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Pedágio na BR-163 poderá ter aumento "extra"

Valor poderá ser aumentado com base na execução de obras previstas no novo contrato de concessão da rodovia

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Os usuários da BR-163 vão pagar um “extra” na tarifa de pedágio por obras realizadas na rodovia com a repactuação da concessão com a CCR MSVia, fazendo com que o valor ultrapasse, no caso da pista duplicada, os R$ 19,67 a cada 100 quilômetros no quarto ano, podendo atingir R$ 20,42. Isso vai ocorrer porque os porcentuais de aumento por execução de melhorias são acumulativos.

Além da elevação de 33,78% no primeiro ano, com o valor cobrado passando dos atuais R$ 7,52 a cada 100 km para R$ 10,06, será cobrado um adicional por obra sobre a tarifa que estiver em vigor: 30% por duplicação e 15% por terceira faixa, além de mais 1% a 5% por outras obras, tanto nas pistas simples quando nas duplicadas ou com uma faixa a mais. 

Esses critérios que oneram o motorista que vai trafegar pela estrada constam no acordo consensual aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no dia 13 de novembro, no qual foi permitido que a CCR MSVia continue administrando a rodovia até 2054, desde que invista R$ 16,99 bilhões, sendo R$ 9,29 bilhões em obras e melhorias e mais R$ 7,7 bilhões na operacionalização da rodovia.

No termo de autocomposição (termo técnico do documento que estabelece regras e condições do acordo que será assinado) consta que, do total a ser investido, a concessionária deverá aplicar pelo menos R$ 1,087 bilhão na duplicação de 203 km, considerando o valor do quilômetro em R$ 5,358 milhões. 

Em três anos a proposta é de duplicar 75 km, chegando a 80,04 km até 2039, com investimentos de R$ 411,3 milhões. Entre 2039 e 2044, mais 87,38 km de pistas duplas serão construídos, com investimentos de R$ 511,9 milhões. No período de 2045 a 2049, mais 11,12 km de duplicação, com aplicação de R$ 56,5 milhões, e, entre 2050 e 2054, outros 34,48 km, com investimento de R$ 108 milhões. 

Outros R$ 8,203 bilhões serão aplicados em todas as obras previstas, entre elas: 147,77 km de terceiras faixas; 22,99 km de vias marginais; 467,40 km de melhoria de acostamentos; implantação de 22,64 km de contornos em pista simples e 6,19 km de contornos em pista dupla; melhorias em 379 acessos; implantação ou melhoramento de 180 dispositivos; e construção de 22 passarelas.

No entanto, esses investimentos vão ser afetar o bolso dos usuários como um adicional, mesmo com o degrau tarifário. É que, além do aumento anual estipulado no contrato, que começa com R$ 10,06 a cada 100 km de pista simples no primeiro ano, chega a R$ 12,60 a cada 100 km no ano seguinte e atinge o valor cheio de R$ 15,13 a cada 100 km no quarto ano (equivalente a 2,01 vezes o valor atual), os motoristas pagarão um porcentual sobre essas tarifas para cada obra realizada. 

Para a pista duplicada, serão 30% a mais na tarifa, que poderá ter um porcentual maior aplicado se no mesmo trecho houver um conjunto de obras (como acostamentos, acessos, dispositivos, contornos), majorando o pedágio em 5%. Desta forma, o valor do pedágio vai aumentar 35%, com o valor cobrado a cada 100 km chegando a R$ 20,42 no quarto ano de concessão. 

Outros investimentos, como contornos, ocasionam a reclassificação de toda a tarifa, mas em porcentuais menores: 1% ou 1,6% para cada contorno e 5% para a conclusão de todas as demais melhorias (acostamentos, acessos, dispositivos). 

No acórdão do TCU, consta que “os degraus tarifários não se confundem com a reclassificação tarifária. A reclassificação tarifária, como mecanismo de estímulo à execução de investimentos de ampliação de capacidade, consiste na majoração da tarifa apenas para o trecho ampliado (nos casos de duplicação ou de implantação de novas faixas)”, diz trecho do acórdão.

