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Pantanal deve ter neste ano a maior estiagem da década

Chuva no bioma deve ficar perto de 40% menor este ano em comparação à projeção; estudo indica que cenário é semelhante ao que ocorreu em 2020 e 2021

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Um conjunto de fatores está gerando uma redução significativa no volume de chuvas para o Pantanal desde outubro do ano passado. Relatório apresentado pela Marinha do Brasil, elaborado a partir de dados de outras instituições, identificou que, neste ano, o bioma vai ter perto de 40% menos chuva. E a previsão para os próximos meses é de que a seca continue, podendo ser, inclusive, considerada a maior da década.

A média histórica para a região é de 1.113,3 milímetros entre outubro e abril/maio. Porém, para o mesmo período entre 2023 e 2024, o volume poderá ficar entre 700 mm e 800 mm, o que gera um impacto direto ao nível dos rios da bacia do Paraguai.

O deficit hídrico que vem se consolidando para a região foi debatido no encontro interinstitucional Reunião de Avaliação do Período Chuvoso na Bacia do Rio Paraguai (Pantanal), que ocorreu em 26 de fevereiro, mas que divulgou seu relatório nesta semana.

A reunião foi organizada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e envolveu representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Centro Nacional de Monitoramento 
e Alertas de Desastres Naturais (Cemadem-MCTI) e do Serviço Geológico do Brasil (SGB), além da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM) e do Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste (CHN-6) da Marinha do Brasil.

No relatório, não houve a definição de um consenso sobre o que tem causado os baixos índices pluviométricos no Pantanal, principalmente em relação ao período de chuvas para o bioma. Há a indicação que o fenômeno El Niño venha elevando as temperaturas médias da região pantaneira.

A National Oceanic and Atmospheric Administration (Noaa) emitiu um parecer para essas instituições que monitoram a situação, informando que o fenômeno está de moderado a forte. Por isso, o El Niño tem causado uma anomalia de 1,5ºC na temperatura da superfície das águas do Oceano Pacífico central. Essa condição vai prosseguir até maio, ou seja, novas ondas de calor ainda poderão ser registradas.

“O impacto do El Niño na região do Pantanal está associado à elevação das temperaturas
médias na região, mas não à falta de chuvas no bioma, pelo menos de forma decisiva. Em relação ao La Niña, não há estudos conclusivos sobre como tal fenômeno poderá influenciar a climatologia do Pantanal a partir de maio. Portanto, poderão acontecer períodos chuvosos ou secos”, apontou o relatório emitido pelo CHN-6, sediado em Ladário.

“O período chuvoso do Pantanal vai de outubro a abril/maio, quando o nível dos rios sobe após a época de estiagem. Até o presente momento, foi observada uma fraca recuperação dos rios da bacia do Paraguai, por conta do pouco volume de precipitação na região”, complementou a análise.

Para apuração dos dados pesquisados, houve estudos envolvendo dois pontos do Rio Paraguai. Em um deles, em Cáceres (MT), onde ficam as nascentes, as médias históricas entre 2000 e 2021 mostraram chuva de 219 mm no período de dezembro a fevereiro. Com relação ao biênio 2023-2024, essa média mensal não ultrapassou os 146 mm. Já no território sul-mato-grossense, na cidade de Porto Murtinho, onde está a outra ponta do rio analisada, a chuva também ficou abaixo do que era observado entre 2000 e 2021.

“Ao observar os dados apresentados, conclui-se que a bacia do Rio Paraguai apresenta um deficit pluviométrico considerável. Tal fato se reveste de grande relevância, uma vez que o baixo nível do Rio Paraguai pode causar limitações à navegação na Hidrovia Paraná-Paraguai (HPP), bem como aumento significativo da ocorrência de incêndios e de outros desastres ambientais no Pantanal”, identificaram os especialistas, apontando para os impactos econômicos, ambientais e sociais desse cenário.

“Para os próximos meses, estão previstas temperaturas acima da média, mas com chuvas dentro da climatologia esperada para a região nesse período”, adicionaram.

A condição mais favorável para os incêndios florestais é uma das grandes preocupações. Analisando o cenário local, Mato Grosso do Sul está no gráfico da seca moderada a severa – situação acarretada pelos níveis baixos de precipitação, pelas temperaturas elevadas e pela evaporação da umidade do solo em velocidade maior do que o comum para a época. Esses dados são referenciados por meio do estudo do Índice Integrado de Seca (IIS), que é construído a partir dos estudos do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), em conjunto com o Inpe, a Noaa e a Nasa, a agência espacial norte-americana.

