Cidades

KIT PREVENÇÃO

Protocolo com hidroxicloroquina e ivermectina vai contra as indicações de combate ao Covid

Médico que está a frente do grupo a favor do kit na Capital diz que eficácia foi comprovada

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Rodrigo Almeida

Na última semana, a Prefeitura de Campo Grande lançou um protocolo de combate ao Covid-19. Contrariando algumas determinações da Organização Mundial da Saúde (OMS), a iniciativa institui o uso da hidroxicloroquina, ivermectina, azitromicina e sulfato de zinco.  

O médico Sandro Trindade Benites, que está à frente do grupo que assina a eficácia em Campo Grande, declarou, em vídeo publicado nas redes sociais, que eles “comprovaram na prática diária que é possível fazer o tratamento precoce e a prevenção da Covid-19”.

Um dos médicos que participaram da comissão é Mauri Comparin. Segundo ele, o coquetel de remédios só funciona em conjunto e somente pode ser administrado caso médico e paciente aceitem a intervenção.

“Estamos dando uma sugestão e não tentando impor um tratamento”, explica. Comparin se ampara numa série de estudos mundiais e em observações feitas na prática diária da medicina. Ele afirma que a eficiência foi “comprovada pelos resultados de 71% de recuperação”.  

Comparin diz que os remédios combatem a replicação viral nos primeiros dias de contaminação. A comissão recomenda a aplicação do protocolo até a segunda fase de contágio. Conhecida como a Fase 2A, é nela que a inflamação pulmonar começa a ser notada.  

Em outro momento do vídeo, o médico Sandro Benites diz “estar indo na contramão do que indicam as autoridades, mudando paradigmas para salvar vidas em estágio inicial”. A delaração vai de encontro com o comunicado da OMS do dia 4 de julho.  

Pesquisas são pouco animadoras  

A Organização Mundial da Saúde terminou em definitivo os testes com a hidroxicloroquina assim como o lopinavir e rotanavir, utilizados no tratamento da Aids, pois “os medicamentos apresentaram poucos ou quase nenhum resultado, quando comparados ao atendimento padrão”.

A ivermectina é outra medicação que levanta suspeitas. Amplamente utilizado e seguro, ela é um vermífugo poderoso, que combate invasões de vermes e parasitas. O mito de que ela mata o vírus SARS-CoV-2 entre 24 e 48hrs foi obtido em exames in vitro, em condições laboratoriais.  

Mas comparado a testes clínicos, ou seja, em situações in vivo, houve diferenaça. De acordo com o portal Sanar-Med, o mesmo resultado in vitro foi apresentado quando testado para os vírus como HIV, dengue e Zika Vírus, e em nenhum caso a ivermectina se mostrou eficaz no teste com pacientes.  

O protocolo adotado pela prefeitura ainda prevê a prescrição do sulfato de zinco. Assim como a ivermectina, este composto é inofensivo, segundo pesquisas, por se tratar de um suplemento vitamínico. Algumas pesquisas mostram que se tomado em conjunto com a vitamina D, eles poderiam aumentar a imunidade.  

No entanto, a OMS e o Sistema Nacional de Saúde britânico (NHS), não recomendam o uso geral da vitamina. O sulfato é recomendado apenas em casos de deficiência do mineral e em conjunto com terapia de hidratação para crianças com diarreia.  

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Cidades

Ministério Público investiga demolição de imóveis históricos no centro de Campo Grande

Nove inquéritos foram instaurados para apurar se proprietários tinham autorização para demolir os imóveis, inventariados pelo Plano Diretor como detentores de significância histórico-cultural

15/01/2025 11h20

Divulgação: MPMS

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O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) deu início à investigações acerca da demolição de imóveis históricos no Centro de Campo Grande, feita sem a prévia autorização.

Até o momento, foram instaurados nove inquéritos civis, sendo cinco deles novos e quatro do ano passado, pela 26ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico, Cultural, Habitação e Urbanismo de Campo Grande. Estes, instaurados na terça-feira (14) são destinados a apurar a eventual destruição ou deterioração de seis imóveis, bem como a responsabilização aplicável.

Embora não sejam tombados, os imóveis são reconhecidos e devidamente inventariados pelo Plano Diretor de Campo Grande como detentores de significância histórico-cultural e fazem parte, mais especificamente, da denominada Zona Especial de Interesse Cultural (ZEIC) 2.

Procedimentos

A Promotoria localiza os imóveis e identifica os proprietários para eventual responsabilização. Em um dos casos, já foi feito acordo entre o MPMS e os proprietários do imóvel. O valor pago por eles para a compensação da deteriorização do imóvel foi destinado à higienização, tratamento, digitalização e gestão eletrônica dos documentos históricos do Arquivo Histórico de Campo Grande (ARCA), e utilizado na restauração do Obelisco, monumento criado em homenagem ao fundador de Campo Grande, José Antônio Pereira.

