Cidades

CAMPO GRANDE

Para acabar com enchentes são necessárias seis barragens

Plano Diretor de 2008 previa necessidade de 12 obras de contenção de água da chuva

FÁBIO ORUÊ

30/09/2019 - 09h42
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Os campo-grandenses enfrentam há anos os problemas de enchentes e suas consequên­cias devastadoras. Alguns pontos da cidade, como a Avenida Nelly Martins – a Via Park – ou o cruzamento da Rua Rachid Neder com a Avenida Ernesto Geisel, ainda alagam quando o volume de chuva é grande, mas com pouco tempo de duração, o que sobrecarrega os canais dos córregos e rios.

O superintendente da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), Mehdi Talayeh, explicou que as barragens de contenção retardam o fluxo de água para dar tempo de evasão. “Elas servem para segurar a velocidade da água que está descendo pelo canal, para dar tempo do restante escoar”, disse.

Talayeh afirmou também que, por falta de capacidade dos canais de suportar o volume de água, eles acabam transbordando e provocando os alagamentos. O problema seria resolvido com a construção das seis barragens previstas no Plano Diretor de Drenagem Urbana, de 2008, que planejava a obra de 12 barragens na Bacia do Prosa, mas depende da captação de recursos, o que ainda está em trâmite. 

OBRAS

Conforme o engenheiro da Central de Projetos da Prefeitura de Campo Grande e ex-secretário municipal de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Marcos Cristaldo, seis já foram construídas e a outra metade ainda precisa de recursos. “Essas barragens começaram a ser executadas em 2005. Ainda assim, algumas obras foram feitas por compensação ambiental pela iniciativa privada”, disse ele, que citou a última barragem construída, dentro da Praça das Águas, localizada nos altos da Avenida Afonso Pena, que foi feita pelo Shopping Campo Grande em parceria com a prefeitura.

A represa tem capacidade de reter de 23 mil metros cúbicos de água. 

Mas as contenções construídas não são suficientes para impedir as enchentes nas principais vias da Capital. Há quase um ano, no período de chuvas mais intensas – que está próximo de recomeçar este ano –, os moradores de Campo Grande sofreram com a água que invadiu as ruas e suas casas. Na época, o Correio do Estado mostrou vários carros que foram arrastados por conta dos alagamentos provocados pela chuva, principalmente nas avenidas Nelly Martins e Ernesto Geisel.

CAOS

Na Via Park, o córrego transbordou e a água invadiu parte da pista próximo à Avenida Afonso Pena. Veículos que estavam estacionados foram invadidos pela água e outros que passavam pelo local foram arrastados pela enxurrada. Alguns motoristas se arriscaram a passar pelo trecho e ficaram presos no alagamento. Agentes da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran) foram ao local para orientar os motoristas a pegar desvios e evitar passar pelo trecho.

No Parque das Nações Indígenas, o lago também transbordou e se juntou às águas da região do Sóter. Um funcionário do local, que não quis ser identificado, disse que nunca havia visto “algo assim antes”. Duas árvores caíram no parque, sendo uma dentro da reserva e outra no estacionamento. Na Avenida Ernesto Geisel, o Rio Anhanduí transbordou e vários carros foram arrastados pelas águas. Também houve alagamento na Rua Rachid Neder e nas avenidas Fernando Corrêa da Costa e Mascarenhas de Moraes.

Na Rua 25 de Dezembro, no Bairro São Francisco, ainda na região central, o asfalto que havia sido colocado na via em serviços de recapeamento saiu quase que por inteiro, abrindo verdadeiras crateras. Toda a situação se repetiu ao menos em duas outras chuvas na Capital, em fevereiro e março deste ano.

Nos últimos 60 dias, período em que praticamente não choveu, a Sisep executou uma série de ações para melhorar a vazão dos córregos, além da limpeza e desobs­trução de parte da rede de drenagem.

As ações preventivas preparam a cidade para o período de chuva mais intenso a partir de outubro, conforme Talayeh. “[Nós fizemos] limpeza dos canais de água, melhorando a parte da drenagem, retirando vegetação, entulhos, sujeiras. Mas a gente ainda não está 100% preparado”, contou.

ônibus

Motoristas terão aumento de 8% e Capital não terá paralisação

Consórcio Guaicurus aceitou dar ganho real para os seus trabalhadores; o reflexo da negociação, porém, só será sentido em março de 2025, depois que a passagem subir

26/11/2024 09h00

Motoristas de ônibus terão 8% de aumento na folha de fevereiro, paga em março

Motoristas de ônibus terão 8% de aumento na folha de fevereiro, paga em março Foto: Gerson Oliveira

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Após reunião realizada ontem, os trabalhadores do transporte deixaram o encontro com um reajuste de 8% no salário, porcentual considerado bom para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo e Urbano de Campo Grande (STTCU-CG), Demétrio Freitas. “A única coisa que foge ao nosso desejo é o parcelamento. Gostaríamos que a aplicação fosse imediata”, disse.

