Polícia

ATAQUE A ESCOLA

Atirador de Aracruz (ES) usou equipamentos de polícia para entrar em escola, diz investigação

A polícia investiga se o adolescente teve ajuda no planejamento ou se foi incentivado a cometer o crime

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O adolescente de 16 anos que atacou a tiros nesta sexta-feira (25) duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, deve responder por ato infracional análogo a quatro homicídios e dez tentativas de assassinato por motivo fútil, segundo a polícia.

Ele foi levado ao Iases (Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo), em Cariacica, na região metropolitana de Vitória.

Quatro pessoas morreram e outras cinco continuam internadas. Hoje, a pena máxima para ato infracional cometida por menores de idade é de três anos.

A polícia investiga se o adolescente teve ajuda no planejamento ou se foi incentivado a cometer o crime. Para isso, será solicitado o acesso ao celular, que já foi apreendido, e a computadores utilizados por ele.

A intenção é saber se ele participa de alguma rede ou fórum na internet que promova extremismo e discurso de ódio, e se houve troca de informações sobre o ataque com antecedência.


Outra linha de investigação vai analisar a facilidade de acesso que ele teve às duas armas de fogo e outros materiais usados nos atentados. As armas, um pistola automática Glock e um revólver calibre 38, são de uso funcional e particular do pai do adolescente, um policial militar.

Para ir de uma escola a outra, distantes em um quilômetro, ele dirigiu o carro do pai. A polícia vai apurar se o policial sabia que o filho tinha interesse nas armas e como o jovem aprendeu a usá-las.

"O que nós vamos investigar é justamente a facilidade que ele teve no acesso a essas armas, se o pai confiava que ele não tinha interesse em mexer nelas", disse o delegado-geral da Polícia Civil no Espírito Santo, José Darcy Arruda. "Todo policial que tem filho pequeno ou adolescente em casa trabalha informando que aquela arma não pode ser tocada ou então tem um controle de guarda da arma."

Segundo o investigador, o adolescente demonstrou ter conhecimento em táticas de assalto e quais equipamentos seriam necessários.

Para arrombar o cadeado de um portão da primeira escola que atacou, a estadual Primo Bitti, o adolescente usou um tipo de alicate especial, utilizado pela própria polícia durante operações. A investigação quer entender como ele obteve o equipamento.

"Ele tinha conhecimento para usar armamento e conhecimento para fazer 'entrada tática' e usa um equipamento que nós usamos, que é um alicate enorme", diz Arruda.

O adolescente usava dois emblemas com a suástica nazista desenhada à mão. Um deles estava em um pedaço de papelão pintado de vermelho, e o outro, colado com velcro na roupa camuflada que usava durante os ataques.

A família disse em depoimento à polícia que ele fazia tratamento psicológico, mas a investigação não tem certeza se o adolescente tem algum distúrbio psicológico.

Ao ser ouvido pela polícia, segundo Arruda, o jovem admitiu os crimes e disse que planejou a ação por dois anos. Ele também teria afirmado no depoimento que sofria bullying na escola -ele estudou na Primo Bitti até junho, quando foi transferido a pedido da família.

A polícia considera que o depoimento é uma peça importante na investigação, mas não o único elemento para determinar uma motivação para o crime, que ainda está sendo investigado.

VÍTIMAS

Neste sábado (26), subiu para quatro o número de mortos em ataques a tiros às duas escolas. Flávia Amboss Merçon Leonardo estava internada em estado gravíssimo e morreu aos 38 anos, segundo a Secretaria da Saúde.

Professora de sociologia da escola Primo Bitti, ela era ativista do MAB (Movimento dos Atingidos por Barragens) e, em abril, defendeu sua tese de doutorado em antropologia pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) sobre o desastre ambiental de Mariana.

Além dela, morreram outras duas docentes da escola, Cybelle Passos Bezerra Lara, 45, e Maria da Penha Pereira, 48; e a jovem Selena Sagrillo Zuccolotto, 12, aluna da segunda escola atacada, o CentroEducacional Praia de Coqueiral.

Quatro das vítimas hospitalizadas após os atentados estavam internadas em estado grave até a tarde deste sábado.

Entre elas está um menino de 11 anos, que passou por cirurgia, e uma adolescente de 14 anos, que também precisou de procedimento cirúrgico e está intubada. Os dois estão no Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória, em Vitória.

Duas mulheres, de 45 e 52 anos, também tiveram de ser operadas e estão em estado grave na UTI. Elas foram levadas de helicóptero para o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neve, em Serra (ES).

Uma quinta vítima passou por cirurgia e está em estado estável no Hospital Estadual de Urgência e Emergência São Lucas.

TRÁFICO DE DROGAS

Sogro e genro são presos com 157 quilos de crack em Hilux

Sogro era responsável pelo transporte e logística do entorpecente na cidade, já o genro atuava como batedor e olheiro

11/12/2025 11h30

Tabletes de crack

Tabletes de crack Divulgação/Polícia Civil - MS

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Sogro, 49 anos e genro, de 40 anos foram presos em flagrante transportando 157 quilos de crack, nesta quarta-feira (10), na região do Parque dos Coqueiros em Dourados, município localizado a 226 quilômetros de Campo Grande.

