Cidades

Sem irregularidade

Procedimentos contra desembargadores
de MS é arquivado pelo CNJ

Associação de Magistrados emitiu nota de apoio a desembargadores

RODOLFO CÉSAR

07/03/2018 - 16h00
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A corregedoria do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) arquivou os procedimentos instaurados em agosto do ano passado contra os desembargadores do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) José Ale Ahmad Neto e Ruy Celso Barbosa Florence. Eles respondiam a procedimento por conta de decisões que beneficiaram o filho da presidente do Tribunal Regional Eleitoral de MS (TRE) e desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges.

A apuração procurava identificar irregularidades que envolveram soltura de Breno Solon Borges e depois autorização para ele fosse transferido da prisão para uma clínica de recuperação. Breno é acusado de tráfico de drogas e investigado por atuar em organização criminosa e envolvimento em plano de fuga de preso.

José Ale Ahmad Neto, em plantão, concedeu habeas corpus ao investigado para que ele pudesse sair da prisão. Ruy Celso Barbosa Florence deu decisão que permitiu a transferência de Breno para uma clínica de tratamento, permitindo que ele saísse do presídio de segurança média de Três Lagoas.

A Associação dos Magistrados de Mato Grosso do Sul (Amamsul) divulgou nota hoje confirmando a decisão do corregedor nacional de Justiça, ministro João Otávio de Noronha, que arquivou os procedimentos.

"Para o ministro Noronha, não houve nenhuma irregularidade nas decisões proferidas pelos desembargadores, seja nas sessões de julgamento, seja de forma monocrática. Da mesma forma, o ministro enalteceu a alta qualificação acadêmica e intelectual dos magistrados envolvidos e afirmou a total regularidade e transparência do sistema de distribuição processual do Tribunal de Justiça", informou nota da Amamsul, que foi assinada pelo presidente da entidade, Fernando Chemin Cury.

Conforme o dirigente, a magistratura sul-mato-grossense é "composta por profissionais probos que não medem esforços para distribuir justiça aos que batem á porta do Poder Judiciário". A publicação ainda fez cumprimentos oficiais aos desembargadores que respondiam ao procedimento. "Suas ações e carreiras sempre foram pautadas pela absoluta honestidade, transparência, muito trabalho e coerência com seus posicionamentos e com o ordenamento jurídico", afirmou Fernando Cury.

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional Mato Grosso do Sul (OAB-MS), solicitou ao CNJ em 31 de julho do ano passado que houvesse investigação na conduta da presidente do TRE-MS sobre possível interferência dela na transferênci do filho de um presídio para o Hospital Nosso Lar. O caso aconteceu em 21 de julho.

O ministro corregedor instaurou procedimento contra Tânia, mas a decisão final sobre essa apuração não foi confirmada até a publicação desta matéria. Breno voltou a ser ficar preso em unidade penitenciária de Três Lagoas depois que laudos identificaram que ele tem condições de assumir seus atos, contrariando alegação da defesa, de que ele sofria de transtorno que lhe conferia inimputabilidade.

RÉ EM AÇÃO

A Justiça de Mato Grosso do Sul aceitou, agora em março, denúncia feita pelo Ministério Público Estadual contra a desembargadora Tânia Garcia de Freitas Borges por usar a máquina pública e sua estrutura em benefício próprio para soltar o filho, Breno Fernando Solon Borges, 38, preso em abril de 2017 por tráficos de droga e armas.

A decisão foi dada pelo juiz David de Oliveira Gomes Filho, da 2ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, que aceitou a denúncia por improbidade administrativa contra Tânia e o então chefe de gabinete da Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), Pedro Carrilho Arantes.

Ambos podem perder os direitos políticos por até cinco anos, pagar multa superior a R$ 8 milhões e ainda devolverem ao estado os gastos com transferência e escolta de Borges, que saiu de Três Lagoas e veio para Campo Grande, onde ficou no Hospital Nosso Lar por menos de 24 horas.

A ação civil pública foi movida pelos promotores Humberto Lapa Ferri, Marcos Alex Vera de Oliveira e Adriano Lobo Viana de Resende.

