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Polêmica da obra na Câmara de Dourados ganha novo capítulo

Após paralisar obra, Casa de Leis enviou relatório de auditoria preliminar ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul e cobrou responsabilização de empresas

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A reforma e ampliação da sede da Câmara Municipal de Dourados, orçada em R$ 18,6 milhões e prevista para ser entregue neste mês, enfrenta atrasos críticos e suspeitas de irregularidades que levaram à sua paralisação. Dados oficiais revelam que apenas 23,42% das obras foram executadas até março deste ano, quando o cronograma contratual exigia entre 64% e 72% de avanço. 

A disparidade acendeu alertas sobre falhas de fiscalização e alterações não autorizadas no projeto estrutural. 
A atual gestão, liderada pela presidente Liandra Ana Brambilla da Silva (PSDB), suspendeu os trabalhos por 120 dias, após identificar modificações no auditório sem aditivos contratuais ou aprovação do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso do Sul (Crea-MS). 

Um laudo técnico encomendado pela Casa confirmou intervenções “que comprometem a legalidade dos atos administrativos”, incluindo remoção e inserção de pilares pela empresa Concresul Engenharia sem supervisão do arquiteto responsável. 

No fim de maio, a presidência da Câmara enviou ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) relatório sobre o atual andamento da obra, por conta do inquérito civil aberto para investigar o caso. 

Segundo a Câmara de Dourados, foram enviados laudos, notas e apontamentos da auditoria feita para apurar as irregularidades na obra. 

CONTEXTO HISTÓRICO

A crise atual é herança de um processo conturbado. Em 2022, a primeira licitação foi anulada pelo MPMS por uso de documentos falsos pela empresa vencedora. 

À época, o MPMS já alertava para indícios de sobrepreço: estudos técnicos apontavam que a estrutura metálica elevava o custo em R$ 4,3 milhões, em relação ao custo do concreto armado. 

A atual contratada, Concresul Engenharia, assumiu a obra em abril de 2024 com a promessa de conclusão em 12 meses, mas repetiu o padrão de baixa efetividade que marcou gestões anteriores.

“Herdamos um processo em que o silêncio era conivência. Não há justificativa para não exigir explicações formais por um atraso de 40%. Essa cultura termina aqui: todos os atos desta gestão terão nomes, ARTs e responsabilização”, cita a presidente da Casa de Leis.

A análise aprofundada determinada pela presidente Liandra Brambilla expôs a raiz do problema: “falhas graves de fiscalização”. 

De forma reveladora, não foram encontrados registros de solicitações formais de justificativas por parte da construtora para o atraso monumental. 

Esta ausência documental caracteriza uma clara “omissão da fiscalização contratual” por parte dos responsáveis anteriores pela supervisão da obra.

A fiscalização, que deveria ser o mecanismo de controle e garantia do cumprimento contratual, falhou em sua missão primária. 

Essa omissão criou um vácuo que permitiu o avanço dos problemas sem a devida cobrança ou correção, culminando na situação crítica herdada pela nova Mesa Diretora. 

De acordo com a presidente da Câmara, suas ações subsequentes “não surgiram como interferência indevida, mas como intervenções corretivas indispensáveis diante de uma crise preexistente e em franca deterioração”.

Enquanto aguarda o resultado da auditoria externa – cujo edital está em fase final –, a presidência da Casa busca alternativas para conter prejuízos. Oficiou o prefeito Marçal Filho, pedindo cessão do espaço Dom Teotaro para reduzir custos com aluguel. 

A solução, se aprovada, representaria economia imediata, mas não resolve o cerne do problema: a necessidade de reestruturar um projeto que, após três anos de investigações, trocas de empresas e duas Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), ainda não saiu do papel.

“Optamos pela suspensão preventiva porque não há meio-termo entre irregularidades e interesse público. Enquanto gestores, somos guardiões do patrimônio e da vida – e laudos técnicos apontaram riscos reais. Não seremos cúmplices de omissão”, declarou a presidente.

