Cidades

EDUCAÇÃO

Professores afastados são
o suficiente para 31 escolas

Desde o começo do ano até setembro, 1.914 profissionais ficaram de licença

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Doenças físicas, como problemas de coluna e tendinite, e psicológicas, entre elas, depressão e síndrome do pânico, deixam os professores da Rede Municipal de Educação (Reme) cada vez mais fora das salas de aula. Mês a mês, os profissionais da educação entram com pedidos de afastamento e os números não param de subir. 

Dados do Instituto Municipal Previdência de Campo Grande (IMPCG) apontam que, de janeiro a setembro, 1.914 professores entraram com pedido de auxílio-doença. Ou seja, em média, são 212 profissionais afastados por tempo prolongado.

Uma escola municipal tem aproximadamente 550 alunos e 60 professores. Com isso, a quantidade de docentes afastados seria suficiente para atender 31 escolas da Reme. O maior índice de pedidos de afastamento ocorreu em setembro deste ano, em que foram registrados 15,26% dos casos, enquanto no mês de janeiro foram 5,16%. 

Além da estatística de educadores afastados, aproximadamente 495 professores foram readaptados – ocupando outro cargo fora da sala de aula.

Mas os afastamentos não atingem apenas os professores concursados, que geralmente atendem à maior carga horária. A Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que, entre os professores convocados, há registro de 142 educadores que entraram com atestados entre 1 e 15 dias, com uma média de 4 dias de atestado por servidor, também por motivo de doença. 

Do total de servidores afastados de janeiro até o mês passado, a prefeitura já pagou em torno de R$ 6.326.223,30 de custos com a previdência dos profissionais, de acordo com o IMPCG.

CAUSA

Mesmo com os impactos financeiros, os problemas voltados à realidade dentro da sala de aula não regridem. Agressões físicas e psicológicas por parte de alunos, na visão dos docentes que dão aula para cerca de 30 crianças e adolescentes, são o maior problema enfrentado no ambiente escolar. 

Este é o caso de um professor de Artes de 37 anos e que não quis ser identificado, assim como outros profissionais que deram entrevista. Ele ficou afastado por dois anos em decorrência de problemas psicológicos, mas precisou retornar às salas de aula mesmo doente. O educador foi diagnosticado com síndrome de Burnout – distúrbio psíquico de caráter depressivo, precedido de esgotamento físico e mental intenso – e crise de ansiedade e enfrentou vários desafios familiares. “Depois de um certo esgotamento, eu procurei ajuda, fiquei afastado por dois anos e depois fui readaptado. Com laudo da minha psiquiatra, voltei ao afastamento, mas fui convocado pela prefeitura recentemente e, quando passei por perícia, disseram que eu estava novo demais para ser afastado. Me consideraram apto para trabalhar, mesmo eu tendo dois diagnósticos, um psiquiátrico e outro neurológico”, relatou. 

READAPTADOS 

Alguns profissionais com danos não tão graves foram readaptados para trabalhar em outros departamentos, como secretarias, bibliotecas ou até mesmo na área administrativa. Atualmente, segundo a Semed, estão fora das escolas 495 professores dos 4.550 concursados e apenas 15 conseguiram retornar às salas de aula. 

Outra professora tem sério problema na coluna, que se agravou após sofrer um acidente. Com dores frequentes, ela foi obrigada a abandonar a sala de aula e precisou colocar placas na cervical. “Para eu ficar em pé ou atendendo os alunos, é muito sofrido, e escrever no quadro é quase impossível”.

Mesmo depois de afastada, ela precisou voltar à escola, mas para trabalhar em outras áreas. Passou pela biblioteca, pela área administrativa e atualmente é coordenadora do programa Mais Alfabetização e ainda não pode voltar ao cargo de formação. 

Outra professora, de 46 anos, disse que estava em processo de readaptação e foi “forçada” pelo município a retornar às salas de aula mesmo sem ter condições psicológicas para lecionar. 

Ela contou que precisou ingressar com ação na Justiça para conseguir o direito de permanecer em outro cargo que não fosse na sala de aula, por ser readaptada permanentemente há 10 anos com diagnóstico de depressão e síndrome do pânico. 

“Em maio deste ano, fui chamada na Semed, estava de licença por conta de uma cirurgia, me encaminharam para o IMPCG, o médico perguntou se eu poderia voltar para a sala de aula, eu levei o laudo atualizado do meu médico provando que não havia condições. A entrevista durou apenas cinco minutos e, quando saiu o resultado, me disseram que eu teria de voltar às salas de aula e tive uma crise de pânico”, explicou a servidora. 

Ainda de acordo com a professora, o laudo constava que ela deveria voltar a dar aulas no dia seguinte. “Eu entrei com pedido de reconsideração na Justiça, porque, na escola onde eu trabalho, nem teria vaga para mim, eu seria encaminhada para outra escola. É desumano, atualmente ainda estou readaptada”, contou.

POSICIONAMENTO

A Semed confirmou, em nota, que está criando o núcleo de atendimento ao servidor readaptado, cujo trabalho será acompanhar o desenvolvimento das atividades na escola. Sobre as denúncias envolvendo os médicos da previdência, a explicação é que o professor só é liberado após a avaliação concreta de que está apto para voltar ao trabalho.

