Cidades

ATENÇÃO REDOBRADA

Prejuízo por poste derrubado beira R$8 mil e custo pode sair do bolso do consumidor

Mato Grosso do Sul terminou 2024 com 139 postes arrancados após serem atingidos e Energisa dá dicas de segurança nos casos de batidas e possíveis acidentes elétricos

Continue lendo...

Acidentes acontecem quase que cotidianamente em Campo Grande, não sendo raro os casos em que colisões acabam inclusive arrancando postes do chão, o que pode gerar um prejuízo de aproximadamente oito mil reais por equipamento, e preço esse que pode sair do bolso do próprio consumidor. 

Quem passava pela Avenida Mato Grosso na manhã de sexta-feira (10) pode ter se deparado com um poste caído pela avenida, equipamento esse que é importante diferenciar como sendo de iluminação pública, de responsabilidade, portanto, da Prefeitura. 

Com a Energisa auxiliando durante a retirada desse poste em questão, como bem esclarece o coordenador de Construção e Manutenção da companhia em MS, João Ricardo Nascimento, há casos em que o responsável a arcar com valor de um novo poste para a cidade será o próprio condutor. 

"Nas situações em que as equipes chegam ao local e conseguem identificar o motorista infrator, todos os dados são coletados, nós fazemos um orçamento envolvendo todos os custos de materiais e serviços, repassados ao motorista infrator", expõe. 

Também cabe lembrar que, as batidas de carros em postes causam outros reflexos, como as 2,5 mil pessoas que ficaram sem energia, por conta de uma colisão na Avenida José Barbosa Rodrigues, ocasião em que o veículo foi parar em área de matagal, encontrado com faróis e seta ligados, porém sem o motorista. 

É importante esclarecer que, se comprovada a culpa do motorista, ou o mesmo acabar se evadindo do local, esse será diretamente responsabilizado no primeiro caso ou o custo será repassado para a conta de luz da região, porém ele ainda poderá sofrer sanções mais graves caso seja posteriormente identificado. 

Ou seja, para "se livrar" da multa o motorista precisaria comprovar qualquer culpa de terceiro, como uma falha mecânica surpresa ou mau tempo, podendo inclusive ter a carteira de habilitação suspensa em caso de fuga do local. 

Acidentes com postes

Em casos de colisão com postes, já que o custo de substituição somente do poste já beira oito mil reais, é bom que o motorista deixe a preocupação de um possível custeio para depois pois há uma série de precauções necessárias para inclusive sair com vida nessas situações. 

Segundo balanço interno repassado pela Energisa, somente em 2024 foram registradas 139 batidas em postes no Mato Grosso do Sul, sendo pelo menos 68 até o mês de setembro deste ano. 

João Ricardo ainda explica que, no caso desses acidentes, há uma série de orientações a serem seguidas para que problemas ainda maiores, como acidentes elétricos, sejam evitados. 

"Sempre que possível, deve-se evitar sair do veículo nestes casos, pois pode haver risco de choque elétrico, uma vez que podem existir cabos sobre o veículo ou próximos não visualizados pela vítima".

Além de ligar para o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e o Corpo de Bombeiros, João Ricardo reforça que é imprescindível que a Energisa seja imediatamente acionada. 

Esse atendimento em caso de urgência envolvendo a rede elétrica, pode ser feito através do telefone: 0800 722 7272, do aplicativo Energisa On, pelas redes sociais e até no site da companhia.

"Para realizar todos os procedimentos com segurança. Quem for prestar socorro, deve também ficar afastado do veículo e acionar a Energisa”, diz o coordenador em complementa. 

Por fim, João Ricardo conclui lembrando que a principal orientação é estar atento ao trânsito, o que muitas vezes já basta para evitar acidentes. 

“Se o condutor estiver atento e dentro do limite de velocidade permitido nas vias, as chances de se envolver em um acidente com poste caem consideravelmente. Sempre orientamos que os cuidados sejam redobrados em curvas também”, finaliza.

 


**(Com assessoria)

Assine o Correio do Estado

INFRAESTRUTURA

Chuvas em excesso levam asfalto, em meio a uma crise financeira

Com a precipitação que ultrapassou os 100 mm entre quarta-feira e quinta-feira, Campo Grande teve trechos de pavimentação levados pela força da água

14/11/2025 08h40

Rotatória nas Avenidas Rachid Neder e Ernesto Geisel foi tomada pela água ontem

Rotatória nas Avenidas Rachid Neder e Ernesto Geisel foi tomada pela água ontem Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Perto dos 1.000 milímetros este ano, as chuvas evidenciam ainda mais os buracos no asfalto em Campo Grande. Em conversa com o Correio do Estado, Marcelo Miglioli, titular da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), afirmou que o problema não será solucionado enquanto a situação financeira do Município não for regularizada.

“Os buracos nas vias tendem a demorar mais para serem resolvidos, nós estamos com o serviço de tapa-buraco, mas muito aquém do que a gente gostaria e, enquanto não conseguirmos equalizar o financeiro, essa situação deve continuar”, disse o secretário à reportagem.