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Educação e ensino

UFGD divulga gabarito preliminar do vestibular 2026; confira

Convocação para as matrículas da primeira chamada está prevista para 14 de janeiro de 2026

17/12/2025 18h18

Divulgação/ UFGD

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A Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) divulgou nesta quarta-feira (17) o resultado preliminar do Vestibular 2026, etapa do processo seletivo aguardada pelos mais de 6,8 mil candidatos que realizaram a prova em 19 de outubro. O resultado final do vestibular e a convocação para as matrículas da primeira chamada estão previstos para 14 de janeiro próximo. 

O cronograma previsto também inclui o período para recursos, que poderá ser acessado nos dias 18 e 19 de dezembro. O Boletim de Desempenho Individual, com a pontuação da redação e o total de acertos, ficará liberado ao candidato durante todo o processo.

No último dia 12 de novembro, o Centro de Seleção divulgou o gabarito definitivo e as respostas aos recursos sobre o gabarito preliminar.

As matrículas serão realizadas pela Pró-reitoria de ensino e graduação (Prograd), com editais e cronogramas próprios, seguindo a ordem de desempenho e o número de vagas disponíveis em ampla concorrência e cotas sociais.

Inicialmente, serão chamados os candidatos que escolheram o curso como 1ª opção, e aqueles que selecionaram como 2ª opção serão convocados apenas se restarem vagas. A lista de documentos pode ser consultada em edital.  

O Vestibular 2026 oferece 984 vagas em 35 cursos presenciais e gratuitos, com provas aplicadas nas cidades de Amambai, Campo Grande, Dourados, Naviraí e Nova Andradina.

Confira a lista preliminar da 1ª opção de curso aqui!

Confira a lista preliminar da 2ª opção de curso aqui!

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Cidades

Tribunal de Justiça aprova projeto com 300 cargos para assessores de confiança

Aprovado na LOA para 2026, TJMS terá orçamento avaliado em mais de R$ 1,4 bilhão, o que equivale a um aumento de 7,3% em relação ao valor atual

17/12/2025 17h30

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul

Fachada do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul Foto: Divulgação / TJMS

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O Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul aprovou, nesta quarta-feira (17), projeto que cria novos cargos em comissão de assessoria. De acordo com o órgão público, a medida busca enfrentar o aumento da demanda processual, reduzir atrasos e garantir melhores condições de trabalho às unidades judiciais, especialmente aquelas com maior acúmulo de processos.

Ao todo, o projeto prevê a criação de 300 cargos para assessores comissionados, sendo 50 vagas para assessor de desembargador e 250 para assessoria vinculados a juizes de primeiro grau, divididos em 150 para a entrância especial, 75 para a segunda entrância e 25 para a primeira entrância, além de cargos de assessoramento jurídico-administrativo. 

Durante a discussão na sessão administrativa do Órgão Especial, foi destacado que o Judiciário estadual enfrenta dificuldades decorrentes da vacância de cargos e da elevada carga de trabalho em determinadas varas. Como alternativa, a administração propôs a ampliação do número de assessores, priorizando juízos mais sobrecarregados, de forma gradual e conforme a disponibilidade orçamentária.

A iniciativa da presidência do TJMS, sob o comando do desembargador Dorival Renato Pavan, será submetida à apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e, após os trâmites necessários, poderá ser implementada conforme as possibilidades financeiras do Tribunal.

Aumento na gastança

Em meio ao cenário de corte de gastos por conta da queda na arrecadação de tributos, o Governo do Estado publicou, na terça-feira (16), no Diário Oficial, a Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê aumento de gastos nos Poderes.

Enquanto os orçamentos dos respectivos setores aumentaram em 7,9%, a estimativa de crescimento geral de receitas do Executivo, responsável pelos repasses a estes órgãos públicos, teve acréscimo de apenas 2,9%. 

O Tribunal de Justiça, que terá mais 300 salários de assessores para pagar caso seja implementado o projeto, simplesmente acrescentou R$ 100 milhões ao orçamento de 2026, passando dos atuais R$ 1.364.912.200,00 para R$ 1.464.780.100,00, o que equivale a um acréscimo de 7,3%.

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