Cidades

INVESTIGAÇÃO

Polícia Federal prende chefões do tráfico em condomínios de luxo

Investigação da PF concluiu que, em 3 anos, o grupo criminoso enviou para a América Central 6 toneladas de cocaina; doleiros e empresas de fachada eram usadas para lavar o dinheiro

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Mandatos de busca e apreensão contra quadrilha especializada no tráfico internacional de drogas e armas foram cumpridos em condomínios de luxo e mansões em Mato Grosso do Sul.

A Polícia Federal deflagrou, ontem duas operações, a Sordidum e a Prime, ambas com o objetivo de combater organizações criminosas dedicadas ao tráfico internacional de drogas e armas com ramificações dentro do Estado e em outras unidades da federação.

Com os chefões em Mato Grosso do Sul foram apreendidos, em condomínios de luxo, diversos maços de dinheiro, joias e relógios de alto valor, carros de luxo, junto com armas, facas e munições.

Segundo a Polícia Federal, no Estado, os mandatos de busca e apreensão ocorrerem nas cidades de: Campo Grande, Dourados, Ponta Porã, Caarapó e Bonito.

Os mandados em Mato Grosso do Sul se concentraram em pontos conhecidos da rota do tráfico, como os municípios de Dourados e Ponta Porã.

Durante as ações da operação, que ocorrerem na manhã de ontem, foi identificado que uma das apreensões aconteceu no Residencial Porto Madero, um condomínio de luxo em Dourados.

No município, as unidades da Polícia Federal também estiveram na frente das empresas: Referência Construtora e Incorporadora, Primeira Linha Acabamentos e na Focco Imobiliária, ambas localizadas na Avenida Weimar Gonçalves Torres.

Outras ocorrências das operações aconteceram simultaneamente em mais 10 Estados, sendo eles: Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraíba e São Paulo.

SUSPEITO

Conforme apuração do Correio do Estado, em um dos mandatos que aconteceu em Ponta Porã, dentro da operação Prime, um homem foi preso em flagrante em sua residência, localizada próximo ao aeroporto de Ponta Porã , com duas armas (revólver calibre.22 e uma pistola .63.5) que estavam guardadas e desmuniciadas.

A Polícia Federal deu voz de prisão ao homem por posse ilegal de arma de fogo, sendo assim conduzido até a Delegacia de Polícia Federal em Ponta Porã. 

O suspeito que não tinha passagem pela polícia, alegou possuir uma empresa de engenharia, prestou depoimento na delegacia e foi solto após pagar fiança de um salário mínimo.

De acordo com a Polícia Federal, para movimentação e ocultação dos valores e bens, o grupo utilizava doleiros atuantes na fronteira do Brasil com países vizinhos, além da criação de empresas de fachada, negócios que ocultavam seus serviços e pessoas que serviam para a quadrilha como intermediários das ações.

MODO DE OPERAÇÃO

O grupo investigado, de acordo com a PF, enviava drogas a países da América Central, e conforme apuração da polícia, em um período de três anos a quadrilha de tráfico internacional transportou, pelo menos, seis toneladas de cocaína para essa região.

Foram empenhados nas operações por todo o país 273 policiais federais, para o cumprimento de 64 mandados de busca e apreensão, 25 mandados de prisão preventiva, 11 mandados de prisão temporária, apreensão de cerca de 90 imóveis identificados e bloqueio de bens e valores contra cerca de 80 pessoas e empresas envolvidas.

Além dos crimes de tráfico de drogas e uso de armas de fogo, o grupo criminoso que está sendo investigado, segundo a Polícia Federal, também está envolvido com evasão de divisas, falsificação de documentos públicos, tortura, dentre outros crimes.

O dinheiro era lavado por meio de doleiros atuantes na fronteira com países vizinhos, além da criação de empresas de fachada e laranjas.

No vizinho Mato Grosso a operação foi deflagrada nos municípios de Confresa, Barra do Garças, Guiratinga e Tesouro. No único estado da região Norte do país que houve as diligências, o Pará, que fica mais próximo da América Central, onde as drogas eram enviadas, a PF realizou a operação nas cidades de: São Félix do Xingu, Xinguara, Tucumã e Redenção.

Em São Paulo a operação ocorreu apenas no município de Santa Fé do Sul. Já no Rio de Janeiro, a ação se concentrou em Duque de Caxias.