Para fins de comparação, o esperado para chuvas em MS neste ano é de 700 mm a 800 mm, volume parecido ao que ocorreu em 2020 (875 mm) e em 2021 (730 mm). Naqueles anos, houve registro recorde de incêndios florestais no Pantanal.

“A CPRM prevê que o nível máximo do Rio Paraguai esse ano, medido na régua de Ladário-MS, ocorra entre o final de maio e começo de junho, com a máxima variando em torno de 1,50 m. Ressalta-se que é uma projeção baseada em dados históricos e não em modelos de previsão hidroclimáticos”, alertou o documento. 

“Em relação a cota mínima, a CPRM prevê que o nível do rio possa variar de forma semelhante ao que ocorreu em 2020, quando atingiu -0,32 m em Ladário. Porém, caso as chuvas sejam menos volumosas que o previsto, o nível do Rio Paraguai pode alcançar valores ainda mais baixos, como os ocorridos em 1964 (-0,61 m), 1971 (-0,57 m) ou 2021 (-0,60 m)”, continuou o documento.

O que resta para tanto, conforme as instituições que atuam com a mitigação de desastres, são medidas de cautela por parte das políticas públicas, tanto em Mato Grosso do Sul quanto em Mato Grosso. Em ambos os estados, ainda não houve, por exemplo, determinação para proibir queimadas para manejo de áreas.

SAIBA

Previsão do relatório é de que a temporada de chuvas tenham um acumulado de, no máximo, 800 milímetros no Pantanal, o que deve prejudicar o bioma e impactar também a navegabilidade no Rio Paraguai e nos demais afluentes pertencentes à bacia.

INFÂNCIA SEGURA

Perigos das férias escolares; da alimentação a riscos dentro e fora de casa

Dra. Kamilla Moussa, pediatra da Unimed Campo Grande, dá dicas para os pais curtirem o descanso dos filhos em segurança

21/12/2024 18h00

Pedriatra confirma aumento nos atendimentos, já que férias podem resultar em acidentes, infecções ou questões relacionadas à alimentação

Pedriatra confirma aumento nos atendimentos, já que férias podem resultar em acidentes, infecções ou questões relacionadas à alimentação Arquivo/Ilustração

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Período em que os pequenos se vêem livres do ambiente escolar, as férias das crianças costumam deixar os pais de cabelo em pé e, seja por traumas ou outras doenças, os atendimentos pediátricos têm aumento nessa época entre os anos, então por isso é preciso estar atento os perigos que existem dentro e fora de casa. 

Em entrevista ao Correio do Estado, a Dra. Kamilla Moussa, pediatra da Unimed Campo Grande, confirma que é comum observer um aumento nos atendimentos pediátricos durante as férias escolares.

"Isso se deve à maior exposição das crianças a atividades ao ar livre, viagens e mudanças na rotina, que podem resultar em acidentes, infecções ou questões relacionadas à alimentação", afirma a Dra. 

Conforme a pediatra, há uma série de casos mais comuns nesse período de férias, por conta das exposições vividas pelos pequenos, que costumam inclusive ter "endereço certo", como bem alerta a profissional, como por exemplo: 

  • Traumas e fraturas: devido a brincadeiras em parques, atividades esportivas e quedas.
  • Afogamentos: em praias, piscinas ou balneários.
  • Queimaduras: relacionadas ao manuseio de fogos de artifício, churrasqueiras ou líquidos quentes.
  • Viroses: por contato mais frequente com outras crianças ou devido a mudanças alimentares que afetam a imunidade.

Perigos em casa

Com os pequenos mais tempo em casa e, consequentemente, os pais tendo que se desdobrar entre os cuidados com os filhos e a casa, as quedas de móveis; escadas ou andadores costumam ser comum e estar no topo dos acidentes mais comuns do período. 

Entranto, os perigos do lar não se resumem à isso, podendo até mesmo o fogão, ferro, líquidos quentes ou tomadas desprotegidas serem os causadores de queimaduras, por exemplo, além de outros riscos. 