“O degrau tarifário, por outro lado, é uma transição entre o patamar tarifário atual, de R$ 7,52/100 km (pista simples), para o patamar final, de R$ 15,13/100 km, a fim de não causar um acréscimo brusco na tarifa. Está condicionado à conclusão das obras previstas naquele ano, mas não tem relação de proporcionalidade com elas”, continuou. 

“Por exemplo, o primeiro ano prevê degrau tarifário de 33,78% com a entrega de 6,12 km de terceiras faixas (4,14% do total), 1,04 km de vias marginais (4,54% do total) e 5,66 km de duplicação (2,79% do total)”, completou, sendo destacado pelo ministro relator, Aroldo Cedraz, que “esses trechos contarão com suas reclassificações tarifárias, independentemente dos degraus [tarifários]”.

PENALIDADE

Matéria publicada pelo Correio do Estado no mês passado mostrou que, apesar desses benefícios, o governo federal afirmou, durante a apresentação do Programa de Otimização de Contratos de Concessão de Rodovias, que a CCR MSVia poderia perder o direito de reajustar a tarifa de pedágio se deixar de executar as obras do novo contrato de concessão nos primeiros três anos de administração da BR-163. 

De acordo com o Ministério dos Transportes, uma das principais diferenças entre a repactuação via otimização de contrato e uma relicitação é o aproveitamento de projetos já existentes e licenciamentos válidos. 

Com isso, as novas obras devem ser iniciadas em até 30 dias após a assinatura dos termos aditivos, um processo que poderia levar quatro anos ou mais em uma relicitação, uma vez que é preciso aguardar o término dos contratos vigentes para a abertura de um novo edital de licitação, independentemente da urgência e da relevância do empreendimento. 

A CCR MSVia só vai subir o pedágio para R$ 10,06 a cada 100 km no primeiro ano com as novas regras da concessão (mais adicionais por obra executada), caso a execução atinja os parâmetros definidos na solução consensual, que teve suas regras estipuladas pela Portaria nº 848, de 25 de agosto de 2023, quando foi estabelecida a tarifa a ser cobrada.

A portaria define que o novo contrato deverá prever “mecanismo de reclassificação tarifária vinculada à execução de obras”, como vai ser na repactuação da concessão da BR-163 com a CCR MSVia, “além de definir um período de transição de três anos, com execução de obras e serviços suficientes para garantir a qualidade, a fluidez e segurança da rodovia”. 

Também estará proibida a distribuição de dividendos aos acionistas, a transferência de controle acionário e a comprovação de que existem financiamentos ou aportes prévios dos acionistas como “garantia da execução das obras”. 

O texto estipula que o descumprimento do cronograma do novo termo aditivo no prazo de três anos em dois períodos trimestrais, consecutivos ou não, vai ocasionar “a extinção automática do termo aditivo vigente; o retorno do contrato a todas as condições originais, com aplicação imediata dos descontos de reequilíbrios represados; a instauração automática do processo de caducidade”. 

Como precaução a uma possível irregularidade, a portaria determina que “os estudos contratados para nova licitação e assunção de novo operador permanecerão em andamento durante o período de transição”.

Saiba

Os investimentos em novas obras devem alcançar R$ 1,21 bilhão no primeiro ano de concessão, chegando a
R$ 2,15 bilhões em três anos e a R$ 9,64 bilhões até 2054. Com esses recursos, deverão ser entregues no primeiro ano 6,12 km de terceiras faixas (4,14% do total previsto), 1,04 km de vias marginais (4,54% do total) e 5,66 km de pistas duplas.

