A Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furto de Veículos desmantelou toda a quadrilha responsável pelo roubo e tentativa de sequestro de uma advogada de 30 anos que aconteceu na madrugada desta quinta-feira (31/7), na porta de um restaurante da região central da Capital.
Durante a ação, que se estendeu até o Indubrasil, a mais de 15 quilômetros de distância, dois acusados morreram em confronto com policiais do Batalhão de Choque (tropa de elite da PM). Outros dois foram presos com o Toyota RAV4 branco da advogada, carro de luxo cujo valor pode chegar a R$ 150 mil, na esquina das avenidas Duque de Caxias com Brasil Central, no bairro Santo Antônio, na região norte. Alegaram que levariam o carro até a Bolívia. E ganhariam R$ 3 mil pelo 'serviço'.
Diante das ações ocorridas, a Defurv deflagrou operação com o objetivo de prender os demais autores por integrarem a quadrilha. Assim, na tarde desta quarta, duas mulheres de 27 anos, mais um comparsa da mesma idade, acabaram detidos.
Com mais de 15 integrantes, o bando atuava de maneira organizada, com os líderes muitas vezes contratando ols bandidos para 'bicos', sem relação ou conhecimento entre eles. As ordens vinham de dois detentos no sistema prisional que são os líderes do bando.
Segundo a polícia, as ações tiveram início no dia 25 de junho, quando foi roubada uma camionete Toyota Hilux no bairro Coophatrabalho, região norte, oportunidade em que a vítima foi mantida em cárcere por diversas horas.
Durante as investigações, o veículo foi recuperado e um motorista de aplicativo de 33 anos acabou preso no dia 4 de julho, após ser identificado como praticante do crime.
Ainda sobre esse crime, uma jovem de 23 anos, presa por tráfico de drogas no dia 12 de julho, foi identificada como a responsável por olhar o cativeiro da então vítima.
Mesmo com as prisões, as investigações continuaram, uma vez que ainda faltava a identificação de outros membros da quadrilha, bem como mandantes que dissimulavam suas identificações por meio de apelidos e utilização de pessoas que não se conheciam entre si.
Entre os dias 16 e 26 de julho foram roubados outros quatro veículos (Ford Fiesta, Ford Ka, Hyundai Creta, e Chevrolet Prisma), o que demonstrava a intensa agressividade da quadrilha e seus mandantes, que sempre sob a ameaça de arma de fogo mantinham as vítimas em cárcere até que os veículos roubados chegassem à Bolívia.
No dia 26 de julho, Um acusado de 22 anos foi preso pela Polícia Rodoviária Federal enquanto transportava o Prisma.
Durante as investigações, apurou-se que uma mulher, de 32, e dois homens, de 32 e 40, também integravam a quadrilha, com dois outros acusados atuando como mandantes de dentro de presídios do Estado.
A ATUAÇÃO
Com cada função previamente estabelecida, em explícita divisão de tarefas a fim de impedir a identificação de todos integrantes, R.F.S (30 anos) e H.Z.F. (36 anos) – internos do Sistema Penal – 'encomendavam' os carros a seus comparsas que estavam em liberdade.
Dois dos bandidos mortos ontem pelo Choque, junto com um que foi preso e outros dois comparsas que estão foragidos, eram responsáveis pela execução da subtração: abordagem à vítima, voz de assalto e manutenção do cárcere.
Dois motoristas de aplicativo eram contratados para dirigirem o carro de apoio, que seria usado para buscar e levar os autores em suas respectivas residências, bem como outros serviços necessários.
As mulheres auxiliavam na articulação entre os executores “de rua”, cárcere das vítimas e até mesmo tráfico de drogas.
Dois dos detidos eram os motoristas responsáveis pelo transporte dos veículos até a Bolívia.
O veículo utilizado para a prática do roubo do automóvel Ford Fiesta também foi apreendido nesta quarta-feira (31/7).
Vale ressaltar que os mandantes R.F.S (30 anos) e H.Z.F. (36 anos) – hoje internos do Sistema Penal - foram presos no ano de 2018 pela Defurv também em razão de participação em diversos roubos de veículos e caminhões ocorridos na Capital.