Cidades

Mudança torna o processo da CNH 80% mais barato

Além de retirar a obrigatoriedade de tirar a primeira habilitação em uma autoescola, foi anunciada a redução de 40% no custo dos exames médicos e psicológicos

09/12/2025 14h30

Crédito: Lidiana Cuiabano / Detran-MT / Agência Brasil

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva oficializou, nesta terça-feira (9), a CNH do Brasil, modelo que pretende democratizar o acesso à primeira habilitação, com redução de até 80% no custo.

Na cerimônia, esteve presente o ministro dos Transportes, Renan Filho, que chegou a apresentar um levantamento que colocava Mato Grosso do Sul em 2º lugar no ranking entre as CNHs mais caras do país.

A nova medida retira a obrigatoriedade de procurar um Centro de Formação de Condutores (CFC) no processo da primeira habilitação. Desse modo, o interessado pode iniciar o processo por conta própria, pelo site do governo.

“Nós estamos anunciando não apenas o barateamento da CNH, nós estamos oferecendo às pessoas mais humildes o direito de serem cidadãos de primeira categoria, respeitados na sua plenitude, nos direitos que eles têm de ter e, ao mesmo tempo, passando a garantia de que eles vão ser profissionais agora muito mais preparados, com mais responsabilidade, porque eles estarão totalmente legalizados”, afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

“Sistema falido”

Conforme a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), 20 milhões de pessoas dirigem sem habilitação no país.

O valor para tirar a CNH, que em alguns estados pode chegar a R$ 5 mil, foi apontado pelo Ministério dos Transportes como entrave para o acesso à habilitação.

“Essa iniciativa vai melhorar a segurança do trânsito, porque vai formalizar. No Brasil, quando a gente checa um CPF de quem tem uma moto e depois olha se esse CPF tem CNH, 54% não têm. Isso demonstra que o modelo estava falido. As pessoas mais pobres não tinham mais condição de ter uma Carteira Nacional de Habilitação”, disse o ministro dos Transportes, Renan Filho.

O modelo aproxima o Brasil de práticas já adotadas em países como Estados Unidos, Canadá, Reino Unido e Argentina.

Entenda como vai funcionar

A mudança prevê aulas teóricas gratuitas on-line, e o interessado pode escolher se deseja ter aulas práticas com instrutor de autoescola ou com profissionais autônomos devidamente cadastrados no Detran.

Como ficam os exames?

Os exames teórico e prático (percurso e baliza) continuam obrigatórios, como garantia de que o futuro condutor está apto a trafegar com segurança, e seguem sendo realizados nos Detrans.

Mudança de valores

Com expectativa de redução do custo em 80%, o ministro Renan Filho informou que os exames médicos e psicológicos terão redução de valor, e o custo não passará de R$ 180.

Saiba como iniciar o processo

O interessado pode acessar o site do Ministério dos Transportes, o aplicativo CNH do Brasil (antigo app Carteira Digital de Trânsito) ou os Departamentos Estaduais de Trânsito (Detrans).

Curso gratuito

O curso teórico será ofertado gratuitamente, com acessibilidade (Libras, legendas e recursos visuais), e poderá ser acessado pelo site do Ministério dos Transportes ou presencialmente, nas autoescolas.

Aulas práticas

Houve redução das aulas práticas para duas horas, diminuindo exponencialmente, já que anteriormente o exigido era de 20 horas-aula.

Escolha

Fica a critério do candidato a escolha entre realizar as aulas práticas em uma autoescola ou com um instrutor autorizado.

Reprovei. E agora?

Caso o candidato não consiga passar na primeira prova, ele tem direito de refazer o exame sem custo adicional. Se não passar novamente, terá de arcar com as taxas.

Prazo

A partir de agora, deixa de existir um prazo para finalizar o processo. Desse modo, caso o candidato tenha algum problema financeiro, poderá paralisar sem perder o que já foi feito.

Instrutores independentes

Como adiantou o Correio do Estado, os instrutores agora têm uma nova oportunidade de carreira, com a possibilidade de atuar no mercado como profissionais autônomos.