PONTA PORÃ

Homem mostra pênis em escola infantil e ameaça pessoas com facão

Bruno dos Santos Gonçalves aparentava estar sob uso de droga e urinou na frente de escola municipal, onde havia crianças brincando no pátio

14/11/2024 16h15

Rapaz foi encaminhado à Primeira DP de Ponta Porã

Rapaz foi encaminhado à Primeira DP de Ponta Porã Foto: Divulgação

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Um homem de 28 anos, identificado como Bruno dos Santos Gonçalves, foi preso após mostrar seu órgão genital, urinar na frente de uma escola municipal, xingar policiais e ameaçar pessoas com um facão de 60 centímetros, em Ponta Porã.

Segundo consta no boletim de ocorrência, registrado no 1º DP do município, a equipe da Polícia Militar foi acionada e, ao chegar no local da chamada, se deparou com o autor na posse de um facão. Ao realizar o primeiro contato com o rapaz, perceberam uma atitude agressiva e violenta de Bruno, além de aparentar estar sob uso de drogas.

Com isso, foi dada a ordem para que o rapaz se posicionasse na parede para busca pessoal, mas o autor desobedeceu. Após a desobediência, os policiais deram voz de prisão à Bruno e tiveram que se utilizar de artimanhas, como força física e algemas, mas enfrentaram resistência por parte do rapaz, que os empurrava e proferia xingamentos como “filhos da puta” aos militares.

Mesmo com a “luta” por parte do autor, os policiais conseguiram levá-lo ao compartimento de presos, onde uma funcionária da escola, identificada como Vera Lúcia Medina de Oliveira, também compareceu para prestar depoimento. 

No interrogatório, ela relatou que o rapaz estava em frente à escola praticando ato obsceno com o órgão genital à mostra e urinando em frente ao portão de entrada, onde havia crianças no pátio frontal. Vera também disse que foi solicitado que o autor se retirasse do local, mas ele reagiu ameaçando as pessoas com o facão.

O rapaz e a arma branca foram encaminhados ao Primeiro Distrito Policial para os procedimentos cabíveis. Além do facão, também estava sob posse do autor uma carteira com R$ 160 em notas de R$ 2 e R$ 10. A Polícia ainda tentou procurar a denunciante para colher mais informações sobre o acontecido, mas sem sucesso. Bruno foi denunciado por ameaça, ato obsceno, resistência, desobediência e porte de arma.

Penas

Segundo consta no artigo 147 do Código Penal Brasileiro (CPB), o crime de ameaça "consiste em intimidar alguém, verbalmente ou por gestos, com o intuito de causar medo ou grave dano", sob pena de reclusão de um a seis meses, a depender da gravidade e consequência do ato.

Já a prática do ato obsceno consta no artigo 233 do CPB e é definido como "praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público", sob pena de detenção de três meses a um ano ou multa. O artigo 329 é responsável pelo crime de resistência a prisão, sob reclusão de um a três anos, já a desobediência policial é sob pena de detenção de 15 dias a seis meses.

A Lei 10.826 de 2003 prevê "penas rigorosas para o porte ilegal de arma de fogo, que podem variar de 2 a 4 anos de reclusão, mais multa. Se houver agravantes, como o uso da arma para cometer crimes, as penas podem ser ainda mais severas".

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Campo Grande

Jovem integrante de facção criminosa é morto após apontar arma para militares

Na residência de João Pedro Gandra Pires, de 18 anos, policiais encontraram armas e munições caseiras. De acordo com a polícia, o jovem tinha passagens por tráfico e roubo

14/11/2024 15h30

Imagem ilustração de onde João Pedro morreu, durante abordagem

Imagem ilustração de onde João Pedro morreu, durante abordagem Imagens/ Google Maps

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Após apontar uma arma para guarnição da Polícia Militar, um jovem de 18 anos foi morto por militares na manhã desta quinta-feira (14), em uma residência na rua Ana Luiza de Souza, esquina com a rua Itapetininga no Bairro Pioneiros, em Campo Grande. Conforme as investigações, João Pedro Gandra Pires, integrava uma facção criminosa que possuía raízes em Mato Grosso do Sul. 

Conforme informações da Polícia Civil, vizinhos acionaram a polícia após ouvirem tiros dentro de uma residência alugada, onde João Pedro morava com os pais. Diante das informações, os militares foram até o local e se depararam com o jovem manuseando uma das armas.

Houve troca de tiros e, conforme informações da polícia, João Pedro resistiu à abordagem, apontando a arma para os policiais, quando foi atingido. Gravemente ferido, ele foi socorrido até a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, mas não resistiu aos ferimentos e morreu na unidade de saúde.

No local, os policiais encontraram armas e munições caseiras. Os materiais foram recolhidos para análise, e as investigações foram iniciadas para tentar descobrir se o "Menor SP", como é conhecido, abastecia a facção criminosa com armamentos encontrados em sua residência.

Ainda de acordo com a polícia, João Pedro tinha passagens por tráfico de drogas e roubo. 

Segundo o registro policial, o jovem tinha passagens pela polícia por tráfico de drogas e roubo. A Polícia Militar foi até a residência na Rua Ana Luísa de Souza após vizinhos ouvirem disparos de arma de fogo.

 

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