Cidades

Brasil - Paraguai

Pelo menos 7 mil pessoas cruzam
a fronteira para estudar medicina

Número de inscritos com diploma paraguaio no Revalida saltou de 9 para 215

TAINÁ JARA e RENATA PRADINI

13/03/2017 - 14h26
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Mensalidades bem menores e facilidade de acesso, levam ao menos 7 mil brasileiros a cruzarem a fronteira de Mato Grosso do Sul, com o departamento de Amambay, no Paraguai, para realizar o sonho de cursar medicina. A frequente procura pelo país, como alternativa para aquisição de diploma na área, impacta sobre os números do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeiras (Revalida), cuja aprovação é necessária para quem deseja atuar no Brasil. Em cinco anos, o número de inscritos com diploma paraguaio, na segunda fase do exame, soltou de 9 para 215. 

Conforme o governador de Amambay, Pedro Gonzalez, os estudantes estão distribuídos em cursos de medicina de oito universidades. A base de maioria destas instituições é a cidade de Pedro Juan Caballero, capital do departamento. 

É onde fica a Universidad Sudamericada, em que a estudante Thaís Aparecida Souza Gomes Almeida, 36 anos, cursa o 5º semestre de medicina. Natural de Campo Grande, ela teve oportunidade de iniciar os estudos quando precisou morar em Pedro Juan. “Precisava de uma ocupação e com a facilidade resolvi me matricular”, lembra. 

Diferente do Brasil, onde o curso de medicina é um dos mais concorridos, no Paraguai não é necessária a realização de nenhum exame. Apenas a documentação exigida e a comprovação de situação regular no país são suficientes para ingresso no ensino superior. 

Apesar da proximidade com o Estado, a estudante garante que há alunos de todo o canto do Brasil. Conforme Thaís, na turma da qual faz parte quase todos os alunos são brasileiros. “Quase não há paraguaios na minha sala. Tem muita gente de Goiás, Minas Gerais e até Belém”, afirma. 

A estudante admite ter se surpreendido com a qualidade do curso. “Muitas gente me disse que fazer no Paraguai seria fácil, mas, pelo contrário, acho que o curso exige bastante, além de ter bons professores, brasileiros e paraguaios”, afirma. Para ela, apenas as aulas não bastam para quem tem a pretensão de atuar no Brasil, onde é exigida a aprovação no Revalida. 

Mesmo objetivo tem a estudante Liz Cláudia Lino Barbosa, 22 anos. Ela cursa o 10º semestre do curso e também se prepara para realização do exame para atuar nos hospitais brasileiros. “Vim para cá motivada por uma prima minha que se formou na mesma universidade que estou”, conta. 

Para a estudante, uma garantia da qualidade do curso está justamente no fato de haver pelo menos 200 alunos quando ingressou e agora a turma contar com apenas 45 futuros médicos. “Pode ser fácil para entrar, mas é difícil para sair”, avalia.   

MOTIVAÇÕES 
Para o professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e doutor em Educação, Antônio Carlos do Nascimento Osório, a grande procura por cursos de medicina no Paraguai se deve à alta concorrência dos cursos nas universidade públicas e privadas do Brasil. “As vagas no ensino Superior são muito superiores ao número de candidatos. Os alunos acabam sem muitas opções”, explica.

Quanto a viabilidade financeira destes cursos, o professor ressalta que é necessário considerar outras perspectivas. “Geralmente, são cursos oferecidos por multinacionais que perceberam este mercado. Entretanto, é um preço considerado ainda caro para as pessoas que vivem neste país”, analisa. 

DESENVOLVIMENTO
A demanda de estudantes a procura de cursos de medicina no Paraguai, atende não somente o bolso de quem adota esta alternativa, mas, também gera vantagens econômicas à próprio administração pública da região. Conforme o governador do departamento de Amambay, a implantação destas instituições incentivada. “Elas geram oportunidade para investimentos, principalmente, no setor imobiliário”, explica.

Como forma de trazer benefícios para a região, o governo tem exigido que as universidades criem formas de atender a população. “Nós demos prazo para que as universidades tivessem suas sedes próprias. Agora a maioria está sendo construída com melhor estrutura, com hospitais universitários e uma república dentro”, informou.

DIFERENÇA DE PREÇO
O valor pago por mês em um curso de medicina no Brasil pode ser suficiente para custear um ano inteiro de curso no Paraguai. Na Uniderp, única universidade particular de Campo Grande a oferecer medicina, por exemplo, a despesa mensal para quem ingressa no 1º semestre é de R$ 12.000, enquanto nas universidades privadas paraguaias o preço inicial varia de R$ 600 a R$ 1.000.

A estudante Mariana Gemperli, 20 anos, está no 3º semestre do curso de medicina da Uniderp e paga R$ 11.800. “Acredito que por este preço poderia haver uma série de outros benefícios. Hoje tenho que reservar antecipadamente livros na biblioteca, além disto, o estágio é feito por meio de convênio com a Santa Casa, ou seja, quando há paralisação as aulas acabam ficando suspensas”, afirma. 

