Cidades

TRÊS MESES

Pais de alunos com deficiência denunciam falhas com saída de professores

Professores dispensados passaram por processo seletivo no começo de 2019 e tinham contrato válido por um ano

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Desde o início do segundo semestre deste ano letivo, quando a Secretaria Municipal de Educação (Semed) trocou os Auxiliares Educacionais Especializados (APEs) pelos Assistentes Educacionais Inclusivos (AEIs), pais de crianças com transtorno do espectro autista (TEA) tem reclamado do trabalho desenvolvido pelos novos servidores. Mães ouvidas pela reportagem dizem que algumas crianças tiveram regressão no comportamento e na aprendizagem e outras estão sem acompanhamento em razão das trocas constantes de profissionais.

Davi, 9 anos, tem TEA severo e, desde a troca do profissional especializado para os AEI, apresentou mudanças no comportamento, de acordo com a mãe e estudante de pedagogia Jusley Alves de Abreu, 30 anos. “No primeiro momento que a AEI chegou o Davi, começou um comportamento inadequado: chorando muito, não queria ela por perto. Depois que o APE foi embora, que só ficou ela, meu filho todos os dias chega chorando em casa, bravo, [comportamento] que ele não tinha com o APE anterior. Ele regrediu muito”.

A mãe conta que a AEI que é responsável por Davi o entregou com fezes na roupa, algo que nunca havia acontecido. “Eu tenho relatos de pessoas que ficam com ele na escola – que estão com ele desde que ele entrou lá, há quatro anos – de que ele se joga no chão, chora, por conta que ela não entende o que ele quer. Ela não tem capacitação, só tem o normal médio, e não está sabendo lidar com o comportamento do meu filho. Ele é uma autista não verbal e é um autista severo. Teve um domingo que ele passou o dia todo chorando e não era dor, era por conta de tudo isso que está acontecendo”.

Por conta de todos esses problemas, Jusley entrou na Justiça para que o filho volte a ter acompanhamento especializado. “Se não for o que já estava com o Davi, que seja uma pessoa que tem capacitação para lidar com ele”.

O mesmo drama é vivido por Keile Rodrigues de Lara, 40 anos, que é mãe de um menino de 6 anos com TEA leve, também chamado Davi. Ela relata que desde o início desta semana o filho está sem o acompanhamento de um assistente inclusivo porque a Semed decidiu pela troca do profissional que atuava com a criança. Por conta da falta de alguém que cuide da criança, a mãe optou por não levá-lo à escola.

“Meu filho já teve quatro AEI depois das férias e regrediu na escola. Não tem como eu levar porque ele não pode ficar sem acompanhamento, não dá. A Semed demora para mandar, e quando manda são totalmente despreparados”, reclamou. O menino começou a estudar na Rede Municipal de Ensino (Reme) este ano, após a mãe ter conhecimento do trabalho dos APEs. 

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REGRESSÃO

De acordo com um dos APEs que foi demitido pela Semed, que preferiu não ter o nome divulgado, manter a rotina bem estruturada e acompanhamento especializado é importante na vida de uma criança com TEA. Caso isso não aconteça, o reflexo é a regressão do estudante. “Todo o processo pedagógico no caso de um TEA severo é muito lento de aprendizagem”.

Com pós-graduação em Educação Especial e Inclusão, o profissional conta que teve contato com a pessoa que iria lhe substituir durante um tempo para apresentar como era o trabalho com a criança. “Eu apenas tive contato com a AEI que me substituiu, e vi que ela não tinha conhecimento nenhum para trabalhar na área da educação. E, no momento, fiquei bem frustrado, porque todo esse despreparo dos AEIs reflete na regressão dos alunos”.

Em nota, a Semed afirmou que todos os alunos estão “adaptados aos assistentes educacionais inclusivos”. Para a secretaria, “o manejo correto desses instrumentos pedagógicos, conforme a necessidade do aluno, não está ligado ao nível de formação acadêmica do profissional de apoio, mas, sim, à capacitação realizada pela Divisão de Educação Especial da Semed”.

 “Lembramos ainda que a Secretaria de Educação constantemente realiza em seu Centro de Formação – CEFOR – cursos, palestras, oficinas e formações com técnicos especializados no seguimento, com o intuito de oferecer qualificação contínua aos profissionais que atuam na área de educação especial. A contratação dos AEI esta embasada no processo seletivo simplificado de contratação temporária, do edital de número 09/2019-01, publicado no Diário Oficial de Campo Grande – Diogrande, de número 5.614, do dia 2 de julho de 2019. Na publicação, constam todas as regras e exigências para a ocupação do cargo”, finalizou a secretaria.

Golpe

Idoso tem cinco anos de desconto indevido na aposentadoria em MS

A Defensoria Pública constatou que um estelionatário realizou um empréstimo utilizando os dados de um idoso, que teve dinheiro descontado desde 2019

14/01/2025 19h00

Reprodução Redes Sociais

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A Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, ao ser procurada pela filha de um idoso de 71 anos, constatou que, desde 2019, um banco vinha descontando valores indevidos da aposentadoria da vítima.

Com o auxílio da Defensoria, o idoso conseguiu uma liminar na Justiça que impede o banco de realizar novos descontos enquanto o caso é analisado. Os descontos estavam relacionados a um empréstimo consignado que a vítima afirmou nunca ter contratado.

A situação só veio à tona quando a filha do aposentado percebeu os descontos e, ao revisar os extratos bancários para ajudar o pai, notou discrepâncias. Diante disso, decidiu procurar a Defensoria, que constatou que a assinatura no contrato do empréstimo não correspondia à assinatura do idoso.

