Autoridades divulgaram foto do foragido suspeito de tentativa de feminicídio em Bonito
A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul (PCMS) está pedindo auxílio à população para localizar Israel de Paula da Silva, de 36 anos, que tentou matar a namorada atropelada na rua Joana Sorta, na Vila Donária, em Bonito.
No domingo (9), o suspeito, identificado como Israel de Paula da Silva, jogou o veículo contra a vítima, que se escondeu atrás de um muro. Com o impacto, a estrutura caiu.
Segundo divulgação da polícia, apesar do choque, a jovem de 23 anos passa bem. No momento do ocorrido, pessoas que estavam próximas prestaram socorro.
Entenda o caso
Por volta das 5 horas da manhã de domingo, imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que a jovem se aproximava de uma esquina para conversar com um amigo.
Nesse instante, o veículo VW Gol, conduzido por Israel, se aproximou, e a jovem foi surpreendida, fugindo para se esconder atrás de um muro que, com o impacto da batida, acabou desmoronando.
A polícia acredita que a motivação do crime tenha sido ciúmes.
O Corpo de Bombeiros esteve no local, assim como a Polícia Militar. A jovem foi levada ao hospital do município e não corre risco de morte.
Após o crime, Israel abandonou o carro no local e fugiu a pé. Devido à gravidade da ocorrência, o delegado responsável pela investigação, Pedro Guimarães Ramalho, pediu a prisão preventiva do autor.
No entanto, embora a polícia tenha realizado diligências, ainda não conseguiu localizar Israel, que segue foragido. Denúncias anônimas podem ser encaminhadas para a Delegacia de Bonito pelo telefone: (67) 3255-1104.
Reprodução PCMSEscalada de violência
O crime ocorreu no mesmo dia em que o feminicídio foi incorporado ao Código Penal como uma qualificadora de crime, com a sanção da Lei nº 13.104/15, de 9 de março de 2015.
Um dia após o Dia Internacional da Mulher, que foi marcado por protestos em diversas regiões do Estado.
Reprodução Redes SociaisEm Campo Grande, no canteiro da Avenida Afonso Pena, cruzes com fotos de vítimas do feminicídio foram fixadas no gramado. Em outro ponto, no cruzamento, a vereadora Luiza Ribeiro (PT) distribuiu panfletos sobre o combate à violência contra a mulher.
Em Dourados, a deputada estadual Gleice Jane (PT) liderou uma marcha com carro de som e aproveitou a ocasião para repudiar a contratação do mandante do assassinato da ex-prefeita Dorcelina Folador, em Mundo Novo.
Nesta segunda-feira (10), a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), cobrou o repasse de verbas para a Casa da Mulher Brasileira e anunciou um conjunto de políticas públicas voltadas para as mulheres.
Entre os projetos estão:
- Sorrindo pra Vida, Emprega Mulher
- Escola de Capacitação para Mulheres (Scap Semu)
- Mulheres Inclusivas
- Mulheres Conectadas
- Empreenda Bem Mulher
- Sala da Mulher Empreendedora (em parceria com o Sebrae)
- Dossiê Mulher e Ouvidoria da Mulher
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, por sua vez aprovou um pacote de medidas visando resguardar a integridade das mulheres na semana anterior, entre tantas outras ações de órgãos distintos em uma tentativa de frear a escalada da violência de gênero no Mato Grosso do Sul.
Feminicídios
Feminicídios
O 1° feminicídio aconteceu no dia 4 de fevereiro, quando Karina Corin, de 29 anos, foi baleada na cabeça pelo ex-companheiro, Renan Dantas Valenzuela, de 31 anos, no dia 1° de fevereiro; não resistiu aos ferimentos.
Karina estava internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Vida de Dourados. Aline Rodrigues, de 32 anos, também estava na loja de celular no momento do ataque e morreu após ser atingida por dois tiros.
Aline era amiga de Karina, e também foi levada para o Hospital da Vida de Dourados em estado grave. Contudo, não resistiu aos disparos, que atingiram a cabeça e o tórax.
O 2° feminicídio registrado foi o da jornalista Vanessa Ricarte, assassinada a facadas pelo ex-noivo Caio Nascimento.
Vanessa procurou a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) no dia 13 de fevereiro para denunciar o companheiro por violência doméstica e solicitar uma medida protetiva contra ele, mas, ao retornar para casa, deu de cara com Caio na sua própria residência, momento em que começaram uma discussão e ele desferiu diversos golpes de faca contra o pescoço, peito e barriga.
Os vizinhos ouviram os gritos e acionaram a polícia.
Já o 3° caso, aconteceu em Dourados, quando Juliana Domingues, de 28 anos, foi assassinada com golpes de foice pelo marido, no último dia 18, na comunidade indígena Nhu Porã.
O esposo foi identificado como Wilson Garcia, de 28 anos. Ele cometeu o crime na frente do filho do casal, de 8 anos.
No 4° caso, Mirieli Santos, de 26 anos, foi assassinada a tiros pelo ex-companheiro,Fausto Junior no último sábado, 22 de fevereiro. O casal estava discutindo quando o irmão da vítima ouviu os disparos, ela chegou a ser levada ao hospital por Fausto, mas não resistiu aos ferimentos.
O 5º caso aconteceu no dia 24 de fevereiro, o crime aconteceu no município de Juti, localizado a 310 km de distância de Campo Grande.
A vítima teria sido brutalmente atacada pelo seu ex-marido, que, após esgana-la, teria arrastado seu corpo até uma residência e colocado em cima de um colchão, a fim de simular uma eventual morte natural.
Já a 6º vítima identificada como dentificada como Giseli Cristina Oliskowiski, de 40 anos, foi morta no dia 1º de março, carbonizada em um poço no bairro Aero Rancho em Campo Grande.
** Colaborou Alicia Myiashiro
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