Em Goiás outros dois municípios tiveram apreensões (Minaçu e Goiânia).
Ao todo, 27 municípios de todas as regiões do país tiveram ações deflagrados dentro das operações.

SAIBA

A investigação contra o tráfico internacional de drogas envolveu  27 municípios de todo o País, mas começou em Mato Grosso do Sul, por isso o Estado concentrou o maior número de mandados de busca e apreensão da operação.

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interior

Entre 'laranjas' e pilotos, outros 16 de quadrilha de MS são denunciados

Grupo de irmão de Dourados alugava pistas de pouso e comprava aviões para viagens únicas e serem destruídos posteriormente, já que lucros do tráfico "bancavam" trocas constantes de aeronaves

22/09/2024 17h05

Ministério Público Federal também requereu o

Ministério Público Federal também requereu o "perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação". Reprodução/PF

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Através do Ministério Público Federal (MPF), outros 16 integrantes, entre laranjas; pilotos e familiares da quadrilha de irmãos douradenses - que recolhiam até dízimo - foram denunciados por pelo menos três tipos de crimes, cometidos ao longo de quase 10 anos enquanto o esquema criminoso se disfarçava no interior do Estado. 

Segundo o MPF em nota, as práticas dos investigados na Operação Sordidum, conforme denúncia, incorrem em pelo menos três tipificações, sendo: organização criminosa; lavagem de dinheiro e uso de documento falso.

Cabe lembrar que há cerca de um mês - ainda em 20 de agosto - 14 integrantes da quadrilha que enquanto recolhia dízimos, traficava cocaína - foram denunciados pelos crimes de: organização criminosa, tráfico internacional de drogas e lavagem de dinheiro. 

Agora, segundo o MPF em nota, constam entre os denunciados desde familiares dos irmãos douradenses, que comandavam esquema com empresas de fachada, até: 

  • “Laranjas”; 
  • Doleiros,
  •  “Funcionários” e 
  • Pilotos de avião

Detalhe para "pilotos" [no plural mesmo], porque, segundo investigações da Polícia Federal, diversas aeronaves eram compradas e usadas apenas uma única vez. 

Conforme a PF, traficando substâncias entorpecentes ilícitas pelos ares, os aviões comprados por um dos denunciados não voltavam do seu destino, já que uma única viagem era suficiente para "bancar" os custos de uma nova aeronave. 

Nesse esquema, a polícia estima que apenas uma única movimentação da quadrilha, para transportar drogas internacionalmente, geravam gastos de R$ 10 milhões ao grupo. 

Com isso, os aviões eram destruídos, com o intuito de apagar os rastros do transporte e dificultar qualquer forma de rastreio, com esses "pilotos" voltando para o Brasil em voos comerciais. 

Ainda, investigações apontam que o modelo mais usado pela quadrilha eram aviões 'King Air', popular entre produtores do "agro", que possuem pelo menos cinco classificações, com velocidades de cruzeiro que alcançam de 574 até 578 km por hora. 

Entre os "king air", há modelos que possuem desde um preciso sistema de navegação e radar meteorológico; até mesmo um com espaço para cargas, comportando até sete passageiros. 

Laços do crime

Considerando até mesmo trabalhar com o conhecido traficante fornecedor, Antônio Joaquim Mota - o popular "Motinha" -, os irmãos Marcel Martins Silva e Valter Ulisses Martins, agiam principalmente no setor envolvendo Mato Grosso do Sul e outros quatro Estados, sendo:

  • Mato Grosso 
  • Pará
  • Bahia e 
  • Paraná 

Porém, o grupo estreitava laços com quadrilha a qual pertenciam doleiros paraguaios, bem como traficantes de demais países situados na América Central, como Honduras e Guatemala, cita o MPF em exemplo. 

Justamente uma tabela de valores, contendo a estrutura de logística do grupo sobre o transporte internacional de drogas, ajudou a polícia a desenhar a teia de trabalhos criminosos da organização. 

Além disso, com "laranjas" assinando a compra dos aviões; pistas de pouso sendo alugadas, aliada a contratação de pilotos, entre outros fatores, esclareceram as investigações da PF quanto aos laços do grupo. 

Atuação e 'último dos fiéis'

Dos demais crimes, investigações mostram que o suposto líder "mergulhou" no personagem e, com documentos falsos, tornou-se um "empresário de sucesso" e até mesmo separou da esposa só para casar com ela mesma tendo, agora, outro nome. 

