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Pacientes buscam cura pelas mãos de extraterrestre

Pacientes buscam cura pelas mãos de extraterrestre

Redação

17/09/2010 - 19h11
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Marici Capitelli

Cerca de 400 pessoas esperavam anteontem terça-feira para passar por uma consulta com a médica Shellyana, uma extraterrestre que vive na constelação de Plêiades. Não, não se trata de um filme de ficção científica. Medicina e vida fora da Terra se encontram em São Paulo, mais especificamente na Vila Mariana, zona sul da capital paulista, na figura da médica cirurgiã Mônica de Medeiros, de 53 anos, formada pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Vem dela o conceito de medicina extraterrestre, prática que já chamou a atenção do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
O portão azul é o endereço da Casa do Consolador, definido por Mônica como um Centro Universalista, sem religião definida, que atende cerca de 7 mil pessoas por mês com base no que ela chama de ‘fraternidade universal’. São feitos trabalhos em prol de crianças carentes e de animais abandonados. Por lá, o conceito de medicina extraterrestre é comum tanto entre os que buscam atendimentos quanto entre os voluntários. Há quem diga que já tomou vacinas contra a gripe aviária produzidas por extraterrestres, distribuídas gratuitamente. Outros levaram suas crianças para passar por uma mudança de DNA, sob a promessa de adquirir imunidade contra todos os tipos de doenças.
“Sabia que ela falava que curava mas nunca vi laudos de cura de aids, câncer ou qualquer outra doença. Se ela diz que cura precisa provar porque as pessoas que estão doentes e as famílias acabam se apegando a isso”, diz a pesquisadora metafísica Angela Cristina de Paschoal, que afirma ter trabalhado com Mônica como voluntária.
A investigação do Cremesp, que abriu uma sindicância para apurar o caso, corre em sigilo e também leva em conta alguns vídeos sobre a medicina extraterrestre que circulam pela internet. Neles, Mônica fala sobre cura – inclusive para câncer e aids. A investigação foi iniciada em 18 de junho depois que a profissional declarou que atendia no centro, enquanto médium, pessoas abduzidas por extraterrestres. No 16º DP (Vila Clementino) Mônica abriu boletim de ocorrência por calúnia, injúria e difamação que já virou inquérito. E garante que nunca misturou sua atividade médica com a atuação como médium. “Quanto à cura que o extraterrestre é capaz de fazer, tudo depende da fé”. E continua: “Para algumas pessoas nada vai acontecer, outras vão sair de fato curadas”.
Antes de ouvir Mônica, a reportagem frequentou a Casa do Consolador durante dois dias, como paciente, em busca de ajuda espiritual para uma doença nos pés. Nos atendimentos espirituais, a recomendação dada à repórter e aos demais atendidos era a de que o tratamento médico convencional não deveria ser abandonado. Há avisos semelhantes em panfletos distribuídos no centro e nos cartazes colados pelas paredes. Em nenhuma das ocasiões a reportagem presenciou Mônica prometendo cura ou atuando como médica. Mas grande parte das pessoas da fila estavam em busca, sim, dos poderes de cura da extraterrestre Shellyana – cuja energia é canalizada por Mônica, segundo a própria.

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Correios vetam vale-natal de R$ 2,5 mil a funcionários, enquanto aguardam decisão da Fazenda

O benefício de vale-natal faz parte do ACT firmado pela empresa e os trabalhadores da estatal, em 2024

05/12/2025 19h00

Foto: Emerson Nogueira/Futura Press/Estadão Conteúdo

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Em crise, os Correios decidiram não renovar este ano um benefício de vale-natal de R$ 2,5 mil aos seus funcionários, valor que foi pago em 2024, após Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A empresa comunicou seus funcionários sobre o não pagamento na noite de quarta-feira. Ao mesmo tempo, a estatal espera a avaliação da equipe econômica sobre os próximos passos nas negociações com os bancos.

O benefício de vale-natal faz parte do ACT firmado pela empresa e os trabalhadores da estatal, em 2024. Ele vem sendo renovado, enquanto a atual direção negocia novos termos, mas o benefício de Natal foi cancelado em função da crise e da necessidade de cortes de custos. A informação foi publicada pela Folha de S. Paulo e confirmada pelo Estadão.

