No segundo dia de negociação a respeito dos salários dos motoristas, que teria a presença de um representante da Prefeitura de Campo Grande, o sindicato e o Consórcio Guaicurus - administradora do transporte coletivo da Capital - entraram em acordo sobre duas propostas ao respeito do reajuste salarial, vale-alimentação (VA) e participação nos lucros e resultados (PLR), em audiência na tarde de hoje (10), do Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Após várias propostas e contrapropostas, o consórcio e o sindicato entraram em um acordo com duas opções para serem votadas em assembleia com os motoristas.
A primeira mantêm o PLR nos termos atuais, com reajuste salarial de 3,5% e VA de R$ 125. Já a segunda exclui o PLR, com reajuste de 3,5% e VA em R$ 295.
No próximo dia 17, a categoria irá votar por uma das duas opções ou pela recusa. Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores no Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande (SSTCU), Demétrio Ferreira, o acordado não foi o esperado pela categoria, mas as propostas serão levadas para votação.
“Não foi aquilo que nós sempre quisemos, mas tivemos um consenso. Vou levar essa proposta para Assembleia; e volto a frisar, não era o que nós esperávamos e quem vai decidir é o trabalhador, dentro da realidade”, disse ele.
Juiz do Trabalho que conduziu as negociações, Flávio da Costa Higa, ponderou que a discussão foi positiva.
“Essas reuniões tiveram um avanço total, na medida em que iniciamos de um impasse, de uma desavença total em cláusulas sociais e transformamos isso, em um espaço de apenas dois dias, em uma concordância em relação ao índice de reajuste, ao auxílio alimentação, a participação nos lucros e resultados, de modo que um acordo coletivo vai reger as condições de trabalho nos próximos doze meses. Então, a repercussão salda extremamente positiva”, opinou.
Nas discussões de ontem (9), o sindicato pediu um reajuste de 13%, valor bem acima do que foi acordado hoje.
Na reunião desta terça-feira, os trabalhadores baixaram o reajuste de 13% para 8% e posteriormente para 4%, ficando acertado o valor de 3,5%.
Às duas opções foram decididas pelo fato que alguns motoristas que acompanhavam a audiência aceitaram a exclusão da PLR e aumento do VA, mas outros não eram de acordo.
Por isso ficou decidido pelo resultado democrático na assembleia.
Ontem, Higa intimou um representante do Executivo Municipal para acompanhar as negociações, já que ela impacta diretamente no valor da tarifa de ônibus, mas ninguém apareceu.