Na semana passada, quando foi convidado a participar de uma audiência na Câmara Municipal, Miglioli já havia afirmado que os buracos são “o maior problema que Campo Grande tem na parte de zeladoria da cidade” e acrescentou que “não se corrige problemas históricos de mais de 30 anos em apenas um ou dois anos”.

Com a dificuldade em captar recursos financeiros, as dívidas com as empresas que fornecem o serviço de tapa-buracos só aumenta, o que faz a Sisep realizar revezamento de dias e regiões onde serão feitos os serviços.

“A hora que nós colocarmos em ordem essa questão financeira, nós vamos ter todas [equipes] trabalhando simultaneamente e em ritmo acelerado”.

Como um dos exemplos de asfalto em condição ruim, o secretário menciona a Avenida Mascarenhas de Moraes, onde ele diz que é “preciso ser feito um projeto maior, com drenagem e uma melhor infraestrutura de pista, para isso, são necessários R$ 22 milhões”. Miglioli afirma que está buscando conseguir esse recurso.

Porém, depois, ele reafirma a falta de recurso para realizar todas as demandas que a Capital precisa e diz que a prioridade são áreas de urgência.

“A gente não tem estrutura própria para resolver esses problemas no asfalto, mas, dentro do que está disponível pelas empresas, estamos solucionando o que for prioridade, como as avenidas principais. Estamos trabalhando em ritmo forte, as questões mais emergenciais a gente está tentando resolver primeiro”, reforçou.

CHUVAS

Antes mesmo de conseguir resolver os problemas causados pela chuva da semana passada, a precipitação que caiu entre a noite de quarta-feira e ontem causou mais problemas na Capital.

De acordo com dados do Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima de Mato Grosso do Sul (Cemtec-MS), Campo Grande registrou 111,4 mm de chuva de quarta-feira até as 15h30min de quinta-feira. A Capital foi a recordista do Estado no quesito.

Em levantamento realizado pela reportagem, com base em números do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) e do Cemtec-MS, foi revelado que este ano, ainda a cerca de 45 dias de terminar, já superou o total de precipitação registrado em 2024: 922,4 mm, contra 780,6 mm (uma diferença de 18,17%).

Porém, mesmo que este ano demonstre que deverá ultrapassar a barreira dos 1.000 mm de chuva, ainda estaria longe do catalogado de 2020 a 2023, quando a Capital chegou a alcançar incríveis 1.503,4 mm, volume levemente maior que a normal climatológica – média estatística de um elemento meteorológico (como temperatura, chuva, vento) calculada ao longo de um período padrão de 30 anos –, que no caso de Campo Grande é de 1.455,3 mm.

Como era de se esperar, a forte chuva causou estragos em várias regiões de Campo Grande. Na rotatória entre as Avenidas Ernesto Geisel e Rachid Neder, uma árvore de grande porte caiu, arrastando fios de energia e rompendo um poste de luz, que acabou atingindo o totem da floricultura Jatobá Park.

Na tarde de ontem, com o retorno da chuva após horas de hiato, a Avenida Rachid Neder, mais uma vez, transformou-se em um rio de águas lamacentas. O Córrego Segredo transbordou e alagou a Avenida Ernesto Geisel. 

O alagamento deixou uma mulher e sua filha, uma criança de colo, isoladas em um carro no meio da enxurrada. As duas tiveram que ser socorridas por um homem em um trator.

Marcelo Miglioli comentou a situação da região. “O ponto mais crítico foi na Ernesto Geisel com a Rachid Neder, lá choveu 110 milímetros [até as 11h]. Já é uma região que fica comprometida quando chove muito, mas tivemos também quedas de árvores”, destaca.

A rotatória da Avenida Euler de Azevedo também foi tomada pela água.

A prefeita Adriane Lopes (PP) afirmou que as inundações que ocorreram, de forma específica, na Avenida Rachid Neder, em razão das fortes chuvas que caíram durante a noite são consequência da falta de envio de recursos do governo federal à cidade.

Em outro ponto da cidade, na Praça Itanhangá, carros foram arrastados pela enxurrada durante a chuva e parte da grade do local se desprendeu, ficando pendurada. Também houve registro de queda de árvore na Avenida Senador Antônio Mendes Canale. Equipes da Sisep foram acionadas e realizaram a limpeza do
local.

Uma árvore de grande porte caiu sobre a fiação elétrica na Rua Goiás, no Bairro Vila Célia, provocando danos em três postes. A queda da árvore interrompeu o fornecimento de energia ao prédio de uma escola e também para parte das residências vizinhas.

Assine o Correio do Estado

SEGURANÇA PÚBLICA

Forte no tráfico, facções entram no contrabando de cigarros

Investigações da PF mostram que essas organizações ligadas ao tráfico de drogas também comandam a venda do produto

14/11/2025 08h00

Em Campo Grande, cigarros contrabandeados do Paraguai são vendidos sem problemas por locais que até anunciam o produto

Em Campo Grande, cigarros contrabandeados do Paraguai são vendidos sem problemas por locais que até anunciam o produto Gerson Oliveira

Continue Lendo...