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18.º ENPJ

Encontro da cúpula do Judiciário traz ministros do STF a Campo Grande

Promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), evento Nacional do Poder Judiciário reúne ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin palestrante Leandro Karnal

02/12/2024 09h47

Para esse 18ª edição, representantes dos 91 tribunais brasileiros avaliam a estratégia nacional do Judiciário

Para esse 18ª edição, representantes dos 91 tribunais brasileiros avaliam a estratégia nacional do Judiciário Reprodução/TRE-SP

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Promovido pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a 18ª edição do Encontro Nacional do Poder Judiciário - que acontece entre hoje (02) e amanhã (03) em Campo Grande - traz para a Cidade Morena dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

No Centro de Convenções Arquiteto Rubens Gil de Camillo, a programação do evento é voltada para a temática: comunicação, tecnologia e sustentabilidade, com abertura oficial feita pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)  e do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Ministro Luís Roberto Barroso começa sua fala, às 18h (pelo horário local de Mato Grosso do Sul), com um balanço de 1 ano de gestão, que antecede conferência com Leandro Karnal abordando: "ética, direito e justiça num mundo em transformação". 

Para esse 18ª edição, representantes dos 91 tribunais brasileiros avaliam a estratégia nacional do Judiciário, com objetivo de aprovar as Metas Nacionais que vão direcionar o trabalho em 2025. 

Esse Encontro Nacional, desde 2008, une o Judiciário em torno de causas comuns da Justiça e já no início pretendia reunir presidentes dos tribunais para unificar as diretrizes de atuação através de cooperação mútua.

Importante esclarecer que esse encontro, formalizado através de resoluções aprovadas no Conselho Nacional de Justiça, é regido por diretrizes específicas, que você pode acessar CLICANDO AQUI. 

18.º ENPJ

Após encerramento das atividades do 1º dia, que termina com show musical e coquetel após às 22h, a programação retorna já às 9h30 desta terça-feira (03), trazendo um panorama dos Tribunais Superiores com: 

  • Ministro Luís Roberto Barroso (STF),
  • Ministro Edson Fachin (STF),
  • Ministro Herman Benjamin (STJ),
  • Ministro Joseli Parente Camelo (STM), 
  • Ministro Aloysio Corrêa da Veiga (TST)

Tendo como público-alvo presidentes e corregedores de tribunais; membros da Rede de Governança Colaborativa do Judiciário; responsáveis pela Gestão Estratégica e servidores da área de estatística, logo às 10h30 está marcado o "Prêmio CNJ de Qualidade de 2024", com intervalo de de almoço reservado a partir das 12h30, antecedendo reuniões setoriais marcada para as 14h.

Depois disso, às 16h30 o Ministro Luís Roberto Barroso traz o painel “tecnologia, comunicação e sustentabilidade: caminhos para o futuro do Poder Judiciário”. 

Em seguida o presidente do CNJ anuncia as metas nacionais do Poder Judiciário para 2025, antes da palestas de encerramento que será ministrada pelo Ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). 

Metas 2025

Cabe apontar que duas reuniões preparatórias acontecem durante o ano, para consolidação das Metas Nacional do Poder Judiciário, que neste ano somam 10 propostas para 2025. 

Celeridade no julgamento dos processos, bem como apreciação das causas mais antigas ainda são as metas mais antigas e permanentes, porém entre as propostas ainda aparecem: 

  • Estímulo à conciliação, 
  • Julgamento dos processos ligados aos crimes contra a Administração Pública e 
  • Redução da taxa de congestionamento da Justiça 

Cabe ressaltar que nesse contexto há metas que abordam: compromisso com a questão ambiental, como por priorizar julgamento de processos ligados a direitos de comunidades indígenas e quilombolas; ao feminicídio e violência doméstica e família, sendo que todas serão votadas durante o Encontro. 

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MEIO AMBIENTE

Rio Paraguai viverá seca em tempo de cheia

Com a situação avaliada como crítica, existe possibilidade de criação de uma taxa extra para custear ações emergenciais para fornecimento de água na região

02/12/2024 09h30

Falta de chuvas na região afetou a captação de água do rio para distribuição para as cidades de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho

Falta de chuvas na região afetou a captação de água do rio para distribuição para as cidades de Corumbá, Ladário e Porto Murtinho Foto: Rodolfo César

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O período de normalidade com chuvas e retorno das águas no Pantanal vem sendo acompanhado com precaução pelas autoridades brasileiras. A Agência Nacional das Águas (ANA) identificou, a partir do cruzamento de dados meteorológicos, que a anomalia negativa de seca persiste para a região hidrográfica do Paraguai, com predominância de seca grave. Esse indicativo sinaliza que o período de cheia ainda não vai chegar para a região pantaneira em 2024-2025.

