Cidades

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Que estado é esse, excelência?

Que estado é esse, excelência?

Redação

19/02/2010 - 08h19
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O advogado Fábio Trad, em trabalho publicado no é lindo... Correio do Estado (16-02-2010), volta a uma antiga discussão, envolvendo o nome do Estado. No arrazoado, o ex-presidente da OAB inicia uma cruzada que, pela inutilidade de sua aplicação, já virou folclore: a exigência de que sejam publicamente execrados todos aqueles que deixarem de acrescentar o DO SUL em nosso Mato Grosso. O exaltado jovem advogado começa por tentar diferenciar Mato Grosso do Sul do Mato Grosso e a confessar-se humilhado quando alguém é flagrado economizando o nosso DO SUL, reconhecendo, por outro lado, a grande dificuldade que as pessoas encontram em pronunciar o Mato Grosso do Sul do começo ao fim. Depois de uma sequência atabalhoada e veemente de considerandos, Fábio Trad encerra seu longo artigo com o um brado de guerra: “...aquele que se referir ao nosso estado com o nome de Mato Grosso deverá ser imediatamente corrigido, sem receio de constrangimento, se possível, apupado respeitosamente com inspiração cívica, para, ao final, todos, de forma uníssona, a voz firme e cheia de orgulho, proclamando:MATO GROSSO DO SUL!” O artigo do advogado Fábio Trad está pelo menos 30 anos atrasado. Ou seja, o trabalho tem praticamente a idade do autor. Como um dos fundadores de Mato Grosso do Sul, na condição de deputado estadual constituinte, confesso que nunca fui fascinado pelo nome que tivemos que aceitar em 1977. A proposta de Estado de Campo Grande me pareceu à época muito mais adequada, sobretudo, do ponto de vista topográfico. Outra coisa, Mato Grosso do Sul, além manter o vínculo com o estado remanescente, nos remetia à submissão regional de Sul de Mato Grosso da qual tentávamos nos livrar com a emancipação. Entendia que o processo divisionista deveria ser radical, inclusive com uma denominação própria. Por fim, Mato Grosso do Sul, além de difícil assimilação, em nenhum momento havia sido reivindicado pelo movimento divisionista. Historicamente não tinha nenhuma referência a não ser a parte meridional de Mato Grosso. Vespasiano defendeu o Estado de Maracaju, Getúlio, quando em 1943 promoveu a primeira separação territorial, denominou de território federal de Ponta Porã. Mato Grosso do Sul viria surgir apenas às vésperas da divisão, para desempatar uma disputa entre os que aceitavam ou não o Estado de Campo Grande. Não houve uma discussão sobre o nome do novo Estado. Ele nos foi imposto pela pressa de dividir e por uma minoria saudosista que havia nascido matogrossense e queria morrer matogrossense. Isto não impediu que se assumisse a nova denominação. Durante os primeiros vinte anos integramos o coral dos intransigentes. Achávamos que corrigindo a quem nos confundia com o Mato Grosso, iríamos inculcar o Mato Grosso do Sul. Corrigimos, com impertinência, nos congressos, nas conferências, nos shows, nas reuniões políticas, nas competições esportivas, nas lojas, no centro nas periferias, onde houvesse alguém trocando o Mato Grosso do Sul pelo Mato Grosso. Tudo em vão. Quanto mais corrigíamos, mais as pessoas continuavam, sem maldade, esquecendo o nosso DO SUL, como ocorre até hoje, acendendo ainda que tarde a indignada chama patriótica do jovem dirigente classista. Duas décadas depois, descobri que estava me expondo ao ridículo na tentativa de explicar que a gente era Mato Grosso ao mesmo tempo que não era Mato Grosso. Refletindo, passei a buscar as razões pelas quais as pessoas não conseguiam assimilar a denominação adotada. Há uma tendência natural à redução de palavras. Nome de gente, cidade, estado ou país com mais de duas palavras passa por este processo de simplificação. No Legislativo brasileiro, por exemplo, há uma exigência regimental do nome parlamentar que não pode ter mais que duas palavras. O gaúcho e o potiguar não se apoquentam quando seu estado é identificado apenas por Rio Grande. Ao contrário, orgulham-se disso. O próprio Mato Grosso do Sul, lugar comum, resume-se a um econômico MS. Simplificando, Mato Grosso do Sul é um nome indiscutivelmente bonito, sonoramente agradável, patrioticamente defensável e extensamente inassimilável. O autor do artigo exagera quando considera “agressão, ofensa, humilhação, deboche” o ato de, mesmo voluntariamente, alguém dirigir-se ao nosso Mato Grosso, sem o respectivo DO SUL. Não releva o fato de Mato Grosso ser a base de nossa denominação. DO SUL são apenas termos de diferenciação, logo, abominar o radical para enaltecer a flexão é, no mínimo, omitir as próprias origens da causa. Longe de mim antepor-me à cruzada cívica de um jovem idealista que trinta e três anos depois decide desafiar a lógica e insistir na imposição do nome de seu estado. Nada mais louvável. Apenas a preocupação de que, partindo de um personagem importante e de respeitável credibilidade, os apupos respeitosos “com inspiração cívica,” sugeridos por ele, descambem para o fundamentalismo de falanges discricionárias, inoculando ódio no lugar do debate sadio e estabelecendo dogmas no lugar da tese racional. Da mesma forma que desconhece a impraticabilidade mansa e pacífica da denominação adotada por nosso Estado, o emérito jurista parece ignorar também a discussão sobre o Estado do Pantanal, proposta defendida por respeitáveis setores de nossa sociedade, como alternativa para um nome que não confunda, e que tenha estreita relação com a nossa história, geografia e economia. Só há duas saídas para o impasse da denominação. Ou aceitamos um novo nome, próprio e apropriado ou assumimos o Mato Grosso com naturalidade. É ilusório, infantil e presunçoso acreditar que as pessoas vão aceitar o DO SUL de Mato Grosso na marra. Por fim, “Manoel de Barros, o maior poeta vivo do mundo,” eleito pelo articulista como a imagem padrão do autêntico homem de Mato Grosso do Sul, é cuiabano e, como eu, defensor do Estado do Pantanal.

