Concebido para ser uma rodoviária, mas que acabou se tornando um “elefante branco” abandonado, as ruínas localizadas na Avenida Ernesto Geisel, no Bairro Cabreúva, terão novo destino. Na noite da última quintafeira, a Prefeitura de Campo Grande deu ordem de serviço para construção da primeira etapa do Centro Municipal de Belas Artes, que terá investimento de R$ 6,5 milhões. Esta obra faz parte do maior complexo turístico e cultural da cidade, composto também pela Via Morena, Orla Morena, Praça da Imigração Japonesa, Orla Ferroviária e Esplanada Ferroviária. Partes dessas obras, que acompanham o trajeto dos antigos trilhos, estão em execução (Via e Orla Morena). Outras estão com projeto pronto, mas aguardam a liberação de dinheiro, como é o caso da praça em homenagem à colônia japonesa, ou ainda dependem de redefinição de projetos — como na área tombada da ferrovia, próximo à Feira Central. Etapas O centro cultural será feitos em pelo menos duas etapas. Nesse primeiro momento, com investimento de R$ 6,5 milhões, as obras serão feitas em dois pavimentos da ala esquerda do prédio. A previsão é de que os trabalhos de construção durem um ano. Serão edificados o saguão, setor de artes (composto pela sala de arquitetura, de artes plásticas e de exposição permanente), setor de dança, biblioteca e de cinematografia. Toda a construção possui cerca de 14 mil metros quadrados e, quando estiver pronta, contará também com teatro, alojamentos, restaurantes, entre outros atrativos. “Conseguimos fazer mais do que um prédio, uma construção. Este será um local em que vamos oportunizar o contato com a cultura, promoção da cidadania. Haverá um retorno social e econômico”, enfatizou a arquiteta Eliane Detoni, coordenadora de Projetos Especiais da Prefeitura de Campo Grande. Discussões Desde o anúncio de que o local seria transformado no centro de artes, em 2007, com a celebração do Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público Estadual, reuniões foram feitas com lideranças ligadas às diversas áreas artísticas. “Ouvimos as pessoas ligadas ao teatro, à música, à dança, ao cinema. Todos puderam dar sugestões e chegamos a um projeto que atende às necessidades desses artistas”, disse Eliane. A arquiteta explicou que foi feito levantamento das atividades desenvolvidas pela Prefeitura de Campo Grande. “Cada atividade estava localizada em um ponto diferente da cidade. Com o Centro de Belas Artes poderemos reunir todas”. O local deve servir à formação e ao aperfeiçoamento profissional. A nova obra estará integrada à Orla Morena. Estão previstas a criação de vagas de estacionamento que atenderão aos dois empreendimentos, próximo à Rua Plutão. Na parte interna do centro cultural serão 85 vagas para carros, já criadas nesta primeira etapa. Toda a estrutura de cobertura do prédio, fundação e impermeabilização do “leque” (formato do prédio) serão feitos agora, também. Manutenção O prefeito Nelsinho Trad disse ontem que a manutenção do Centro de Belas Artes será feita pelos empresários que explorarão os serviços de bar e restaurante no local. “Tudo está sendo pensado e conduzido da melhor forma para que não haja ônus para a prefeitura. As empresas privadas que lá se instalarem é que deverão manter os locais”.