Popularmente chamados de "pods" e também conhecidos como "vapes", uma carga de quase 94 mil cigarros eletrônicos foi apreendida ontem (06) por policiais militares do Departamento de Operações de Fronteira (DOF), em trecho da rodovia MS-040, junto de cerca de oito mil cartuchos de agulha para tatuagem e outros itens contrabandeados.
Segundo repassado pelo Departamento, a apreensão aconteceu em trecho rural campo-grandense da rodovia, durante ação de bloqueio que abordou dois veículos distintos: um caminhão Scania 112 e um Iveco 320.
Nessa ação, conforme o DOF em nota, três homens (com idades de 46, 45 e 33 anos) foram presos como responsáveis pelos produtos ilegais que eram contrabandeados, respondendo também pelo crime de descaminho.
Sobre o esquema, os envolvidos confessaram aos policiais que haviam pegado os produtos em Campo Grande, com o intuito de levar os carregamentos com destino ao Estado de São Paulo.
Com itens que somaram uma apreensão de R$ 21,3 milhões em produtos, devidamente registrados e entregues à Polícia Federal de Campo Grande, os homens receberiam cerca de R$ 11 mil pelo trabalho ilegal.
Carga milionária
Durante vistoria aos caminhões-baú, um volume significativo de produtos proibidos, como os próprios cigarros eletrônicos, popularmente chamados de pods, foi localizado por agentes do Departamento de Operações de Fronteira.
É importante lembrar que, pelo menos desde 2009 a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proíbe a importação, comercialização e propaganda dos chamados "pods" e "vapes", aparelho popularizado como uma opção ‘cheirosa’ aos cigarros convencionais.
Segundo o DOF, somente a apreensão da carga de cigarro eletrônico somou 93.550 unidades do aparelho sendo ilegalmente transportada, junto de:
- 94.122 unidades de óculos
- 19.700 essências de narguilé,
- 8.000 pen drives,
- 669 perfumes,
- 400 celulares e
- 95 volumes de roupas.
Entre os itens contrabandeados, como exposto em nota, chama atenção a quantidade de cartuchos de agulha para tatuagem (oito mil no total) que estavam sendo levados até São Paulo.
Essa ação de fiscalização e bloqueio foi realizada dentro do Programa Protetor das Fronteiras e Divisas, que é executado através de uma parceria da Secretaria de Estado e o Ministério Justiça e Segurança Pública (Sejusp e MJSP, respectivamente).
O Departamento de Operações de Fronteira reforça que é possível fazer denúncias anônimas, através do telefone 0800 647-6300, bem como deixar reclamações ou tirar dúvidas, em um serviço disponível 24 horas e sete dias por semana.
Problema de saúde
Apesar da proibição, o uso do cigarro eletrônico principalmente entre os mais jovens não foi combatido e traz preocupação para a Secretaria de Estado de Saúde (SES), graças à facilidade que eles são vendidos de forma ilegal.
Dados da Anvisa apontaram, ao final de 2024, que 14,9% dos jovens de 18 a 24 anos em Mato Grosso do Sul são usuários do cigarro eletrônico, e a própria SES indica que mais de 2.600 "pods" foram recolhidos em ações de fiscalização durante todo o ano de 2023, evidenciando aumento do consumo e necessidade de outras estratégias.
Segundo o especialista fiscal de Vigilância Sanitária e gerente de Apoio ao Sistema Estadual de Vigilância Sanitária da SES, Matheus Moreira Pirolo, o uso contínuo pode causar danos severos ao pulmão, problemas cardiovasculares e aumentar o risco de câncer, já que “seus efeitos são potencializados com os denominados sais de nicotina e outras substâncias sintéticas agressivas camufladas com sabor de frutas”, cita Matheus.


