Cidades

ÔNIBUS

Pesquisa mostra que 83,5% da população reprova o transporte público

Em classificação de 0 a 10, a maioria das pessoas ouvidas deu notas inferiores ao serviço prestado pelo Consórcio Guaicurus

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A maioria da população reprova o serviço de transporte coletivo urbano de Campo Grande, prestado pelo Consórcio Guaicurus. Isso é o que mostra pesquisa feita pelo Instituto de Pesquisa Resultado (IPR) em parceria com o Correio do Estado.

A pesquisa classificou as notas da seguinte forma: de 0 a 6 detratores (que teve uma experiência ruim com uma empresa); entre 7 e 8 neutros; e 9 e 10 são os chamados de promotores (satisfeitos).

Ao serem perguntados sobre a nota que as pessoas davam para o transporte coletivo, em uma escala de 0 a 10, 83,5% dos entrevistados classificaram o serviço com notas baixas, chamados de detratores, outros 11,65% foram considerados como neutros e apenas 4,85 deram notas boas, chamados de promotores.

O levantamento foi feito entre os dias 20 e 22 em Campo Grande. A margem de erro considerada para cada cenário é de 4,9 pontos porcentuais para mais ou para menos. O intervalo de confiança é de 95%. Foram entrevistadas 412 pessoas.

De acordo com o diretor do instituto, Aruaque Fressato Barbosa, a pesquisa IPR/Correio do Estado mostra que “o transporte público é um dos piores serviços, de acordo com a população”. 

“O índice de reclamação é gigantesco, as pessoas estão desaprovando de uma forma muito enfática. Então, isso é um ponto que o poder público terá que amenizar”, avaliou Barbosa.

A maior parte dos ouvidos na pesquisa classificou o transporte público com a nota cinco: das 412 pessoas entrevistadas, 111 (26,94%) deram essa nota para esse serviço público.

Outro ponto que chama atenção é que 17,96% dos entrevistados, ou seja, 74 pessoas, deram zero para o transporte coletivo de Campo Grande, e apenas 3,88% (16 entrevistados) deram nota 10 .

CONTRATO

O Consórcio Guaicurus é responsável pelo transporte coletivo de Campo Grande desde 2012, quando venceu a concorrência, sendo formada pelas empresas que já prestavam o serviço na Capital.

Ao longo dos anos, o Correio do Estado já fez diversas reportagens mostrando os problemas enfrentados pelos usuários do transporte coletivo em Campo Grande.

A reportagem mais recente mostrou que, ao longo dos últimos 12 anos de contrato, que ainda têm 18 a serem cumpridos, houve uma redução de 24,7% da frota de ônibus do consórcio, enquanto a população da Capital cresceu 11,5% nesse mesmo período.

Segundo dados fornecidos pelo Consórcio Guaicurus, a frota atual, no início deste mês, era de 460 veículos. Entretanto, quando o contrato foi assinado, em outubro de 2012, a quantidade total era de 574 carros para atender ao transporte coletivo e urbano da Capital.

Naquela época, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), havia 805.397 habitantes em Campo Grande, número inferior aos atuais 898.100 moradores, conforme dados do Censo Demográfico de 2022 realizado pelo mesmo instituto.

Além de o número de carros ser menor do que no primeiro ano de contrato, dos 460 carros totais da frota de hoje, apenas 418 estão rodando nas ruas da Capital, os outros 42 servem de reserva técnica, para o caso de necessidade de ampliação da frota ou na quebra de algum veículo.

Para se ter uma ideia, pelo menos até agosto do ano passado, a frota da concessionária de transporte coletivo da Capital era de 486 carros.

Outro ponto importante é relacionado ao tipo dos veículos hoje em circulação. Enquanto em 2012 havia 44 ônibus articulados – do tipo que tem uma maior capacidade de transportar passageiros –, atualmente, poucos ou praticamente nenhum carro desse tipo é utilizado pelo grupo de empresas que comanda o serviço em Campo Grande.

NOVA TARIFA

Na noite de ontem, a Prefeitura de Campo Grande publicou, em edição extra do Diário Oficial, o aumento da tarifa de ônibus, que passará a vigorar a partir de hoje com o preço de R$ 4,95, um aumento de R$ 0,20 em relação ao preço praticado anteriormente, de R$ 4,75.

Em nota, o Executivo afirmou que este reajuste ocorreu apenas em virtude de decisão judicial, proferida neste mês, que determinou o aumento da passagem de ônibus no prazo de 15 dias, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

Além do valor da tarifa pública, a tarifa técnica também sofreu um reajuste de 3,51%, saindo de R$ 5,95 para R$ 6,17 – este valor é usado para cálculo do subsídio.

SAIBA

Recentemente, o Consórcio Guaicurus trocou sua presidência. No lugar de João Resende, que estava no cargo desde 2012, entrou Themis Oliveira.