Conforme a instituição, a mensalidade passa por reajuste todos os anos. Em 2016, o preço cobrado era de R$ 10.000, e em 2015, o valor pago inicialmente era de R$ 9.200.

No Paraguai os preço aumenta conforme os semestres cursados, porém, nem mesmo no final do curso os estudantes pagarão por preços tão altos. No 5º semestre, a estudante Thais Aparecida Souza Gomes Almeida, 36 anos, paga mensalmente R$ 1.300. No caso da estudante Liz Cláudia Lino Barbosa, 22 anos, o preço é ainda mais em conta. Cursando o 10º semestre, ela paga R$ 1.000 pelo curso de medicina na Uninorte, em Pedro Juan Caballero. (TJ, com colaboração de Gildo Tavares)

Cidades

Veículos batem de frente e três pessoas da mesma família morrem na BR-267

Motorista de um Virtus tentou fazer uma ultrapassagem, quando colidiu de frente com um Corolla; todas as vítimas estavam no veículo atingido

16/12/2025 18h36

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram

Veículos bateram de frente e três pessoas da mesma família morreram Foto: Divulgação / PRF

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Três pessoas morreram em um acidente envolvendo dois carros de passeio, na manhã desta terça-feira (16), na BR-267, em Nova Alvorada do Sul. O acidente aconteceu durante uma tentativa de ultrapassagem.

De acordo com informações da PRF, um veículo Toyota Corolla, com placas de São Miguel de Guaporé (RO), seguia no sentido Nova Alvorada do Sul a Distrito de Casa Verde, enquanto um Virtus, com placas de Três Lagoas, seguida no sentido contrário.

Na altura do km 177, os veículos bateram de frente. Segundo testemunhas, o Virtus teria tentado fazer uma ultrapassagem e acabou colidindo com o Corolla.

Com o impacto da batida, duas passageiras no Corolla, de 55 e 73 anos, morreram na hora. Um outro passageiro, de 74 anos, chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos e morreu posteriormente no hospital. O motorista, de 53 anos, não teve ferimentos graves.

Conforme informações, as vítimas eram a esposa, pai e mãe do motorista.

No Virtus estavam o condutor e um passageiro, de 42 e 37 anos, respectivamente. Ambos tiveram lesões consideradas leves e foram encaminhados ao hospital em Nova Andradina, mas não correm risco de morte.

Ainda segundo a PRF, foi realizado o teste do bafômetro nos motoristas, com resultado negativo para alcoolemia em ambos.

Informações preliminares são de que a família que estava no Corolla saiu de Rondônia para visitar familiares no interior de São Paulo.

Durante os trabalhos de resgate e perícia, parte da pista ficou interditada. As causas do acidente serão investigadas pela Polícia Civil.

Outro acidente com duas mortes

Na madrugada desta terça-feira (16), outro acidente deixou duas pessoas mortas e três feridas, na BR-158, em Três Lagoas.

Conforme reportagem do Correio do Estado, Fernanda Taina Costa da Silva, de 28 anos, conduzia um Fiat Palio, e Fernando Marconi Ramos, de 27 anos, trabalhava como moto-entregador. Ambos colidiram em ua região conhecida como anel viário Samir Tomé.

No Palio conduzido, além da motorista estavam três crianças, de 9 anos, 5 anos e nove meses, que tiveram de ser levadas ao Hospital Regional, mas o estado de saúde de todas era considerado estável. As três estavam no banco traseiro e as duas maiores estavam conscientes e orientadas.

Imagens divulgadas pelo site 24hnewsms mostram que a motocicleta atingiu a parte frontal do veículo e o piloto acabou sendo jogado sobre o para-brisa, do lado da condutora.

Embora não haja testemunhas, os policiais que atenderam à ocorrência constataram sinais de frenagem da moto, que a moto seguia pelo anel viário no sentido ao shopping Três Lagoas, quando foi atingida frontalmente pelo carro, que teria invadido a pista contrária por motivos ainda ignorados. 

 

Cabe recurso

Jogo do bicho: deputado Neno Razuk é condenado a 15 anos de prisão

Condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

16/12/2025 17h45

Deputado estadual Neno Razuk (PL)

Deputado estadual Neno Razuk (PL) Foto: Wagner Guimarães / Alems

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O deputado estadual Roberto Razuk Filho, conhecido como Neno Razuk (PL), foi condenado a 15 anos e 7 meses de prisão, apontado como o "cabeça" de um grupo criminoso para tomar o controle do jogo do bicho em Campo Grande. A condenação foi proferida  pela 4ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) nesta segunda-feira (15) e sentencia outras 11 pessoas. 