Para comprovar, foi realizada a comparação entre a assinatura da vítima no RG e a assinatura no documento do empréstimo, que apresentaram diferenças claras.

Segundo o defensor público Pedro Lenno Rovetta Nogueira, responsável pelo caso, as provas indicam que o contrato foi realizado de forma fraudulenta, sugerindo que os dados do idoso foram utilizados por um estelionatário.

Isso, conforme apontado, teria sido possível devido a falhas no sistema de segurança da instituição financeira, cujo nome não foi divulgado. O defensor destacou que casos semelhantes são comuns e orientou a população a procurar a Defensoria Pública em situações desse tipo.

O processo segue na Justiça, e a Defensoria pediu a anulação do contrato de empréstimo, a devolução de todos os valores descontados e uma indenização de R$ 10 mil por danos morais para a vítima.

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Ribas e Campo Grande

Ex-militar suspeito de furtar computadores de megafábrica de celulose seguirá na prisão

Preso na véspera de Natal sob suspeita de furtar computadores da Suzano, meses depois de furtar o TRE-MS, ex-sargento e técnico de T.I. teve habeas corpus negado

14/01/2025 18h27

Computadores, como o da imagem no detalhe, foram furtados de megafábrica de celulose

Computadores, como o da imagem no detalhe, foram furtados de megafábrica de celulose Fotomontagem

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O ex-sargento do Exército Brasileiro, ex-técnico de informática terceirizado do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS) e ex-funcionário da Suzano, Higor Prates de Amarilha, 34 anos, vai continuar na cadeia, se depender do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS).

Higor foi preso em flagrante no dia 24 de dezembro, véspera de Natal, por suspeita de furtar pelo menos 14 computadores portáteis (notebooks) da megafábrica de celulose da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, onde trabalhava.

Os equipamentos, que custam em torno de R$ 5 mil a unidade em lojas oficiais, estavam sendo vendidos a R$ 1,3 mil no mercado paralelo, conforme investigação da Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros (Garras).

Amarilha vai continuar preso porque o desembargador da 3ª Câmara Criminal do TJMS, Fernando Paes de Campos, ratificou na semana passada, no retorno do recesso, a decisão do colega plantonista Dorival Pavan, que negou habeas corpus ao ex-técnico de TI da megafábrica de celulose da Suzano S.A.

“Observa-se que a prisão preventiva está justificada na gravidade concreta da conduta, haja vista que o paciente foi acusado pelo furto de ao menos 14 (quatorze) notebooks da empresa em que trabalha, Suzano S.A., que somaram aproximadamente R$ 60.000,00 (sessenta mil reais), ao longo de 2 (dois) meses, além de outros objetos apreendidos em posse do suspeito que guardam fortes suspeitas de serem provenientes de furto da empresa vítima”, asseverou Dorival Pavan ao negar habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública.

Amarilha e a Defensoria Pública só recorreram ao tribunal porque antes tiveram o mesmo habeas corpus negado pelo juiz de plantão.

Na investigação, os policiais do Garras, ao consultar outros técnicos de informática da Suzano, em Ribas do Rio Pardo, revelaram que Higor havia feito a exclusão dos notebooks furtados do sistema que controla o acervo patrimonial da empresa.

Os policiais do Garras chegaram a Higor Amarilha na véspera de Natal, depois de localizar um dos notebooks que pertenceu à Suzano com um rapaz identificado como Carlos Henrique.

Ao ser abordado pelos policiais, o rapaz estava com um dos computadores, do modelo Dell Latitude 3440, que depois comprovou-se ter sido subtraído da Suzano.

Carlos, que revende computadores, disse aos policiais ter comprado de outro rapaz, cujo nome é Ian de Souza Mendes. Ian foi abordado, e, na abordagem, os investigadores do Garras descobriram Higor.
Higor havia revendido a Ian pelo menos 10 dos 14 notebooks furtados por R$ 1,3 mil cada um. Ian e Carlos acabaram enquadrados por receptação culposa.

Posteriormente, na casa de Higor, outro notebook igual aos furtados da Suzano foi encontrado. Ele foi preso e passou o Natal longe da família.

Outro furto

Apesar de ser ex-sargento do Exército Brasileiro e réu primário, como alega a Defensoria Pública, Higor havia sido preso meses antes, no dia 25 de julho, desta vez pela Polícia Federal.

É porque ele responde juntamente com Patrick Olavo Lang por prática parecida de furto de computadores, só que no Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul (TRE-MS). No caso específico, Higor desviava os computadores do TRE-MS, e Patrick revendia.

Na época, o juiz federal Luiz Augusto Imassaki Fiorentini relaxou o flagrante de Higor, sob a condição de que ele se recolhesse em casa todas as noites, a partir das 20h, e de que não deixasse a comarca por mais de sete dias sem autorização judicial.

Exército

No Comando Militar do Oeste, Higor foi 3º Sargento. Seu nome até aparece em reportagem sobre a conclusão de um curso de Planejamento, Instalação, Manutenção e Configuração de Circuito Fechado de Televisão, realizado no 6º Centro de Telemática de Área (6º CTA).

Na época, Higor falou da competência de seus colegas:

“Essa foi uma excelente oportunidade de aprendizado. Além do professor, houve uma equipe que nos ajudou de todas as formas para que conseguíssemos colocar na prática tudo o que aqui foi ensinado. Saímos daqui capacitados para instalação do sistema, tanto aqui no CMO quanto nas demais organizações militares”, finalizou.

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