Tabletes de crackTabletes de crack. Foto: Polícia Civil

Um terceiro possível envolvido também foi conduzido à unidade policial e será investigado pelas autoridades.

O entorpecente estava distribuído em tabletes e acondicionado em uma Toyota Hilux. Eles foram presos por policiais civis da Seção de Investigação Geral/Núcleo Regional de Inteligência (SIG/NRI) de Dourados.

Conforme apurado pela reportagem, o sogro era responsável pelo transporte e logística do entorpecente na cidade. Já o genro atuava como batedor (escoltando a droga) e olheiro (observando a presença de forças policiais).

A ação faz parte de uma investigação contra uma organização criminosa que atua na cidade e região da fronteira, abastecendo pontos de distribuição em Dourados e região.

TRÁFICO DE DROGAS

O tráfico de drogas é um problema crescente no Brasil.

Comércio, transporte e armazenamento de cocaína, maconha, crack, LSD e haxixe são proibidos no território brasileiro, de acordo com a Lei nº 11.343/2006.

Mas, mesmo proibidos, ainda ocorrem em larga escala em Mato Grosso do Sul. O Estado é conhecido como um vasto corredor no Brasil, devido à sua extensa fronteira com outros países. Com isso, é uma das principais rotas utilizadas para a entrada de substâncias ilícitas no país. 

O tráfico resulta em diversos crimes direta e indiretamente, como furto, roubo, receptação e homicídios.

Dados divulgados pela Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 13.130 quilos de cocaína, 502.682 quilos de maconha e 378 quilos de outras drogas foram apreendidos, entre 1º de janeiro e 11 de dezembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

As forças de segurança responsáveis em apreender entorpecentes são Polícia Rodoviária Federal (PRF), Polícia Federal (PF), Polícia Militar (PMMS), Polícia Civil (PCMS) e Guarda Civil Metropolitana (GCM).

 

HOMICÍDIO E TRÁFICO

Mulher foge de violência doméstica em MG e é morta por ordem da prima em MS

Mulher encontrada morta na tarde de quarta-feira (3), na BR-262, estava cansada de apanhar do marido em Minas Gerais e veio buscar abrigo na casa da prima em MS, que a abandonou

05/12/2025 11h45

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5) Foto: Naiara Camargo

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Maria de Fátima Alves, de 40 anos, encontrada morta na tarde de quarta-feira (3) no anel viário da BR-262, saiu de Minas Gerais para Mato Grosso do Sul para fugir de violência doméstica que sofria do marido. Ela deixou três filhos no estado mineiro.

Ela veio para Campo Grande (MS), há três meses, procurar abrigo na casa da prima, que prometeu acolhê-la em sua casa, localizada no bairro Moreninhas. Mas, não foi o que aconteceu. Sua prima, de 32 anos, recusou o abrigo, pegou seus documentos por motivos ainda desconhecidos e a abandonou nas ruas.

Ela se tornou moradora de rua, passou a fazer uso exagerado de bebidas alcoólicas e foi abrigada no Centro de Referência Especializado para a População em Situação de Rua (CENTRO POP), em Campo Grande.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)Vítima, Maria de Fátima Alves, de 40 anos

Na tarde de terça-feira (2), Maria de Fátima pegou uma bicicleta emprestada e foi buscar seus documentos na casa da prima, pois queria arrumar um emprego. De acordo com a vítima, sua prima seria uma pessoa “muito perigosa”.

Ao chegar no endereço, a prima se negou a devolver os documentos. Em seguida, Maria de Fátima foi até o quarto, abriu o guarda-roupa e flagrou diversos tabletes de cocaína dentro do móvel e, curiosa, começou a manuseá-los.

Com receio de ser denunciada, a prima repreendeu a vítima e a colocou dentro de um Hyundai HB20 com ajuda de um comparsa, de 41 anos. Em seguida, a levaram até o anel viário da BR-262, onde a executaram com um tiro na cabeça e outro no ombro. Após o crime, eles fugiram e o corpo ficou abandonado.

O titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, acredita que a vítima tenha sido morta pelo rapaz e não pela prima.

Titular da Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Rodrigo Daltro, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (5)Prima, de 32 anos e seu comparsa, de 41 anos

“Ele assumiu que a droga era dele, mas negou a questão de ser o coautor do homicídio. Todo o tempo ele negou o homicídio e sempre confessou o tráfico de drogas. Na cabeça deles, o tráfico é mais fácil obter a liberdade.

Na tarde de quarta-feira (3), a Polícia Militar recebeu uma denúncia que havia um cadáver, às margens do anel viário da BR-262, saída para Terenos/Rochedo.

Viaturas se deslocaram até a rodovia e os militares constataram que se tratava de uma mulher, sem identificação até então. Polícia Civil e Polícia Científica estiveram no local para recolher os indícios do assassinato e retirar o corpo.

A prima, de 32 anos e seu comparsa, de 41 anos, estão presos preventivamente pelos crimes de homicídio qualificado, tráfico de drogas e associação para o tráfico.

A mulher é empresária, possui transportadoras e não tem passagens pela polícia. O homem tem passagens por tráfico de drogas.

O caso continua sendo investigado pela DHPP.

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