Polícia

CONFLITO

Polícia Federal entra na investigação de assassinato de indígena em Coronel Sapucaia

É o 4º membro da família que morre em conflito nos últimos 15 anos

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No último sábado (21) o jovem indígena Alex Recarte Vasques Lopes, de 18 anos, foi morto em uma fazenda vizinha à terra indígena Taquaperi. Devido à ocorrência, a Polícia Federal (PF) informou nessa quinta-feira (26) que enviou três equipes de policiais para investigar o ocorrido. 

Duas equipes são da Delegacia de Polícia Federal em Ponta Porã e uma da Delegacia de Polícia Federal em Naviraí. De acordo com a polícia, uma fazenda foi invadida pelos indígenas, em represália à morte do jovem. 

A PF vai até o local para realizar o levantamento dos fatos e depoimento de eventuais testemunhas. A Superintendência Regional informou que já foi instaurado Notícia Crime em Verificação (NCV) para confirmar se a morte do indígena tem relação com as disputas territoriais locais, ou pode atingir a comunidade indígena como um todo, o que seria de competência da Justiça Federal. 

Conflito histórico 

O município de Coronel Sapucaia registra um longo histórico de conflito entre fazendeiros e lideranças do povo indígena guarani kaiowá. 

O jovem morto no sábado, é membro da família Lopes, que desde 2007 teve quatro pessoas mortas na região, devido a brigas pela terra. 

Segundo relato de lideranças da comunidade, Alex teria deixado a reserva onde morava com dois outros jovens guarani kaiowá, para buscar lenha em uma área nos arredores da terra indígena, e quando se distanciou para realizar a tarefa, foi assassinado a tiros, e seu corpo foi levado para o lado paraguaio. 

A terra indígena fica a menos de 10 quilômetros de Capitán Bado, no Paraguai. Segundo imagens do corpo do jovem, enviadas pelas lideranças ao Conselho Indigenista Missionário Regional Mato Grosso do Sul (Cimi), foi possível identificar no corpo de Alex ao menos cinco orifícios compatíveis com projéteis de armas de fogo. 

Devido ao assassinato do jovem, os guarani kaiowá invadiram a área para retomá-la, conforme relatou uma das lideranças da comunidade, que preferiu não se identificar. 

Em 2007, a rezadora Xurite Lopes e Ortiz Lopes foram assassinadas em Coronel Sapucaia. Apenas dois anos depois, em 2009, Oswaldo Lopes também foi morto. Os três crimes seguem sem condenações. 

Dados do Cimi apontam que o estado segue como um dos líderes em violência contra povos indígenas. Em 2020, segundo dados da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), 34 indígenas foram assassinados em Mato Grosso do Sul, número inferior apenas aos dos estados de Roraima (66) e Amazonas (41). 

Revolta 

O povo guarani kaiowá ocupou uma fazenda no município de Coronel Sapucaia na madrugada do último domingo (22), em protesto contra a morte de Alex Recarte Vasques Lopes. 

Ainda no domingo, o acesso à retomada denominada pelos indígenas de Tekoha Jopara, foi impedido por um bloqueio realizado por viaturas do Departamento de Operações de Fronteira (DOF). 

A barreira foi posicionada na rodovia MS-286, que atravessa a terra indígena Taquaperi e também dá acesso a outras comunidades indígenas da região, que na prática, ficam isoladas. 

A comunidade teme que os indígenas que estão na área ocupada sejam atacados, e já viram drones sobrevoando a retomada. Fazendeiros também se reuniram na estrada, próximo ao local onde os guarani kaiowá estão acampados.

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Operação Uxoris

Denúncia de ex-esposa desencadeou operação contra lavagem de dinheiro e contrabando

Mulher descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome, feitos pelo ex-marido, e acionou a PF

03/12/2025 11h30

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade

Chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade MARCELO VICTOR

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Operação Uxoris, deflagrada pela Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) nesta quarta-feira (3), surgiu a partir da denúncia da ex-esposa de um dos integrantes da organização criminosa, que utilizava os documentos pessoais dela para abrir pessoas jurídicas (PJs), sem autorização, para praticar delitos.

A partir disso, ela descobriu diversos tributos fiscais desconhecidos em seu nome e acionou a PF. Em posse das informações, PF e RFB iniciaram as investigações há dois anos e desencadearam a Operação Uxoris, cujo nome faz referência a essa situação conjugal.

"A investigação começou a partir de uma denúncia apresentada pela ex-esposa, de um dos integrantes do grupo criminoso, ela comunicou a Polícia Federal a utilização de seus documentos pessoais para abertura de pessoas juridicas que estariam sendo utilizadas para a pratica desses delitos, gerando passivos tributarios, sem autorização dessa senhora. A partir disso, a Polícia Federal iniciou as investigações da Operação Uxoris, em referencia justamente a essa outorga conjugal”, detalhou o chefe da delegacia de repressão a crimes fazendários, delegado Anezio Rosa de Andrade.