São os casos dos afogamentos ou asfixias, que podem acontecer em baldes, tanques ou banheiras, mesmo com pouca quantidade de água, ou mesmo pela ingestão de objetos, brinquedos inadequados para a idade ou sacos plásticos.

Riscos ao ar livre

Da porta para fora também é preciso ter cuidados, quase que redobrados, já que, para além do já citado perigo de afogamento, ao qual as crianças ficam mais sucetíveis ainda em praias, rios e piscinas, há riscos ligados à picada de instos, por exemplo, ou mesmo acidentes com objetos cortantes ou perfurantes, como pedaços de vidro ou conchas, indica Camilla. 

Por isso, a pediatra alerta que os pais devem permanecer em supervisão constante; usar repelentes e roupas seguras, para evitar alguns desses problemas durante as férias. 

Além do risco de afogamento, a Dra. Camilla aponta demais riscos, bem como as medidas de segurança que os pais podem e/ou devem adotar. 

  • Exposição ao sol| Protetor solar adequado, chapéus e roupas leves são indispensáveis para evitar queimaduras e insolação.
     
  • Desidratação| Garantir hidratação frequente com água ou sucos naturais.
     
  • Infecções de pele| Como micoses devido ao contato prolongado com a umidade.
     
  • Cansaço extremo: Manter pausas regulares durante atividades para evitar exaustão.

Em complemento, ela cita ainda um perigo considerado quase invisível, já que está ligado à alimentação dos pequenos, à qual os pais também precisam estar ligados para não afetar a saúde dos filhos. 

"Sim, exageros com a comida são comuns, as crianças podem consumir: doces e alimentos gordurosos em excesso, levando a problemas digestivos como dor de estômago, vômitos ou diarreia. Bebidas açucaradas em excesso, que agravam quadros de desidratação em dias quentes, ou ainda algum tipo de alimento que pode estar malconservado, aumentando o risco de intoxicação alimentar".

Nesse sentido, durante a visita à praias ou balneários, há também o risco de que o pequeno consumo alguma quantidade de água contaminada, com a pediatra indicando que é preciso evitar justamente a ingestão e contato prolongado com qualquer área do tipo que seja considerada suspeita. 

"Durante as férias, a supervisão constante é essencial. É um período de diversão, mas os riscos aumentam pela maior liberdade nas atividades. Reforçar regras de segurança e manter um kit de primeiros socorros em casa e durante passeios pode evitar complicações", conclui a pediatra.

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TRAGÉDIA | MG

Com 38 mortes, acidente em rodovia federal é o maior desde 2007, diz PRF

Através das redes sociais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva lamentou o acidente rodoviário

21/12/2024 17h30

Segundo a PRF, número de mortos pode ser maior, uma vez que o incêndio dificulta a localização de vítimas nos destroços.

Segundo a PRF, número de mortos pode ser maior, uma vez que o incêndio dificulta a localização de vítimas nos destroços. Reprodução/Corpo de Bombeiros MG

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Ainda nas primeiras horas deste sábado (21), uma batida envolvendo um ônibus e uma carreta, na rodovia BR-116, já é considerado o maior acidente rodoviário, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), já que pelo menos 38 morreram. 

Com o passar do dia, os números de vítimas fatais foram subindo, sendo inicialmente divulgado a morte de 22 pessoas, que após atualizações do Corpo de Bombeiros subiu para 38. 

Esse acidente foi registrado ainda durante a madrugada, por volta de 03h, na altura da cidade de Teófilo Otoni, em Minas Gerais. 

Segundo os bombeiros, 37 corpos já foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), sendo que uma 38ª vítima morreu no hospital. Conforme a PRF esse é o maior acidente rodoviário desde 2007.

Mensagem da presidência

Através das redes sociais, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva lamentou neste sábado (21) o acidente rodoviário que deixou mais de 30 mortos durante a madrugada em Teófilo Otoni (MG).

Entenda

Informações repassadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), indicam que esse acidente foi causado depois que um grande bloco de granito, trasnportado pela carreta em questão, se desprendeu do veículo e bateu em um ônibus de viagem. 

Vindo no sentido contrário, com o impacto da rocha, segundo a PRF, o ônibus se incendiou e um terceiro carro, de passeio, também se chocou contra a carreta e seus três ocupantes ficaram gravemente feridos.

Nas palavras da própria PRF, esse número de mortos pode ser maior, uma vez que o incêndio dificulta a localização de vítimas nos destroços.

 

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