Historicamente ligadas ao tráfico de drogas, as facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV), entraram também para o ramo do contrabando de cigarros do Paraguai. Isso é o que já apontam algumas investigações da Polícia Federal (PF).

De acordo com investigações da PF, na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai o negócio, que antes era comandado apenas por quadrilhas especializadas no contrabando, agora também tem facções criminosas por trás da atividade.

“Existem informações muito consistentes de que facções criminosas já estão controlando esta atividade criminosa na fronteira”, afirmou a Polícia Federal ao Correio do Estado.

Entre os motivos para que esta atividade tenha entrado no radar das facções criminosas estaria o alto valor que o contrabando traz para os grupos.

“O contrabando de cigarros em nosso estado, e por conseguinte em todo o País, tem se tornado uma alternativa muito rentável e com menor risco de prisão do que o tráfico de drogas, por este motivo, muitos criminosos têm se dedicado a este tipo de crime, pois a pena é bem mais branda e a lucratividade é bastante alta”, explicou a PF à reportagem.

Mato Grosso do Sul é um estado estratégico para este tipo de atividade. Com grande fronteira com o Paraguai, principal produtor de cigarros ilegais, as quadrilhas usam essa fragilidade na fronteira para entrar para o Brasil com o produto contrabandeado.

CIGARROS

A distribuição de cigarros na fronteira de Mato Grosso do Sul, porém, começou muito antes das facções criminosas se estabelecerem no Estado e muitas são especializadas apenas neste tipo de atividade criminosa.

Matéria publicada pelo Correio do Estado ontem mostrou que um grupo descoberto pela Polícia Federal que atuava no contrabando de cigarros na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai tinha uma grande estrutura e levava o produto para o interior de São Paulo.

O grupo contava até com uma frota de veículos, que era utilizada para levar os produtos do país vizinho para Dourados. A investigação aponta que a quadrilha atuava há seis anos, pelo menos, o que indica que receberam cerca de R$ 600 milhões neste período.

De acordo com as investigações da PF, o grupo costumava utilizar carros de porte médio para transportar as cargas de cigarro. Eles saíam sempre em comboio de mais de 10 veículos de Pedro Juan Caballero com destino a Dourados.

O cigarro tinha como destino principalmente a região de Presidente Prudente (SP), informou a PF.

A investigação começou após uma apreensão feita pela Polícia Militar, em outubro deste ano, durante um bloqueio policial, na região de fronteira. Na abordagem, segundo informou a Polícia Federal, um comboio formados por 12 veículos tentou furar o bloqueio. Desses 12 carros, três foram apreendidos e o restante conseguiu fugir.

Nos veículos, do modelo Fiorino, a polícia encontrou mais de 2 mil pacotes de cigarros em cada um deles, ou seja, se os 12 veículos fossem apreendidos, seriam 24 mil pacotes.

A PF estima que o grupo seja formado por, pelo menos, 20 integrantes, que cuidavam da logística de transporte da carga do Paraguai até o interior de São Paulo. O grupo atua, pelo menos, desde 2019.

PCC E CV NA FRONTEIRA

Mato Grosso do Sul é uma região predominantemente dominada pelo PCC, facção de origem paulista que atua principalmente em Ponta Porã e em outros municípios do Estado de fronteira com o Paraguai.

Enquanto isso, o Comando Vermelho tem uma atuação mais forte no norte do Estado, na divisa com o Mato Grosso. Porém, alguns municípios da fronteira paraguaia já estão sob domínio da facção carioca, como é o caso de Coronel Sapucaia, na divisa com Capitán Bado.

Porém, matéria do Correio do Estado mostrou que as facções estão em guerra, principalmente na região de fronteira, por rotas de escoamento de drogas e de armas.

A briga tem impactado diretamente nas mortes em cidades de fronteira de Mato Grosso do Sul, como mostrou reportagem de outubro deste ano. Segundo os dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), municípios de Mato Grosso do Sul que fazem fronteira com os países vizinhos contabilizaram 2 a cada 10 assassinatos no Estado este ano.

Os municípios que fazem fronteira com países vizinhos registraram até outubro 75 vítimas de homicídios dolosos na região fronteiriça este ano, o que representa 21,43% dos assassinatos no Estado no ano.

Além da briga nas ruas, dentro dos presídios a facção carioca tem se estruturado. uma matéria publicada no dia 1º de novembro mostrou que desde 2022 já há registros de que o CV tem montado uma base no Estado. A informação veio por meio da identificação de quatro celulares em uma cela da Penitenciária Estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira II, há três anos, em que a facção criou uma cadeia de comando no Estado. 

*SAIBA

As facçãos criminosas ampliaram a sua atuação na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai após a execução de Jorge Rafaat, conhecido como o Rei da Fronteira, em junho de 2016. Segundo investigações, a morte dele teria sido acordada entre PCC e CV.

Assine o Correio do Estado

NEWSLETTER

Fique sempre bem informado com as notícias mais importantes do MS, do Brasil e do mundo.

Fique Ligado

Para evitar que a nossa resposta seja recebida como SPAM, adicione endereço de

e-mail [email protected] na lista de remetentes confiáveis do seu e-mail (whitelist).