Cidades

EM CRISE

Policiais civis de MS ameaçam entrar em greve na próxima semana

Escrivães e investigadores exigem aumento de 30% no salário e contratação imediata para suprir déficit de 900 profissionais

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Policiais civis de Mato Grosso do Sul sinalizaram indicativo de greve por não concordarem com a lista de propostas sugeridas pelo Governo do Estado, que prevê reajuste salarial abaixo do que foi requisitado pela classe. A última alteração na folha foi em 2013. 

De acordo com o Sindicato dos Policiais de MS (Sinpol-MS), além do salário considerado baixo em comparação a outros estados, a classe reivindica a contratação de mais investigadores e escrivães, já que existe déficit de 900 profissionais. A situação pode influenciar no fechamento das delegacias. 

"Estamos negociando desde o ano passado com o governo do Estado. Nós cobramos do governador, ainda quando ele era secretário, um compromisso que ele tem com o sindicato desde 2016, onde se afirmava na época, que o salário dos policiais estaria entre os seis melhores do país, mas não foi cumprido. Ele disse que faria o aumento, nem que fosse parcelado", diz  Alexandre Barbosa, presidente do Sinpol. 

Além do baixo salário, os profissionais contestam a carga horária que deveria ser de 40 horas semanais, porém, alguns trabalhadores chegam a cumprir até 80 horas por semana e ainda, sem receber pelos extras.

Atualmente, o Estado possui 1.600 profissionais, entre escrivães e investigadores. Conforme a categoria, o necessário para atender às demandas populacionais em todo Mato Grosso do Sul, seria de 2.500 trabalhadores. 

Assembleia no auditório do Sinpol-MS - Foto: Divulgação/Sinpol

Durante reunião com representantes do sindicato na última terça-feira (20), Riedel recuou a decisão e não cumpriu com a promessa, oferecendo incorporar no subsídio o auxílio alimentação, o que segundo a classe, não supri a necessidade dos trabalhadores. Outra reclamação é em relação ao auxílio saúde no valor de R$ 2.000,00. 

"Vivemos um caos, com muita sobrecarga de trabalho. Ficamos revoltados por que na última reunião, o governador afirmou que não poderia aumentar o salário, só que em maio deste ano ele deu o auxílio saúde para duas categorias que já recebem altos salários, sendo os delegados de polícia e os fiscais de renda. O percentual seria de quase R$ 2 mil por mês, sendo que eles já recebem R$ 30 mil de salário mensal", alega. 

Vale destacar que o auxílio alimentação é destinado apenas para os ativos, no valor de R$ 400,00.

Uma pesquisa da Organização Não Governamental (ONG) "Instituto Sou da Paz", mostra que Mato Grosso do Sul é um dos estados que mais solucionam crimes no Brasil. Em contrapartida, MS estava em 21º lugar no ranking de estados com melhores salários para escrivães.  

Tabela com valores de salários de investigadores em 2023 - Foto: Divulgação SindPesp

Movimento "Cumpra-se a Lei" 

Segundo Alexandre, os policiais civis também vão dar início ao movimento “Cumpra-se a Lei”, que orienta os servidores sobre direitos e deveres do exercício da profissão, para que os policiais atuem de acordo com a legislação.

“Também formamos uma comissão do movimento e vamos organizar as ações já para os próximos dias. Demos o prazo até 20 de agosto e nada. Não concordamos com a decisão. Não vamos fazer nada a mais do que é nossa atribuição, prevista por lei", explica. 

Segundo Alexandre, cerca de 40 homens estão presos em delegacias da Capital, por não cumprirem o pagamento de pensão alimentícia e não no sistema prisional como prevê a legislação. 

"Vamos dar um basta esperamos o governo retornar com a situação. Queremos trabalhar pela população, mas pra isso precisamos ser bem remunerados", avalia. 

A reportagem do Correio do Estado entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração (SAD), para saber quais foram as propostas ofertadas pelo Governo do Estado à classe. Também solicitamos informações referentes às reivindicações e se haverá cumprimento das exigências.

Em nota foi informado que "O Governo do Estado aguarda uma manifestação oficial da classe para uma possível negociação", finaliza o documento.  

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CARBÓN BLANCO

PF deflagra Operação e apreende drogas e armas em 3 cidades do MS

Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em 5 cidades de SP e MS; a investigação começou em janeiro deste ano através de uma interceptação de 1,5 tonelada de cocaína

12/09/2024 16h04

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12)

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12) Polícia Federal/ Divulgação

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Na manhã desta quinta-feira (12), a Polícia Federal deflagrou a Operação Carbón Blanco que tem o objetivo de evitar o tráfico transnacional de drogas e armas de fogo, praticados por organizações criminosas em diversos municípios do estado de Mato Grosso do Sul.

Segundo informações da PF, ao todo, foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão, e quatro mandados de prisão temporária, além da suspensão de atividades de pessoa jurídica em Ponta Porã/MS, Campo Grande/MS, Camapuã/MS, São Paulo/SP e Birigui/SP.

