Cidades

MATO GROSSO DO SUL

PM condenado a 3 décadas é encontrado morto em presídio de Campo Grande

Lúcio Roberto Queiroz Silva cumpria regime fechado na cela 12 do presídio militar, após tirar a vida de sua ex-esposa e suposto amante há cerca de cinco anos no interior do Estado

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Menos de dois anos após receber sua condenação quando era policial militar ambiental, pelas mortes da ex-esposa, Regianni Rodrigues de Araújo e Fernando Enrique Freitas, Lúcio Roberto Queiroz Silva foi encontrado morto na própria cela no fim da tarde de ontem Campo Grande. 

Lúcio recebeu sua condenação - de 32 anos e oito meses de prisão - na cela 12 do presídio que fica localizado no Jardim Noroeste em Campo Grande, distante cerca de 407 km do município onde nasceu e deixou sua vida e de outras famílias marcadas. 

Conforme boletim de ocorrência, o fato recente aconteceu entre 15h50 e 17h da tarde de ontem (03), sendo o Coronel da Polícia Militar, Marcos, sendo notificado da morte do PM pela policial com quem Lúcio atualmente mantinha relacionamento. 

É descrito no b.o que a tenente da PM, Beatriz Ramos Pedroso, realizou uma vídeo chamada com o detento, posteriormente informando o potencial perigo de marcos atentasse contra a própria vida. 

Equipes de plantão e policiais investigadores, bem como perito criminal plantonista estiveram no local para os levantamentos, constatando o cordão vermelho usado por Lúcio para amarrar o próprio corpo junto à beliche na qual dormia. 

Relembre

Em cinco de outubro de 2019, Regianni Rodrigues de Araújo e Fernando Enrique Freitas eram mortos a tiros no município de Paranaíba, envolvidos em conversas sobre suposto caso extraconjugal. 

Como bem acompanhou o Correio do Estado à época, a esposa de Fernando é quem teria contado ao policial sobre o suposo caso, enviando trechos de conversa entre os dois, levantando assim a ira de Lúcio. 

Ao receber as capturas de tela de conversas entra sua esposa e Fernando, que trabalhava como corretor, o policial primeiro buscou confrontar Regianni, sem encontrar em seu celular qualquer prova que confirmassem suas suspeitas. 

Armado, ele foi até a casa da sogra de Fernando, sendo recebido por ela; pela esposa do corretor e uma criança, que acabaram permitindo a entrada do policial na residência. 

Encontrado dormindo no sofá, Fernando foi acordado com chute por parte de Lúcio, que passou a questionar a respeito das mensagens e pedindo o desbloqueio do aparelho telefônico do corretor. 

Foi quando se levantou que a vítima foi baleada pela primeira vez, sendo atingida novamente ao tentar correr e não resistindo aos ferimentos. 

Já na casa de seus pais, onde sua então esposa estava, Lúcio chegou a entrar em confronto com o próprio pai, que tentou desarmá-lo, porém sem sucesso, com Regianni sendo atingida por três disparos e o filho do casal, que estava no cômodo ao lado, ouvindo o primeiro e vendo o restante da cena de sua mãe sendo morta. 

Fugindo do local após as mortes, Lúcio, que é natural de Paranaíba, passou a se esconder em uma propriedade rural do município, se entregando por volta de 17h do dia oito de outubro daquele ano, três dias após o crime. 
 

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Cidades

Primeiro livro sobre regulação de MS tem procuradoras como autoras

O lançamento integrou a programação do seminário "Inovação, Liberdade Econômica e Eficiência Regulatória" e contou com a presença do ex-ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida

28/11/2024 17h30

Primeiro livro sobre regulação de MS tem procuradoras como autoras

Primeiro livro sobre regulação de MS tem procuradoras como autoras PGE/MS

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O Bioparque Pantanal, em Campo Grande, foi palco, nesta terça-feira (28), do lançamento do primeiro livro científico dedicado à regulação em Mato Grosso do Sul. A obra é fruto da colaboração entre a Agência Estadual de Regulação (AGEMS) e o Instituto de Direito Administrativo de Mato Grosso do Sul (IDAMS) e reúne artigos de 38 autores, entre especialistas acadêmicos e profissionais da área.  

Dentre as articulistas estão a procuradora-geral do Estado, Ana Carolina Ali Garcia; a corregedora-geral da PGE, Fabíola Marquetti; e a chefe da Coordenadoria Jurídica na AGEMS, Priscila de Siqueira Gomes.  

O lançamento integrou a programação do seminário "Inovação, Liberdade Econômica e Eficiência Regulatória" e contou com a presença do ex-ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida.  