"O trabalho de identificação pelo MPMS e visitação dos imóveis de relevância histórico-cultural em Campo Grande continua. A depender do que for averiguado, novos procedimentos poderão ser instaurados", destaca o órgão.

Preservação

Todo bem que constitui o patrimônio cultural brasileiro deve ser protegido pelo Poder Público, com a colaboração da comunidade, seja por meio de inventários, registros, vigilância, tombamento, desapropriação, entre outras formas de acautelamento e preservação.

Antes de iniciar eventuais modificações nos imóveis detentores de significância histórico-cultural, o proprietário precisa pedir e obter autorização prévia da Prefeitura Municipal. Esse passo é mandatório até mesmo no caso de obras menos complexas, como pintura e reformas.

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OPERAÇÃO SNOW

Policial e advogados que integravam quadrilha do narcotráfico são alvos do Gaeco

Segunda fase da Operação Snow foi deflagrada em MS e SP; Investigações apontaram que policiais faziam transporte da droga em viaturas e advogados corrompiam servidores para obter informações privilegiadas para a quadrilha

15/01/2025 10h45

Gaeco cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em MS e SP

Gaeco cumpriu mandados de prisão e busca e apreensão em MS e SP Foto: Divulgação

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Um policial civil e advogados que integravam uma organização criminosa especializada no tráfico de drogas foram alvos de mandado de prisão preventiva e busca e apreensão, cumpridos na segunda fase da Operação Snow, deflagrada nesta quarta-feira (15) pelo Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), em Mato Grosso do Sul e São Paulo.

No total, foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão, em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP). O nome dos alvos não foi divulgado.

Durante a ação, duas pessoas foram presas por posse ilegal de armas, incluindo uma pistola 9 mm.

A primeira fase da operação foi desencadeada em março do ano passado e, na ocasião foram apreendidos diversos materiais que passaram por perícia.

Conforme o Ministério Público Estadual (MPMS), a partir da análise desse material apreendido, especialmente telefones celulares, foi identificado que pelo menos 17 pessoas faziam parte da quadrilha, entre eles advogados e um policial civil.

As investigações apontaram que o líder da quadrilha atuava para monitorar eventuais diligências policiais, por meio da cooptação de servidores públicos corruptos.

Essa cooptação era feita por advogados que trabalham a serviço da organização criminosa que, além da prestação de serviços jurídicos, faziam práticas ilícitas, como a corrupção dos agentes públicos para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas de drogas.

O transporte da droga era realizado por meio de empresas de transporte, incluindo empresas terceirizadas dos Correios. Na primeira fase, foi descoberto que policiais também faziam o transporte da droga em viaturas oficiais, já que os carros oficiais não costumam ser parados em fiscalizações nas rodovias por outras unidades de segurança.

"A organização criminosa é extremamente violenta resolvendo muitas de suas pendências, especialmente as questões relacionadas à perda de cargas de drogas e outros desacertos do tráfico, com sequestros e execuções, muitas vezes de seus próprios integrantes", disse o MPMS em nota.

Na operação desta quarta-feira, o Gaeco cumpriu mandados com apoio operacional do Batalhão de Choque e do Batalhao de Operações Policiais Especiais (Bope) da Polícia Militar.

A Ordem dos Advogados do Brasil e a Corregedoria da Polícia Civil também acompanharam as diligências.

Operação Snow

A operação de hoje é desdobramento da primeira fase, deflagrada em março de 2024. Naquela ocasião, foram cumpridos 21 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão para tentar desmantelar a quadrilha especializada no tráfico de cocaína. 

Conforme nota do MPE, a “organização criminosa, altamente estruturada, com uma rede sofisticada de distribuição, com vários integrantes, inclusive policiais cooptados, fazia o escoamento da droga, como regra cocaína, por meio de empresas de transporte, as quais eram  utilizadas também para a lavagem de capitais, ocultando a real origem e destinação dos valores obtidos com o narcotráfico”.

Entre os membros, policiais faziam o transporte do entorpecente de Ponta Porã até a Capital através do chamado "frete seguro"  

De acordo com o Gaeco, os policiais faziam o chamado “frete seguro”, com o escoamento da droga em viaturas oficiais.

O grupo também fazia o transporte de cocaína em meio a cargas lícitas, o que, de acordo com o Gaeco, dificultava a localização do entorpecente, principalmente quando a droga estava em meio a cargas refrigeradas, que são lacrados. 

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