As investigações iniciaram em janeiro de 2024, quando os responsáveis encaminharam aproximadamente uma tonelada e meia de cocaína. À época, o carregamento estava sendo transportado no interior de uma carga de carvão, apreendido em Araçatuba/SP.

Após a ocorrência, foi identificado que a organização criminosa era especializada neste tipo de delito, que, supostamente, internalizou extensa quantidade de cocaína, além de diversas armas de fogo ilegais, todas em âmbito nacional.

Durante a ação, três pessoas jurídicas e um estabelecimento usado de fachada foram interditados em Ponta Porã/MS. No local, foram apreendidos veículos de luxo, celulares e aproximadamente R$ 24 mil em espécie, um total de R$1,5 milhão em bens. 

Segundo informações, os celulares apreendidos irão colaborar para o prosseguimento das investigações.

Dados de cocaína

Segundo números da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública do Mato Grosso do Sul (Sejusp), a apreensão de cocaína no MS neste ano já ultrapassou a cada das 10,5 toneladas. Até agora, o mês de abril foi aquele com maior volume de quilos da droga confiscados, com 1,9 mil kg.

Ao comparar com os últimos cinco anos (2020 a 2024), este ano é o terceiro com maior quantidade apreendida, atrás de 2023, que registrou 18 toneladas, e 2022, com 16,7. Porém, há de se ressaltar que ainda restam três meses completos para acabar o ano e, se a média mensal for mantida, irá encerrar com a frente de 2022 e se tornar o segundo mês com maior quilos apreendidos. Confira o gráfico dos últimos 10 anos:

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12)Fonte: Sejusp

Dados de armas de fogo

Ainda de acordo com a Sejusp, 1.138 mil armas de fogo foram interceptadas por agentes neste ano. Aquela mais frequente nas apreensões é revolvér, com 277, pistola, com 208, e espingarda, com 78. Março foi o mês com maior quantidade de armas confiscadas, com 173.

Na comparação com os últimos cinco anos, 2024 fica atrás de todos, sendo o maior número registrado durante 2023 inteiro, com 2.250 mil armas apreendidas. Em seguida vem 2021, com 1.931 mil; 2022, com 1.762; e 2020, com 1754. Confira o comparativo dos últimos 10 anos:

A Operação Carbón Blanco foi deflagrada pela PF nesta quinta-feira (12)Fonte: Sejusp

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DOIS ANOS DEPOIS...

"Amigo-assassino" do 'Batata' é condenado a 12 anos de prisão

Caso aconteceu em julho de 2022, no Conjunto Cohab, e mesmo com a justificativa de legítima defesa, julgamento desta manhã definiu condenação ao vendedor Eryck Rodrigues

12/09/2024 15h02

Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como

Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como "Batata", foi morto a tiros por amigo de infância em 2022 Foto: Reprodução / Facebook

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A 1ª Vara do Tribunal do Júri definiu, na manhã desta quinta-feira (12), a condenação de 12 anos do vendedor Eryck Rodrigues, preso há dois anos por matar o amigo Rodiney da Costa Rodrigues, mais conhecido como “Batata”, no Conjunto Cohab, na capital sul-mato-grossense.

Durante o julgamento, a defesa do réu alegou variadas teses para inocentá-lo, como legítima defesa, excesso culposo (quando realmente não há a intenção de matar), reconhecimento da violenta emoção (quando o criminoso ficou em choque emocional no momento, capaz de anular sua culpa) e afastamento da qualificadora (ser julgado em uma gravidade menor do que a que está sendo discutida). Além disso, foi pedido a dosagem da pena, ou seja, o quanto o infrator participou do crime.

Porém, mesmo com essas sustentações feitas pela defesa, o Conselho de Sentença não concordou e condenou Eryck a 12 anos de prisão em regime por homicídio qualificado por motivo fútil. Mas, por responder ao processo solto, ele poderá recorrer à pena em liberdade. 

O CASO

O assassinato aconteceu no dia 23 de julho de 2022 e, segundo o documento do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), Eryck se negou a cumprimentar um outro rapaz (que supostamente havia furtado um celular dele) e um desentendimento começou, então Rodiney, de 31 anos, apareceu para separar a briga.

Após isso, o rapaz foi embora do local e apenas Eryck e Batata permaneceram no local, onde começaram a discutir. Porém, o autor decidiu deixar o endereço de moto e a vítima foi buscar a namorada para voltar ao local depois. 

Inesperadamente, Eryck retornou armado e atirando em seu amigo, com dois disparos acertou um nas costas e outro no peito da vítima, que chegou a ser socorrido por pessoas próximas, mas morreu ainda ainda no local. Todo o fato aconteceu na praça da Cohab.

Após o crime, o autor chegou a fugir, mas logo depois se entregou na 5ª Delegacia de Polícia Civil e confessou o assassinato. Em fevereiro de 2023, ele foi denunciado pelo MPMS por homicídio qualificado por motivo fútil, do qual ele passaria a ser condenado oficialmente 19 meses depois da denúncia do órgão.

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