Depois de investir R$ 340 milhões na pavimentação da MS-345 para encurtar m 40 quilômetros a distância entre Campo Grande e Bonito, a ponte sobre o Rio Miranda, no distrito de Águas de Miranda, não está suportando o aumento do fluxo de veículos pesados e teve de ser parcialmente interditada.
O problema é que a ponte está se transformando em uma espécie de gangorra quando veículos pesados chegam a uma das extremidades, gerando um “degrau” que chega a quase meio metro de altura altura, colocando em risco a segurança de veículos que acessam a estrutura.
Por conta desse problema, agentes do Detran foram enviados ao povoado e desde esta quarta-feira adotaram o sistema de pare e siga na travessia e limitando a velocidade dos veículos. Além disso, a Agesul informou que somente veículos com até 40 toneladas podem passar pela ponte.
Segundo Janaína Quintão, moradora do distrito, a gangorra surgiu inicialmente há cerca de um ano, quando foram feitos alguns reparos. Porém, há cerca de quatro meses, com o aumento do tráfego, a situação piorou e foi denunciada incontáveis vezes. Porém, alguma providência só foi adotada depois que um motorista estourou os quatro pneus ao enfrentar o degrau.
O incidente ocorreu na última terça-feira e “depois disso as autoridades finalmente reconheceram que o problema existe. Poderia ter acontecido algo muito mais grave. Se ele estivesse em alta velocidade, poderia ter caído da ponte e poderia ter morrido", diz a mulher.
Rodolfo Souza Gonçalves, de 44 anos, morador da região há 27, fez um vídeo mostrando o veículo que teve os quatro pneus furados ao enfrentar o degrau. Conforme moradores, a pista levanta até 48 centímetros, o que pode provocar acidentes graves.
Por conta da violência da pancada, até os air-bags da picape se abriram.
Ainda de acordo com Janaína, os servidores do Detran que estão controlando o tráfego no local informaram que até esta sexta-feira (6) devem ser instalados quebra-molas nas duas pontas para impedir alta velocidade tanto de veículos pesados quanto de carros de passeio.
Em nota, a Agesul informou que “já iniciou ações de limpeza das margens, reparo, bem como de reforço na sinalização (sonorizador, placas e taxas refletivas) da ponte sobre o Rio Miranda, na MS-345.
Além das placas que indicam limite de velocidade (30 km/h) e peso (40 toneladas), as equipes iniciaram a construção de quebra-molas, com uma distância de 50 metros da ponte, com intuito de evitar acidentes e/ou eventuais danos a veículos que trafegam pela rodovia.
A Agesul também já iniciou processo de autorização para contratação, em regime emergencial, de uma empresa para execução de inspeção especial e elaboração de projeto executivo para recuperação e recondicionamento da estrutura da ponte que foi construída pelo Exército Brasileiro no ano de 1967”.
A nota não informou, porém, se o sistema de pare e siga vai continuar, ou não, depois da instalação dos redutores de velocidade ou qual o possível prazo para que os reparos comecem.
E, apesar de a nota informar que somente veículos com 40 toneladas podem atravessar pela ponte, não existem controle anterior para que bitrens com até 50 toneladas de calcário se aproximem do local.
NOVA ROTA
O investimento de R$ 340 milhões na MS-345 foi feito na pavimenta de 100 quilômetros, ligando os municípios de Anastácio e Bonito. Antes da pavimentação, a maior parte dos motoristas saía de Campo Grande e passava por Sidrolândia, Nioaque, Guia Lopes da Laguna (Jardim) e chegava a Bonito.
Agora, para encurtar o trajeto em cerca de 40 quilômetros, a rota passou a ser por Terenos, entrando à esquerda em Aquidauana e, alguns quilômetros depois, é necessário entrar à direita rumo ao distrito de Águas de Miranda e seguir até Bonito pela estrada recém-concluída.