Em paralelo, a empresa aguarda avaliação do Tesouro Nacional sobre o plano de recuperação, para poder voltar a negociar com os bancos um empréstimo na casa dos R$ 20 bilhões. A expectativa era de que isso fosse concluído ainda esta semana, mas o desfecho dessa análise deve ficar para a semana que vem.

Na terça-feira, o Tesouro informou à estatal que não dará aval a um empréstimo de R$ 20 bilhões caso as taxas de juros estejam acima de 120% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI). A proposta dos bancos, segundo apurou o Estadão, foi de 136% do CDI. Ou seja: com essa taxa, a proposta foi recusada, dando início a uma nova rodada de negociação.

A equipe econômica estuda uma forma de dar um fôlego de curto prazo para a companhia, para que ela não negocie com os bancos sob forte pressão. Mas o desenho dessa ajuda ainda não foi definido.

Nesta quinta-feira, 4, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que se isso ocorrer com aportes do Tesouro, será dentro das regras fiscais.

Rombo bilionário

Os Correios correm para conseguir a liberação do empréstimo para lidar com uma crise financeira sem precedentes. De janeiro a setembro deste ano, a empresa teve prejuízo de R$ 6,05 bilhões, em uma combinação de queda de receitas com aumento de despesas.

Com o empréstimo, a empresa pretende quitar uma dívida de R$ 1,8 bilhão, além de financiar um programa de desligamento voluntário (PDV) e fazer investimentos para tentar recuperar espaço no mercado de encomendas e elaborar novas fontes de receitas.

A estatal também precisa regularizar pendências com fornecedores Isso é visto como crucial pela atual gestão para que a empresa recupere a performance no setor de entregas, a confiança de clientes e tenha aumento de receitas.

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Prefeita sanciona lei que dificulta emissão de atestado médico em Campo Grande

Lei pretende desestimular o uso indevido e fraudulento de atestado

05/12/2025 18h45

Foto: Reprodução

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A prefeita Adriane Lopes (PP) sancionou a o Projeto de Lei que endurece e dificulta o acesso a atestado médico aos pacientes da rede municipal de Saúde em Campo Grande.

O texto foi aprovado em regime de urgência e única discussão instituindo o Programa Atestado Responsável, com a finalidade de endurecer a emissão de atestados, proposta  dos vereadores Rafael Tavares e André Salineiro.

Segundo o texto aprovado, a emissão de atestados deverá ocorrer de forma criteriosa e ética, sendo prerrogativa exclusiva do médico, que decidirá sobre a necessidade e o período de afastamento do paciente.

Quando não houver justificativa médica para afastamento, poderá ser emitida apenas uma declaração de comparecimento, comprovando a presença do paciente na unidade de saúde. A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não especifica sobre a apresentação deste documento para abonar  a falta no trabalho, ou seja, a empresa não tem a obrigação de pagar o salário do dia.

Conforme a lei, o programa “Atestado Responsável” tem objetivo de promover a emissão de atestados médicos de forma responsável e ética, priorizando as reais necessidades clínicas dos pacientes, contribuir para a redução da sobrecarga de atendimentos nas UPA’s e Postos de Saúde, direcionando os recursos para os casos de maior urgência e gravidade. 

Além disso, pretende desestimular o uso indevido e fraudulento de atestados para fins de justificação de ausências sem real necessidade de afastamento laboral, fortalecer a autonomia, a segurança e a responsabilidade do profissional médico na tomada de decisão clínica sobre a necessidade de afastamento do trabalho.

Conforme o texto, o intuito do programa é implementar medidas de controle, registro e transparência na emissão de atestados médicos incluindo o monitoramento da quantidade de documentos emitidos, identificação de padrões de uso e eventuais fraudes, de modo a permitir a avaliação contínua da política pública e seus ajustes futuros.

O que diz as regras da CLT?

A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) não especifica a declaração de comparecimento, exceto em situações específicas, prevista no Artigo 473, em que o trabalhador pode se ausentar sem prejuízo do salário para acompanhar a esposa ou companheira durante a gravidez até dois dias para consultas médicas e exames, ou para acompanhar um filho de até 6 anos em consulta médica, uma vez por ano.

Para outros tipos de consultas e exames, o abono de faltas não é previsto na lei e a aceitação do documento depende da política interna da empresa ou de acordos coletivos.

 

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