OPERAÇÃO UXORIS

Efetivo de 70 servidores, sendo 50 policiais federais e 20 agentes da Receita Federal, alocados em 12 viaturas, deflagram a Operação Uxoris, na manhã desta quarta-feira (3), em Mato Grosso do Sul e São Paulo (SP).

Ao todo, nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sendo oito em Campo Grande (MS) e um em Osasco (SP). Na Capital sul-mato-grossense, os mandados foram cumpridos no Centro, bairro Universitário, Vila Nhá-Nhá, entre outros locais.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Esses produtos - eletrônicos, brinquedos, utensílios domésticos e acessórios eletrônicos- eram vendidos em lojas online (marketplace) e lojas físicas, todas localizadas em Campo Grande (MS). As mercadorias eram distribuídas em todo o território nacional.

Os itens são oriundos de vários países e entraram no País através da fronteira Brasil/Paraguai.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões. Wellington da Silva Cruz, policial militar, é um dos integrantes do grupo criminoso.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O grupo criminoso utilizava a modalidade de pagamento “dólar-cabo”, que é um sistema informal de transferência de dinheiro para o exterior.

Em vez de enviar o dinheiro fisicamente, a pessoa no Brasil paga em reais a um "doleiro", que então garante que a mesma quantia seja entregue em dólares em uma conta no exterior. Essa operação é frequentemente utilizado em atividades ilícitas e considerada crime de evasão de divisas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

De acordo com o delegado da PF, Anezio Rosa de Andrade, os crimes desencadeiam em concorrência desleal, que é é algo que prejudica os comerciantes que pagam os devidos impostos.

“Um comerciante que faz o pagamento formal, que tem a sua empresa regularizada, muito dificilmente consegue concorrer com outras empresas, com outros comerciantes, que não atuam da mesma forma. Então, o nosso objetivo também, além de combater a questão aduaneira e tributária, é também fortalecer a concorrência lícita dentro do território nacional”, explicou.

Operação Uxoris

PF e Receita desmantelam esquema de contrabando de mercadorias ilegais

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Campo Grande (MS) e Osasco (SP)

03/12/2025 08h15

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Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RFB) cumpriram nove mandados de busca e apreensão, na manhã desta quarta-feira (3), durante a Operação Uxoris, em Campo Grande (MS) e São Paulo (SP).

Na Capital sul-mato-grossense, os mandados supostamente foram cumpridos nos altos da avenida Afonso Pena e bairro Universitário.

A operação visa desarticular uma organização criminosa especializada no contrabando, descaminho e importação fraudulenta de grande quantidade de mercadorias sem documentação fiscal e sem comprovação de alfândega.

Conforme apurado pela reportagem, os produtos eram distribuídos em todo o território nacional, por meio de vendas online (marketplace) e através de lojas físicas localizadas em Campo Grande (MS).

De acordo com a PF, o grupo criminoso utilizava a modalidade conhecida como dólar-cabo para efetuar pagamentos das mercadorias, realizando remessas ilegais de valores ao exterior mediante compensações financeiras irregulares.

Ao todo, 20 pessoas físicas e jurídicas, envolvidas na operação, tiveram o sequestro de bens móveis, imóveis e valores no montante de R$ 40 milhões.

Além disso, 14 empresas envolvidas no esquema tiveram as atividades suspensas.

O objetivo é combater o descaminho, contrabando, lavagem de dinheiro, organização criminosa, sonegação fiscal, concorrência desleal e demais crimes transacionais e de ordem tributária e aduaneira em Mato Grosso do Sul.

CONTRABANDO E DESCAMINHO

Contrabando e descaminho são crimes relacionados à importação e exportação de mercadorias. Contrabando é a importação ou exportação de mercadorias proibidas.

Descaminho é à importação ou exportação de mercadorias lícitas sem o pagamento dos tributos devidos. A principal diferença reside na natureza da mercadoria: no contrabando, a mercadoria é proibida; no descaminho, a mercadoria é legal, mas o tributo não é pago.

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp-MS) apontam que 68 ocorrências de contrabando e 56 de descaminho foram registradas, entre 1º de janeiro e 27 de novembro de 2025, em Mato Grosso do Sul.

Em relação ao descaminho, 0 ocorreu em janeiro, 11 em fevereiro, 2 em março, 5 em abril, 5 em maio, 2 em junho, 5 em julho, 9 em agosto, 4 em setembro, 11 em outubro e 2 em novembro.

Em relação ao contrabando, 2 ocorreram em janeiro, 8 em fevereiro, 4 em março, 2 em abril, 9 em maio, 9 em junho, 5 em julho, 8 em agosto, 4 em setembro, 13 em outubro e 4 em novembro.

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