Uma varredura bancária dessas empresas abertas, analisando os dados desse suposto líder do grupo, apontam que 50 milhões de reais foram movimentados no período de cinco anos, entre 2015 e 2020. 

Marcel Martins Silva era, aos olhos da sociedade, um homem comum: empresário com duas empresas em Dourados; morava em um condomínio de luxo na cidade e frequentava a igreja, onde inclusive atuava recolhendo o dízimo. 

As investigações mostram que, tendo trocado de nome com documentos falsos, o agora denunciado pelo MPF inclusive pediu o próprio divórcio, para novamente se casar com a mesma mulher com a nova identidade. 

Curiosamente, o indivíduo precisou se apresentar junto à Polícia Federal com a documentação falsa para que conseguir seu passaporte. 

Apesar de irmãos, análise do setor policial mostra que nem sempre Marcel e Valter agiam juntos, com o segundo atuando de forma parecida, com documentos falsos, tendo em comum a violência, já que chegaram a discutir torturas e possível morte de desafetos. 

Quando o doleiro do grupo não tinha "disponibilidade financeira", a quadrilha tinha o costume de comprar e vender imóveis, sendo que um dos líderes possui um "considerável patrimônio" tanto no Brasil como no Paraguai, conquistado através dos lucros do tráfico de drogas, segundo o MPF. 

Esquema gigante

Como já citado anteriormente pelo Ministério Público, pelo menos nove empresas estavam envolvidas no esquema: cerca de quatro construtoras; uma transportadora, bem como denúncia contra dona de escritório de contabilidade em Dourados. 

Em matéria ainda no dia das operações "Sordidum e Prime" - 15 de maio deste ano - entre os alvos foram listadas: Referência Incorporadora; Focco Imobiliária; Primeira Linha Acabamentos e Efraim Incorporadora, sendo Marcel o sócio-proprietário dessas duas últimas citadas.

Esse grupo usava até mesmo mergulhadores para inserir a droga nos cascos dos navios que tinham como destino o continente europeu. 

Em complemento, o MPF requer que a quadrilha - principalmente líderes da organização criminosa - paguem indenização milionária por trazerem fragilidade ao sistema financeiro, já que injetavam recursos criminosos na economia local. 

Além de pedir as penalidades legais, o Ministério Público Federal também requereu o "perdimento de todos os bens móveis e imóveis levantados na operação".

 

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curva perigosa

Colisão de carro em guard rail mata meninas de 16 e 18 anos em MS

Veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra a proteção na lateral da pista

22/09/2024 16h29

Colisão entre carro x guard rail na BR-158

Colisão entre carro x guard rail na BR-158 DIVULGAÇÃO

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Meninas de 16 e 18 anos morreram em colisão de um carro de passeio com o guard rail, na madrugada deste domingo (22), no KM-356 da BR-158, entre os municípios de Brasilândia (MS) e Pauliceia (SP), na divisa MS/SP.

Guard rail é uma mureta metálica utilizada como barreira de proteção em estradas e rodovias. Havia quatro pessoas dentro do carro, sendo dois homens e duas mulheres. Os homens fugiram do local sem prestar socorro, conforme as informações iniciais divulgadas pelas autoridades de trânsito.

Colisão entre carro x guard rail na BR-158Lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. Foto: divulgação

Conforme apurado pela mídia local, o veículo Volkswagen Gol seguia na rodovia, quando perdeu o controle da direção em uma curva e colidiu frontalmente contra o guard rail. De acordo com populares, o grupo de amigos voltava de Panorama (SP) a Brasilândia, quando houve a colisão.

Com o impacto, as vítimas foram arremessadas contra o painel do carro e morreram na hora. Não se sabe o estado de saúde dos dois rapazes, que supostamente fugiram, já que não havia registro de que tenham sido socorridos pelo algum motorista que tenha passado pelo local.

Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Científica e Pax estiveram no local para efetuar os procedimentos de praxe.

A lateral esquerda do veículo sofreu avarias e foi amassada. O para-brisa frontal e traseiro e vidros laterais foram destruídos.

O corpo da menina de 18 anos será enterrado em Brasilândia (MS) e o corpo da menina de 16 anos será sepultado em Panorama (SP). A Polícia Civil irá investigar as circunstâncias do acidente. 

Por conta da comoção, aulas em escolas públicas de Brasilândia foram suspensas para esta segunda-feira (23). 

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