A retirada dos ônibus da Avenida Afonso Pena, na região central de Campo Grande, é defendida pelo presidente da Comissão Permanente de Transporte e Trânsito da Câmara Municipal, o vereador Junior Longo (PSB). “Eu sou a favor de tirar as linhas de ônibus da Afonso Pena. Sou a favor da modernização. Já venho até discutindo isso com o Janine [Lima Bruno, diretor-presidente da Agetran]”, afirmou ao Correio do Estado.
Longo considera retirar os ônibus da principal avenida de Campo Grande e transferir o itinerário para ruas transversais, como 7 de Setembro e 15 de Novembro, uma forma de ajudar o comércio destas vias e ainda de preservar o patrimônio histórico da Avenida Afonso Pena, cujo canteiro é tombado. “Temos um problema na avenida. Lá não podemos mexer no canteiro central e o projeto que foi aprovado em 2012 prevê que todas as linhas passem pela Afonso Pena”, exemplifica.
O vereador sugere buscar formas alternativas para mudar o projeto do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Mobilidade, que prevê a implantação de corredores de transporte coletivo na Avenida Afonso Pena, entre outras vias, como a Avenida Bandeirantes e Rua Brilhante (onde as obras estão em execução). “Como vamos fazer com todo dinheiro investido e as obras já quase prontas? Para mudar teríamos que acionar o Ministério Público e ver o que vamos fazer com esse dinheiro que já foi gasto”, acrescentou Longo.
REVISÃO DO PLANO
A partir do ano que vem, a Prefeitura de Campo Grande vai rever o Plano de Mobilidade Urbana da cidade. Entender a forma como o morador da capital de Mato Grosso do Sul se desloca e harmonizar os fluxos é uma demanda do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e integra o programa Reviva Centro. O município pretende investir em torno de R$ 1,5 milhão no novo plano. A licitação, que será concluída até o fim deste ano, já está aberta.
Por enquanto, na Prefeitura de Campo Grande, a retirada dos ônibus da principal via da cidade, bem como a transferência dos veículos para ruas como 15 de novembro, 7 de setembro, Maracaju e Antônio Maria Coelho, ainda não é cogitada. A hipótese, porém, não é descartada e não será desprezada caso o novo plano aponte esta solução.
O município já fez um estudo prévio sobre o deslocamento de pessoas, também bancado pelo Reviva Centro. “Já foi feita uma pesquisa origem-destino, para entender o deslocamento das pessoas. E foi a partir dela que demos início à contratação da revisão do Plano de Mobilidade”, revela Catiana Sabadin, coordenadora especial da Central de Projetos da prefeitura.
A gestora da Central de Projetos – setor que comanda o programa Reviva Centro – adiantou que a região central, apesar das transformações dos últimos anos, em que houve aumento de demanda para outros bairros, ainda é o principal destino das pessoas em Campo Grande.
Perguntado sobre a possibilidade de retirar a linha de ônibus da avenida Afonso Pena, o diretor-presidente da Agência Municipal de Trânsito e Transporte (Agetran), Janine Bruno, disse “vamos aguardar o plano de mobilidade urbana para falar sobre isso”.