“As autoescolas vão continuar, mas o cidadão vai poder escolher entre uma autoescola e um instrutor autônomo para formá-lo na condução daquele veículo. Isso estimula a concorrência, que significa preço justo pelo serviço prestado e melhor qualidade para as pessoas”, explicou Renan Filho.

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Cidades

Rumo à Bolívia, familiares de megatraficante do RJ são presos em MS

Durante a abordagem, os motoristas informaram que foram contratados para levar os familiares do líder do Terceiro Comando Puro até Corumbá

09/12/2025 13h00

Divulgação: PCJR / PRF

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Familiares do megatraficante e líder do Terceiro Comando Puro (TCP), Álvaro Malaquias Santa Rosa, o vulgo Peixão, de 38 anos, foram presos na BR-262, em Campo Grande.

Peixão é chefe da facção rival do Comando Vermelho (CV) e domina o Complexo de Israel, que corresponde às comunidades de Vigário Geral, Parada de Lucas, Cidade Alta, entre outras, na Zona Norte do Rio de Janeiro (RJ).

Uma das características da facção é o uso da bandeira de Israel, espalhada pelas comunidades, ponto identificado nas joias localizadas em maletas, em que algumas continham o símbolo “IDF” (Israel Defense Force), que, em português, significa Forças de Defesa de Israel.

Os veículos foram parados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), na segunda-feira (8), quando a inteligência recebeu a informação de que os carros saíram do Rio de Janeiro com destino a Corumbá.

Informações preliminares indicaram que Peixão estaria em um dos veículos. No entanto, a bordo estavam a esposa, três filhos e um sobrinho, sendo que este último teria dito que era o dono das joias.

Os familiares foram encaminhados à Polícia Federal (PF), na Capital sul-mato-grossense, onde foram ouvidos e liberados. Eles irão responder em liberdade por organização criminosa, ocultação de bens e lavagem de dinheiro.

Durante a vistoria dos veículos, os motoristas informaram que foram contratados por uma pessoa conhecida, que reside na Bolívia, para fazer o transporte dos familiares de Peixão até a Cidade Branca e, posteriormente, atravessariam a fronteira rumo à Bolívia

Já a família, conforme informações do Estadão Conteúdo, disse que seguiu de avião até a capital fluminense, onde passou a noite antes de seguir viagem rumo a Mato Grosso do Sul.

Peixão

Atualmente, o traficante, Álvaro Malaquias Santa Rosa, está na lista dos mais procurados pela polícia no Rio de Janeiro e nunca foi preso. Em fevereiro deste ano, uma operação chegou a ser deflagrada em uma comunidade no Rio de Janeiro, mas a polícia não conseguiu localizá-lo.

Durante a pandemia da Covid-19, em 2020, a facção possuía o controle de Vigário Geral e Parada de Lucas. Na guerra pelo domínio de outras regiões, os criminosos conseguiram expulsar rivais e ocuparam as seguintes favelas:

  • Cidade Alta;
  • Cinco Bocas;
  • Pica-Pau.

Áreas que eram dominadas pelo Comando Vermelho. Por se dizer evangélico, Peixão passou a chamar os territórios dominados de Conjunto de Israel, tendo, inclusive, ordenado ser chamado de Aarão - o irmão de Moisés, que, conforme o Antigo Testamento, teve papel importante na libertação dos hebreus.

 

 

Em 2021, em outra incursão policial em busca de Peixão, a polícia chegou a uma mansão pertencente ao traficante, onde, em um dos muros do quintal, havia um desenho de Jerusalém e até um santuário.

O traficante foi condenado pela Justiça por ter mandado destruir locais de prática de religião de matriz africana. Além disso, possui várias ordens de prisão e aparece em mais de 70 inquéritos como alvo e em 26 processos.

No dia 24 de outubro de 2024, foi acusado de terrorismo pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, sob a suspeita de ter ordenado que integrantes do seu grupo atirassem para dispersar a população enquanto a polícia tentava capturá-lo, o que culminou em dois mortos e quatro feridos.

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