O parcelamento a que Freitas se refere é um pagamento retroativo do porcentual de reajuste que incidirá nas folhas de dezembro e janeiro e na fração de 1/12 do 13º salário deste ano.

O Consórcio Guaicurus prometeu no acordo, que deve ser homologado na Justiça do Trabalho, o pagamento do aumento a partir da folha de fevereiro e dos valores retroativos nessa mesma folha. A folha de fevereiro é paga até o quinto dia útil de março.

Com o acordo fechado ontem, o salário-base da categoria salta de R$ 2.749,00 para R$ 2.965,00. Já o vale-alimentação dos motoristas de ônibus passa de R$ 250,00 para R$ 350,00.

Outras reivindicações foram mantidas, como a atuação do plano de assistência médica, a manutenção do plano odontológico e a permanência do vale-gás, que é pago uma vez a cada dois meses. Já a participação nos lucros e resultados (4%), que é feita semestralmente, também foi mantida.

“Foi uma negociação desgastante, mas foi boa. Tivemos um ganho real de quase 4%”, afirmou Freitas.

SEM PARALISAÇÃO

O acordo põe fim à ameaça de paralisação no transporte coletivo de Campo Grande, que ecoava desde a semana passada. O motivo era de que o Consórcio Guaicurus ainda não havia se disposto a conversar sobre o reajuste com a categoria, às vésperas da data-base. 

A ameaça de paralisação também seria uma forma de o concessionário pressionar o município de Campo Grande, poder concedente, com o qual o Consórcio Guaicurus tem várias frentes de batalha na Justiça.

Para citar duas, há ações para trazer a data-base de reajuste da passagem de ônibus de volta para outubro, além de uma outra mais ampla, em que o concessionário pretende uma revisão contratual.

ATRASO 

O Consórcio Guaicurus chegou a ter uma vitória no primeiro trimestre para antecipar a data-base, porém, por meio de uma ação rara, em que é possível ser usada apenas pelo titular do Poder Executivo, a prefeita reeleita Adriane Lopes (PP) conseguiu impedir dois reajustes no mesmo ano, graças à decisão do presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) Sérgio Martins, atualmente afastado de suas funções após a deflagração da Operação Ultima Ratio.

Sem essa decisão, o município seria obrigado a conceder dois reajustes para o transporte coletivo da Capital no mesmo ano – sendo o último deles outubro, mês do segundo turno das eleições municipais.
Quando o contrato de concessão foi assinado, em outubro de 2012, ficou aquele mês estabelecido como a data-base para o reajuste da tarifa.

Mais de 12 anos depois, todos os prefeitos de Campo Grande que ocuparam o cargo atrasaram a data, sempre temendo a reação da população com uma medida tão impopular. Neste ano, a passagem 
de ônibus foi reajustada apenas no mês de março.

Saiba

Negociação pode ser “spoiler” da tarifa 

A condição vantajosa dada pelo Consórcio Guaicurus indica a disposição, nos bastidores, de o município conceder um aumento de tarifa acima da inflação.

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Previsão do tempo

Confira a previsão do tempo para hoje (26) em Campo Grande e demais regiões de Mato Grosso do Sul

Mesmo com calorão, há previsão de tempestade na região pantaneira

26/11/2024 04h30

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado

Recomenda-se a ingestão de muita água, devido ao calor e tempo seco no estado Arquivo

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Nesta terça-feira (26), a previsão indica tempo firme, com sol e variação de nebulosidade devido a atuação do sistema de alta pressão atmosférica que favorece o tempo quente e seco.

As temperaturas estarão em elevação e altas podendo atingir valores de 33° a 40°C. Além disso, esperam-se baixos valores de umidade relativa do ar, entre 15% e 35%. Por isso recomenda-se beber bastante líquido, umidificar os ambientes e evitar exposição ao sol nos horários mais quentes e secos do dia. Devido ao aquecimento diurno não se descartam pancadas de chuvas isoladas.

Os ventos atuam do quadrante norte (norte/nordeste) com valores entre 40 km/h e 60 km/h. Pontualmente, podem ocorrer rajadas de vento acima de 60 km/h.

Confira abaixo a previsão do tempo para cada região do estado: 

  • Para Campo Grande, estão previstas temperatura mínima de 25°C e máxima de 36°C. 
  • A região do Pantanal deve registrar temperaturas entre 25°C e 36°C. Podem ocorrer tempestades.
  • Em Porto Murtinho é esperada a mínima de 27°C e a máxima de 39°C. 
  • O Norte do estado deve registrar temperatura mínima de 24°C e máxima de 36°C. 
  • As cidades da região do Bolsão, no leste do estado, terão temperaturas entre 23°C e 36°C. 
  • Anaurilândia terá mínima de 23°C e máxima de 38°C. 
  • A região da Grande Dourados deve registrar mínima de 22°C e máxima de 38°C. 
  • Estão previstas para Ponta Porã temperaturas entre 22°C e 35°C. 
  • Já a região de Iguatemi terá temperatura mínima de 22°C e máxima de 37°C. 

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