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CUIDADO

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Agência emitiu alerta sobre compra e consumo desses medicamentos

21/12/2025 22h00

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas

Anvisa alerta para riscos de canetas emagrecedoras manipuladas Divulgação

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Popularizadas por influenciadores e celebridades, as chamadas canetas emagrecedoras, como Mounjaro e Ozempic, vêm sendo cada vez mais buscadas por pessoas que desejam emagrecer de forma rápida, muitas vezes sem orientação médica e sem nenhum critério.

Diante da procura desenfreada, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre a compra e consumo desses medicamentos. Segundo a Anvisa, a venda e o uso de canetas emagrecedoras falsas representam um sério risco à saúde e é considerado um crime hediondo no país.

A farmacêutica Natally Rosa esclarece que o uso de versões manipuladas ou de origem desconhecida é uma prática perigosa.

"Uma pessoa que ela se submete, que ela é exposta ao uso de um medicamento fora dessas regulamentações, os riscos dela, com certeza, estão exacerbados. Desde a ausência de uma resposta ideal, como as contaminantes."

A farmacêutica destaca o que observar na embalagem e no produto para conferir sua autenticidade:

"Temos alguns sinais. A própria embalagem já chama a atenção, já que as bulas são de fácil acesso na internet. Então, qual é a apresentação física dessa embalagem? De que forma que ela se apresenta? Como está o rótulo? O rótulo está no idioma do Brasil? Do nosso idioma aqui? Não deve estar em outras línguas, por exemplo. Existe lote e validade de fácil acesso? Você consegue identificar? A leitura, a descrição do medicamento, o princípio ativo, ela precisa estar bem legível. Todas as informações precisam estar bem claras."

Ela também chama a atenção para valores: preços muito abaixo do praticado no mercado são sinal de alerta grave. O medicamento só é vendido com apresentação e retenção da receita médica.

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BRASIL

Dilma será indenizada por tortura física e psicológica na ditadura

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

21/12/2025 21h00

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências

Presa por três anos, ela foi submetida a choques e mais violências Comissão da Verdade/Divulgação

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A ex-presidente Dilma Rousseff receberá, da União, uma indenização de R$ 400 mil por danos morais, em razão de perseguição política e tortura durante a ditadura militar no Brasil. A decisão foi proferida na última quinta-feira (18) pela 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), que também determinou o pagamento de uma reparação econômica mensal, em razão da demissão que ela sofreu na época.

O relator do caso, desembargador federal João Carlos Mayer Soares, afirmou que os atos praticados pelo Estado caracterizam grave violação de direitos fundamentais e ensejam reparação por danos morais.

“Foi evidenciada a submissão [de Dilma] a reiterados e prolongados atos de perseguição política durante o regime militar, incluindo prisões ilegais e práticas sistemáticas de tortura física e psicológica, perpetradas por agentes estatais, com repercussões permanentes sobre sua integridade física e psíquica”, diz Soares.

Ao longo dos anos, a ex-presidente deu diversos depoimentos sobre os interrogatórios violentos que sofreu. A tortura contra Dilma incluiu choques elétricos, pau de arara, palmatória, afogamento, nudez e privação de alimentos, que levaram a hemorragias, perda de dentes, entre outras consequências de saúde.

Dilma Rousseff foi presa em 1970, aos 22 anos, e passou quase três anos detida, respondendo a diversos inquéritos em órgãos militares em São Paulo, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.

Após deixar a prisão, Dilma mudou-se para o Rio Grande do Sul e, em 1975, começou a trabalhar na Fundação de Economia e Estatística (FEE) do estado.

Ela continuou sendo monitorada pelo Serviço Nacional de Informações (SNI) até o final de 1988 e perseguida por seu posicionamento político de críticas e oposição ao governo militar. Em 1977, o ministro do Exército à época, Silvio Frota, divulgou uma lista do que chamou de “comunistas infiltrados no governo”, que incluía o nome de Dilma, o que acarretou na sua demissão.

De acordo com o desembargador federal, o valor da prestação mensal, permanente e continuada, a ser paga pela União, deve ser calculada de modo a refletir a remuneração que receberia caso não tivesse sido alvo de perseguição política.

Anistia política

Em maio desse ano, a Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reconheceu a anistia política à Dilma Rousseff e também fez um pedido de desculpas pelos atos perpetrados pelo Estado brasileiro durante a ditadura militar.

Para o colegiado, ficou comprovado que o afastamento de Dilma de suas atividades remuneradas, à época, ocorreu por motivação exclusivamente política.

Então, foi determinado o pagamento de R$ 100 mil de reparação econômica, em parcela única, que é o teto de pagamento previsto na Constituição para esses casos.

Entretanto, para a 6ª Turma do TRF1, é assegurada a prestação mensal, permanente e continuada aos anistiados que comprovem o vínculo com atividade laboral à época da perseguição política, “ficando prejudicada a prestação única anteriormente concedida na esfera administrativa”.

Após a redemocratização de 1988, a ex-presidente também teve a condição de anistiada política reconhecida e declarada por quatro comissões estaduais de anistia, no Rio Grande do Sul, em Minas Gerais, no Rio de Janeiro e em São Paulo, recebendo outras reparações econômicas simbólicas.

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