Na manhã desta segunda-feira (21), o Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul (MPMS), por meio do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO), deflagrou a segunda fase da Operação "Traquetos", que tem como alvo uma organização criminosa de tráfico de drogas com base em Mato Grosso do Sul dedicada a fornecer drogas para outros estados brasileiros.
Foram cumpridos sete mandados de prisão preventiva e dois mandados de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Corumbá e Santana de Parnaíba (SP).
Durante as investigações, foi identificado um dos financiadores da organização, que investiu mais de R$ 1 milhão na compra de drogas na fronteira do Brasil com o Paraguai, realizada por meio de um traficante. A nota divulgada pelo Gaeco não revela o nome dos envolvidos nesta segunda fase de operação, mas aponta que o traficante em questão já possui condenação anterior na região de Jardim, e que ele sabia como operar no esquema.
"Em suma, ao final da investigação, o GAECO concluiu que 25 pessoas, já denunciadas, cada qual a sua maneira, integravam organização criminosa voltada ao tráfico de drogas, estruturalmente ordenada e com divisão de tarefas, contando com uma grande rede de batedores e pontos de apoio nas cidades de Anastácio, Aquidauana e Campo Grande, com intuito de escoar a droga, que era adquirida nas cidades de Bela Vista e Ponta Porã, para outros Estados da Federação (Bahia, Goiás e São Paulo)", diz nota.
Os líderes da organização criminosa, que ostentavam alto poder aquisitivo e costumavam transitar em veículos de luxo, ficavam responsáveis pela gestão da atividade, contando com apoiadores, muitos dos quais aceitavam movimentar o dinheiro oriundo da traficância, em transações que, apesar de pulverizadas, alcançavam considerável valor financeiro.
Já os "gerentes" participavam da negociação da droga (aquisição e venda) e do transporte, sendo próximos dos líderes, que acabavam muitas vezes não tendo contato direto com a substância entorpecente.
Os "batedores e transportadores" serviam para efetivar o transporte do entorpecente (como regra, maconha), tanto dentro como fora de Mato Grosso do Sul. Por fim, os "guarda-roupas" atuavam como armazenadores da droga na cidade de Campo Grande, até que saísse com destino a outros estados da Federação.
A operação já dura dois anos, e resultou em uma série de prisões em flagrante por tráfico de drogas. O nome "Traquetos" faz alusão à "cultura traqueta", que é composta por hábitos, termos e símbolos que foram criados nos primeiros anos dos cartéis de drogas de Medellín e Cali. Na Colômbia, os narcotraficantes à moda antiga são conhecidos como "traquetos".