A coletânea traz análises críticas, estudos de caso e propostas inovadoras sobre regulação da atividade econômica e dos serviços públicos concedidos no estado. Para Priscila de Siqueira, a publicação destaca a importância de Mato Grosso do Sul no debate sobre políticas públicas e regulação.  

“A publicação de uma obra científica e prática sobre este tema demonstra que o Estado está atento à evolução das políticas públicas e à necessidade de discutir questões pertinentes à regulação”, afirmou.  

A procuradora-geral Ana Carolina Ali Garcia destacou a relevância da obra para o avanço acadêmico e profissional. “Em nosso artigo, abordamos os contratos administrativos de longo prazo no contexto da reforma tributária. É uma coletânea que contribui para o aprendizado e o compartilhamento de boas práticas.”  

Para Fabíola Marquetti, a obra representa um marco histórico para a regulação em Mato Grosso do Sul. “É um exemplo de integração entre instituições, trazendo olhares diversos sobre a regulação dos serviços públicos”, concluiu.

Mato Grosso do Sul

Famosa pela pistolagem, fronteira tem alta incidência de feminicídio

Na última quarta-feira, Vanderli Gonçalves dos Santos tornou-se a 31ª vítima deste tipo de crime em 2024

28/11/2024 17h00

Foto: Arquivo / Correio do Estado

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Conhecida pela “pistolagem” e por ser rota comum ao tráfico de drogas, a faixa de fronteira sul-mato-grossense também é marcada pelo alto índice de violência doméstica. Em 2024, quatro em cada 10 feminicídios ocorreram nesta área do Estado.

Nesta quarta-feira (27), Vanderli Gonçalves dos Santos, de 48 anos, foi morta com um tiro na cabeça, na Aldeia Jaguapiru, território indígena de Dourados, tornando-se a 31ª vítima deste tipo de crime desde janeiro último, 5ª morte apenas neste mês. A principal suspeita é seu próprio marido, Jonemar de Ramos Machado, de 47 anos, preso.

De acordo com um levantamento realizado pelo Correio do Estado com base nos dados disponibilizados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), este é o segundo feminicídio do ano na cidade douradense, 13º em municípios situados na fronteira. Outros dois feminicídios foram registrados em Ponta Porã, além de mortes confirmadas em Amambai, Antônio João, Fátima do Sul, Iguatemi, Itaporã, Naviraí, Nioaque, Sidrolândia e Tacuru.


Ao longo do ano, também foram registrados crimes de feminicídio em Batayporã, Coxim, Ivinhema, São Gabriel do Oeste (2), Três Lagoas (4) e Campo Grande (9), município que lidera as estatísticas.

A morte de Vanderli Gonçalves dos Santos eleva o índice deste tipo de crime em comparação a 2023, ano com 30 mortes. Entre as características que cercaram as 31 mortes deste ano, (11) foram marcadas por golpes de faca, (10) que envolveram ataque pessoal direto (4 por asfixia, 3 por agressões, 2 por espancamentos, e 1 por estrangulamento), (9) provocadas por arma de fogo, além de uma morte por atropelamento.

Segundo a Sejusp, 19 vítimas foram mulheres adultas, com idade entre 30 e 59 anos; oito mortes foram de mulheres jovens, com idade entre 18 e 29 anos; três vítimas com idade acima de 60 anos, além de uma adolescente.

Psicóloga com atuação em área de análise comportamental, Pietra Garcia Oliveira (28), disse ao Correio do Estado que a ocorrência deste tipo de violência contra a mulher é muito sintomática também em Mato Grosso do Sul, visto que o Estado foi o primeiro do país a instituir a Casa da Mulher Brasileira.

“Fomos o primeiro estado do país a instituir a Casa da Mulher Brasileira, e temos de nos atentar a alguns pontos. Existem casos onde o homem não agride fisicamente, entretanto, há agressões psicológicas, e com isso, temos de lidar com os fatos antes que escalem até o feminicídio em si”, argumentou a psicopedagoga.
De acordo com Pietra Garcia, é importante que o Estado pense políticas públicas que protejam as mulheres e também articulem modos de lidar com os homens envolvidos em casos como esses.

“De algum modo, o homem que realiza esse tipo de crime se sente invalidado pela mulher, e nesse sentido, se sente confortável para praticar o feminicídio. Precisamos pensar nesse fenômeno social, assim como precisamos pensar no modo como eles repercutem, inclusive na própria mídia”, complementou. 
Desde 2015, a Lei 13.104/2015 categoriza o crime de feminicídio. De lá para cá, 336 mulheres foram vitimadas em todo o Estado. 

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