Promovida pela prefeitura para economizar, a realocação de professores concursados e demissão de contratados vai mexer também com setor de tecnologia das escolas. Aproximadamente 200 profissionais que atuavam na Divisão de Tecnologia Educacional (Ditec) serão mandados de volta para sala de aula e com isso a prefeitura pretende economizar R$ 800 mil por mês. O serviço atualmente executado pelos coordenadores de suporte pedagógico será feito por estagiários, segundo a própria administração.
A greve dos professores que dura mais de um mês, somada à pressão por reajuste e a falta de dinheiro em caixa, fez com que a prefeitura tomasse medidas severas para cortar gastos e acabar com a greve.
Entre as medidas já anunciadas está a demissão de 300 comissionados e professores contratados e a realocação de profissionais que atuavam no setor administrativo para as salas.
Na última sexta-feira (26), no entanto, um documento enviado para as 96 escolas da Rede Municipal de Educação (Reme) chamou a atenção e deu início à revolta de alguns profissionais. O Executivo informou aos diretores de escola que os cerca de 200 professores que atuam como Coordenadores de Suporte Pedagógico de Tecnologia (CSPTEC) não terão os contratos renovados e deverão voltar a dar aulas regulares.
Segundo o presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação (ACP), Geraldo Alves, os coordenadores atuam oferecendo suporte técnico e didático a professores nos laboratórios de informática das escolas.
“Eles dão esse suporte que depois é repassado pelos professores para os alunos, durante as aulas nos laboratórios. Essa situação é um prejuízo para os alunos e para todos, pois muito foi investido em capacitação”, disse Alves.
Diante da informação de extinção do cargo, a diretoria da ACP se reuniu na tarde de ontem (28) para discutir a situação e afirma que nova reunião será feita entre os coordenadores tecnológicos. “Vamos encaminhar ofício para o prefeito perguntando o motivo disso”, completou o sindicalista.
OUTRO LADO
Enquanto os professores se revoltam com a extinção do cargo, o titular da Secretaria de Administração e interino da pasta de Educação, Wilson do Prado, explica que os coordenadores da tecnologia não tinham demanda de trabalho e, por isso, eles serão remanejados.
O cargo, segundo o secretário, foi criado em 1997, época em que os computadores começaram a ser inseridos nas escolas com a criação de laboratórios de informática. Na época, os professores que atuavam em sala de aula foram capacitados, houve concurso e eles assumiram o cargo de coordenação.
“De lá para cá, a situação perdurou, mas hoje não tem demanda de serviço para esses professores que estavam na tecnologia. Eles acabavam fazendo serviço administrativo que não tinha nada a ver com a área”, conta o secretário Wilson.
Com a extinção de cargo, as funções administrativas desempenhadas pelos coordenadores, conforme o secretário, serão executadas por estagiários e a expectativa é que a medida gere economia de R$ 800 mil mensais.
“A mudança é uma prerrogativa da administração, acabar ou constituir uma função faz parte do pacote de ajuste para evitar custos e dar o reajuste que os professores querem”, completa Wilson.