Conforme os autos do processo que corre em segredo de Justiça, os réus tentaram anular a condenação sob pedindo a nulidade das investigações. Em resposta ao Correio do Estado, André Borges, advogado de defesa do deputado, disse que irá recorrer da sentença. "Defesa certamente recorrerá; processo está longe de encerrar; Neno confia na decisão final da justiça", declarou. 

Condenações 

  • Carlito Gonçalves Miranda 10 anos, 9 meses e 24 dias de reclusão, em regime fechado; Não tem o direito de recorrer em liberar e segue sendo procurado;
  • Diogo Francisco 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;   
  • Edilson Rodrigues Ferreira 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 
  • Gilberto Luis dos Santos 16 anos, 4 meses e 29 dias de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • José Eduardo Abduladah 4 anos e 1 mês de reclusão, em regime fechado; permanecerá em prisão domiciliar;
  • Júlio Cezar Ferreira dos Santos 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Manoel José Ribeiro 13 anos, 7 meses e 1 dia de reclusão, em regime fechado; permanecerá preso;
  • Mateus Aquino Júnior 11 anos e 7 meses de reclusão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado;
  • Roberto Razuk Filho 15 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão, em regime fechado; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Taygor Ivan Moretto Pelissari 4 anos, 11 meses e 15 dias de reclisão, em regime fechado; não terá o direito de recorrer em liberdade e segue sendo procurado; 
  • Valnir Queiroz Martinelli 3 anos e 6 meses de reclusão, em regime aberto; terá o direito de recorrer em liberdade;
  • Wilson Souza Goulart 4 anos, 2 meses e 22 dias de reclusão, no semiaberto; terá o direito de recorrer em liberdade; 

Buscas

Em novembro deste ano, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), apreendeu mais de R$ 300 mil durante a operação deflagrada contra alvos ligados à família Razuk. A ação, realizada em conjunto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, também resultou na prisão de três familiares do deputado estadual Neno Razuk. 

Foram detidos o pai do parlamentar, Roberto Razuk, e os irmãos Rafael Razuk e Jorge Razuk. Segundo informações, além do montante em dinheiro, equipes recolheram armas, munições e máquinas supostamente usadas para registrar apostas do jogo do bicho.

Os materiais foram apreendidos durante o cumprimento dos 20 mandados de prisão preventiva e 27 de busca e apreensão executados  em Campo Grande, Dourados, Corumbá, Maracaju e Ponta Porã, além de endereços no Paraná, Goiás e Rio Grande do Sul.

Em Dourados, viaturas foram vistas logo cedo em bairros como Jardim Água Boa e Vila Planalto. A residência de Roberto Razuk foi um dos principais pontos de ação, onde agentes recolheram malotes.

Outro alvo da operação é Sérgio Donizete Balthazar, empresário e aliado político, proprietário da Criativa Technology Ltda., que no início deste ano ingressou no Tribunal de Justiça com mandado de segurança para tentar suspender a licitação da Lotesul, estimada em mais de R$ 50 milhões.

Também aparecem entre os alvos o escritório de Rhiad Abdulahad e Marco Aurélio Horta, conhecido como "Marquinho", chefe de gabinete de Neno Razuk e funcionário da família há cerca de 20 anos.

A família Razuk, já foi alvo de apurações relacionadas ao jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. A ação é tratada pelo Ministério Público como uma nova fase dessas investigações.

FASES

Em outubro de 2023, antes das fases da Successione, a Polícia Civil fez uma apreensão de 700 máquinas da contravenção, semelhantes a máquinas de cartão utilizadas diariamente em qualquer comércio, sendo facilmente confundidas.

As prisões foram desencadeadas a partir da deflagração das fases da Operação Successione, que começou no dia 5 de dezembro de 2023. Na ocasião, foram cumpridos 10 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão. Foi nesta fase que os ex-assessores parlamentares de Neno Razuk foram pegos.

Duas semanas depois, no dia 20 de dezembro, foi deflagrada a segunda fase da operação, com o cumprimento de 12 mandados de prisão e 4 de busca e apreensão. Ela foi realizada após investigações do Gaeco apontarem que a organização criminosa continuou na prática do jogo do bicho, além de concluírem que policiais militares também atuavam nesta atividade.

No dia 3 de janeiro do ano passado, chegou a vez da terceira fase da operação, com mais dois envolvidos presos pela contravenção na Capital.

A disputa pelo controle do jogo ilegal em Campo Grande se intensificou após a prisão de Jamil Name e Jamilzinho, durante a Operação Omertá, em 2019, que eram apontados pelas autoridades como os donos do jogo do bicho em Mato Grosso do Sul. 

Quatro anos depois, Jamil Name Filho foi condenado a 23 anos de reclusão, após um julgamento de três dias.

O termo italiano "Successione"  que dá nome a operação, é uma referência a disputa pela sucessão do jogo bicho em Campo Grande após a operação Omertá. A decisão desta terça-feira cabe recurso. 

**Colaborou Felipe Machado

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