Durante reunião deliberativa ordinária da Diretoria Colegiada da ANA, esse diagnóstico foi ressaltado. 

“A previsão para outubro a dezembro de 2024, elaborada pelo Inmet/CPTEC/Funceme, indica uma indefinição quanto ao cenário de precipitação para a região hidrográfica do Paraguai, com indicativos de possibilidade de atraso no início da estação chuvosa”, apontou o alerta. 

“Em decorrência das precipitações significativamente abaixo da média, os níveis dos rios nas estações de monitoramento da bacia ao longo do período seco atingiram valores próximos ou inferiores aos mínimos do histórico”, completa o alerta.

A condição de indefinição resultou na prorrogação da situação crítica de escassez hídrica no Pantanal para 31 de janeiro de 2025, conforme previsto na Nota Técnica Conjunta nº 10/2024, de 12 de novembro. 

Nesse colegiado de avaliação dos recursos hídricos pantaneiros, um dos principais debates que ocorreram no fim de novembro foi que os vários usos de água podem sofrer diferentes impactos.

“O cenário é preocupante aos usos múltiplos dos recursos hídricos, em especial sobre as estruturas das captações para abastecimento de água, e os usos de navegação, aproveitamento hidrelétrico a fio d’água e atividades de pesca, turismo e lazer”, alertou o colegiado.

Atualmente, os procedimentos determinados sobre o uso de água, conforme a ANA, envolvem identificação dos impactos e averiguação de medidas de prevenção e mitigação. Por conta disso, técnicos da agência fizeram visitas entre a penúltima e a última semana de novembro a Corumbá para realizar diferentes medições e coletas.

Também está em estudo uma definição sobre regras especiais de uso da água e operação de reservatórios que não estão contidas nas atuais outorgas concedidas. A possibilidade de criação de taxa extra é uma das hipóteses em averiguação. 

“Permitir que entidades reguladoras e prestadoras de serviços de saneamento adotem mecanismos tarifários de contingência com o objetivo de cobrir custos adicionais decorrentes da escassez, conforme previsão do artigo 46 da Lei nº 11.445 de 2007”, reconheceu o relatório.

Essas situações de alerta já foram compartilhadas com o governo do Estado. Em Corumbá, Ladário e Porto Murtinho, por exemplo, o fornecimento de água para a população depende do Rio Paraguai. A estatal Sanesul é quem atua nas três cidades. 

Em Corumbá, a empresa já instalou um sistema especial para conseguir captar água do rio, mesmo com níveis mais baixos. Esse plano de contingência já está em funcionamento desde outubro deste ano.

Sem mencionar a situação de possível aumento de tarifa, o titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), Jaime Verruck, já adiantou que a situação crítica no Pantanal e a prorrogação de escassez é um tema que vem sendo acompanhado com atenção. 

Ele abordou o tema durante o 2º Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, que ocorreu no Sebrae, em Campo Grande, no dia 27 de novembro.
O Colegiado da ANA volta a se reunir hoje para analisar o cenário do Pantanal e a escassez no País. No dia 6, a Sala de Crise do Pantanal terá reunião para avaliar o período de chuvas de novembro e discutir prognóstico para este mês e parte de janeiro. 

Os relatórios vão ser encaminhados para o Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil para que o processo de declaração de situação de calamidade ou emergência por seca nos municípios pantaneiros possam ser reconhecidos nacionalmente, bem como projetos apresentados pelas prefeituras, para que possam receber recursos federais.

31/1/2025

Escassez hídrica 

Por conta de cenário nada animador em relação às chuvas na bacia do Rio Paraguai, a Agência Nacional das Águas prorrogou para 31 de janeiro o decreto de escassez hídrica na região.

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