Novo patrocinador do Flamengo, um dos maiores planos de saúde do país, o grupo Hapvida, criado no Ceará, recebeu uma série de benefícios fiscais em Campo Grande.
A exposição nacional da marca ganhou mais notoriedade nesta quinta-feira (31) no jogo contra o Atlético-MG, no Maracanã, pela partida de ida das oitavas de final da Copa do Brasil, onde a empresa estampou a camisa rubro-negra pela 1ª vez após acordo sobre contrato de patrocínio que prevê o pagamento de R$ 23,8 milhões por ano ao clube carioca. Ao fim do vínculo de três anos, o valor total investido pela empresa chegará a R$ 71,4 milhões.
O grupo estampará a parte superior das costas das camisas de jogo, treino e aquecimento do time profissional e do sub-20.
Empresa estampou camisa utilizada pelo Flamengo nesta quinta-feira / Foto: Divulgação FlamengoPara atrair os investimentos do grupo na Capital, a administração campo-grandense concedeu em abril, uma série de incentivos fiscais ao grupo, entre eles: Isenção do IPTU por dois anos; Redução de 60% no ISSQN, que passará de 5% para 2% sobre o valor dos serviços prestados durante seis anos; Isenção da tarifa de iluminação pública por dez anos; Isenção de tributos sobre os processos de alvará e licenciamento necessários ao planejamento, instalação e funcionamento da empresa, pelo período de quatro anos.
Conforme publicação em edição do Diário Oficial da Prefeitura de Campo Grande (Diogrande) à época, a empresa, em parceria com a Canadá Administradora de Imóveis, prometeu investir R$ 100 milhões e gerar 456 empregos diretos na prestação de serviços médico-hospitalares, com previsão de faturamento de R$ 55,2 milhões por ano.
O grupo promete fazer investimentos milionários na cidade, onde a Unimed domina há décadas o mercado da saúde privada.
Segundo a mesma publicação oficial, a empresa informa que não emprega ninguém diretamente em Campo Grande, embora atue na cidade há cerca de cinco anos e conte com uma rede de prestadores de serviços e alguns laboratórios próprios. A Hapvida também não possui hospital próprio na capital sul-mato-grossense, mesmo após ter absorvido os beneficiários do plano São Francisco.
Os benefícios foram aprovados por unanimidade pelos integrantes do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Codecon) durante reunião realizada em 28 de março.
Criada em 1991 e com capital social de quase R$ 10 bilhões, segundo dados divulgados no Diogrande, a Hapvida se apresenta como “a maior operadora de saúde do Brasil”, contando com mais de 15,8 milhões de beneficiários em planos de saúde e odontologia, além de 37 mil colaboradores espalhados em praticamente todos os estados do país.
Na ocasião, a reportagem do Correio do Estado procurou a Prefeitura de Campo Grande, que concedeu os incentivos fiscais, para questionar as justificativas e os compromissos assumidos pela empresa. Em resposta, a administração municipal foi vaga, afirmando:
"Trata-se de incentivos aprovados pelo Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico (Codecon), que tem a responsabilidade de analisar e deliberar sobre a concessão dos incentivos fiscais e extrafiscais solicitados ao Município, conforme a Lei Complementar n. 418/21 e demais legislações vigentes. O processo foi submetido à análise do Codecon, conforme estabelece o Art. 25, Inciso I, da Lei Complementar n. 418/21, para deliberação sobre a concessão dos incentivos solicitados.", destacou a prefeitura à época.
A reportagem tentou novo contato com a Hapvida, contudo não obteve retorno. O espaço segue aberto.


