O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) cumpriu 16 mandados de busca e apreensão contra supostos gerentes do "jogo do bicho" ligados a organização criminosa voltada a jogos de azar e liderada por Rogério Costa de Andrade, preso na Penitenciária Federal de Campo Grande.
Os mandados foram emitidos pelo Juízo da 1ª Vara Especializada em Organização Criminosa da Comarca do Rio de Janeiro e foram cumpridos em diversos bairros da cidade. A medida decorre de Procedimento Investigatório Criminal, em tramitação no Gaeco.
A ação é um desdobramento da Operação Safari, deflagrada pelo órgão em 21 de fevereiro de 2025, que resultou no fechamento de 50 pontos de jogo do bicho controlados pela organização criminosa, na prisão de responsáveis e na apreensão de grande quantidade de material relacionado à atividade ilegal.
O grupo é liderado pelo contraventor Rogério Costa de Andrade, um dos maiores bicheiros do Rio de Janeiro e patrono da escola de samba Mocidade Independente de Padre Miguel. Ele foi preso desde outubro do ano passado após o MPRJ apresentar nova denúncia contra ele pelo homicídio de Fernando Iggnácio, genro de Castor de Andrade e que disputava com Rogério o espólio do jogo do bicho de Castor.
Uma denúncia já havia sido apresentada em março de 2021, mas foi trancada em 2022 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que entendeu que não havia provas suficientes que demonstravam o envolvimento de Rogério na atividade.
O contraventor foi transferido da Penitenciária de Segurança Máxima Laércio Pellegrino (Bangu 1), no Complexo de Bangu, na Zona Oeste do Rio, para o presídio federal de Campo Grande no dia 12 de outubro de 2023.
No mês passado, a Justiça do Rio de Janeiro decidiu manter a prisão do bicheiro Rogério de Andrade no Presídio Federal de Campo Grande.
Segundo a decisão, o contraventor deve permanecer em Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), tipo de regime mais rígido do sistema penal, com limites ao direito de visita, entre outros.
Na decisão, a justiça considerou que a permanência de Rogério no presídio federal é necessária para impedir que ele interfira na obtenção de provas ou demais investigações de outros envolvidos.
Também foi considerado que o bicheiro ainda representa "ameaça concreta e relevante à segurança do Estado e da sociedade
A decisão justificou que Rogério "ainda representa ameaça concreta e relevante à segurança do Estado e da sociedade", por manter vínculos com outros integrantes ativos do crime organizado, além de exercer influência sobre eles.


Divulgação Polícia Civil


