idade segundo os dados do IBGE

29/11/2024 20h00

Expectaiva de vida do brasileiro sobe e supera patamar de antes da pandemia

Expectaiva de vida do brasileiro sobe e supera patamar de antes da pandemia Foto: Reprodução/GloboNews

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A expectativa de vida ao nascer no Brasil aumentou em 2023 para 76,4 anos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O dado mantém a recuperação após o período marcado pelo aumento de mortes causadas pela Covid-19. Isso significa que uma pessoa nascida no Brasil em 2023 tinha a expectativa de viver 76,4 anos, em média. Para homens, a previsão cai a 73,1 anos e, entre mulheres, alcança 79,7 anos.

Já a taxa de mortalidade infantil, que calcula a probabilidade de um recém-nascido não completar o primeiro ano de vida, foi de 12,5 mortes para cada 1.000 nascimentos. Para crianças até 5 anos de idade, a previsão ficou em 14,7 a cada 1.000 nascidos.

O instituto calcula a expectativa a partir de projeções populacionais, que têm como base os dados verificados em cada Censo Demográfico. A projeção para 2023, com dados do último recenseamento, foi de 211,7 milhões de habitantes no país.

As estimativas integram as Tábuas de Mortalidade 2022, que levam em conta dados populacionais do Censo Demográfico relativo ao ano passado e estatísticas do SIM (Sistema de Informações sobre Mortalidade), do Ministério da Saúde.

A recuperação, de acordo com o instituto, reflete uma redução no excesso de mortes registradas durante as fases mais graves da pandemia.

Para além da diferença de seis anos na expectativa de vida ao nascer, segundo o IBGE, a probabilidade de morte de homens com idades entre 20 e 24 anos é quatro vezes a de mulheres. Essa sobremortalidade masculina também foi verificada em dados do recenseamento, segundo os óbitos relatados por moradores dos domicílios visitados pelo IBGE.

Já se sabe, segundo os técnicos, que homens estão mais expostos a mortes violentas, como homicídios e acidentes de trânsito. Além disso, os hábitos de vida também influenciam no excesso de mortes masculinas.

Esses dados fornecem, segundo o IBGE, estimativas da expectativa de vida para idades até os 80 anos. As informações são usadas para, por exemplo, o cálculo de fator previdenciário para aposentadorias.
Em todo o mundo, o crescimento da expectativa de vida, apesar de não ter sido revertido, desacelerou, segundo artigo publicado na revista especializada Nature Aging. O estudo não considera 2020 por causa da pandemia, e analisa o período dos anos 1990 até 2019.

Já um levantamento de pesquisadores com dados globais feito para o Instituto para Medição e Avaliação da Saúde (IHME, na sigla em inglês), com sede nos EUA, apontou que a Covid fez com que a expectativa de vida média das pessoas no planeta caísse 1,6 ano nos primeiros dois anos da pandemia (2020 e 2021).

 

*Informações da Folhapress 
 

Rodovias Federais

BR-163 é trecho com mais atropelamentos de animais em MS

São 22 acidentes deste tipo entre janeiro e junho, além de outros 11 registrados no segundo semestre

29/11/2024 18h15

Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

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A BR-163 é a rodovia federal com o maior número de atropelamentos de animais em Mato Grosso do Sul em 2024. Divulgada no último dia 21, a atualização realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) destaca que 16 dos 33 atropelamentos ocorreram neste trecho que liga sul e norte do Estado.

Os demais incidentes ocorreram na BR-262 (9); BR-158 (2); BR-060 (3); BR 419 (2) e BR-367 (1).

Conforme a polícia, desde janeiro último foram registrados oito acidentes em Campo Grande, além de acidentes em Dourados (2), Três Lagoas (2), Rio Brilhante (2), Caarapó (2), Jaraguari (2), Terenos (2) e Nova Alvorada (2); Anastácio, Aparecida do Taboado, Aquidauna, Chapadão do Sul, Coxim, Itaquiraí, Bela Vista, Miranda, Ribas do Rio Pardo, Selvíria e Vicentina registraram um acidente cada.

Em média, são três atropelamentos por mês em todo o Estado, destaque para os meses de maio e junho, com 15 acidentes registrados. Foram 22 acidentes deste tipo entre janeiro e junho, ao passo que outros 11 foram registrados no segundo semestre. 

Vítimas fatais 

Além do atropelamento de animais, este tipo colisão ocasionou quatro acidentes fatais em todo o estado, sendo três no primeiro semestre e outros dois em julho último. Em janeiro, 

Elaine Zangerolami, proprietária da Pax Brasil, que junto com o motorista de carro funerário da empresa, Reginaldo Carvalho, morreram após o veículo em que estavam colidir contra duas antas na BR-060, próximo a Chapadão do Sul.

Em abril, o empresário Carlos Dias Miranda, 63 anos, morreu após colidir a caminhonete que dirigia em um animal na BR-060, em Jardim, região oeste do Estado.

Segundo o Corpo de Bombeiros, o acidente ocorreu no caminho para Bela Vista. Após a colisão a caminhonete saiu da pista e caiu nas margens da rodovia. A equipe de socorro foi acionada e Carlos foi encontrado sem vida. Outras duas mortes foram registradas em Miranda, em junho último, e em Campo Grande, trecho próximo de Terenos, em junho. 

Na BR-262, em Terenos, Evaldo Luis do Nascimento, 21, morreu após o carro em que estava atingir várias árvores ao desviar de um "lobinho". 

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