Serviço de Trânsito

Com 'guichê 60+' agências do Detran atenderam mais de 300 idosos em MS

Com enfoque em atendimento personalizado, pessoas com idade a partir dos 60 anos têm acesso a taxas diferenciadas

22/10/2024 17h00

Fotos: Rachid Waqued

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Com duas agências para atendimento preferencial a pessoas acima dos 60 anos, mais de 300 idosos foram atendidos pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS).

Com o intuito de ofertar atendimento humanizado, o modelo de atendimento tem foco na qualidade. Atualmente, são duas agências: uma em Campo Grande e outra em Dourados.

Conforme atualização do Detran-MS, por dia são atendidos em média 27 clientes; apenas nos primeiros dias, resultou em 277 pessoas com atendimento personalizado.

Fotos: Rachid Waqued / Agência Shopping Campo Grande

Capital

Em Campo Grande, o Guichê 60+ funciona na agência do Shopping Campo Grande.

O serviço teve início no dia 7 de outubro; em nove dias, 169 pessoas foram atendidas, com servidores capacitados para oferecer um atendimento empático e único.

No final do processo, o cliente ainda pode avaliar o atendimento dos colaboradores do Detran-MS.

“Na quinta-feira, atendemos um casal, e eles falaram que esse atendimento foi a melhor coisa que o Detran já fez para eles (os idosos). Atendimento rápido, não precisa agendar. E ela disse também que o atendimento da servidora foi extremamente ágil, de uma simpatia e educação, explicando tudo direitinho, com a paciência que eles necessitam”, disse a gerente da Agência do Shopping Campo Grande, Tamie Nadielli.

Dourados

A agência de Dourados foi a primeira a ofertar o serviço personalizado para os idosos e teve um total de 108 atendimentos em sua agência híbrida (entre os dias 3 e 18 de outubro).

“Nessa semana, o Guichê 60+ virou uma sala de aula. Tinham três pessoas para baixar o aplicativo e ter o documento do veículo no celular. A Evelyn atendeu os três juntos. Eles conversaram, fizeram amizade e acharam o máximo. O mais legal é que olhavam para a servidora e falavam: 'Olha o que eu sei fazer!' mostrando para ela como visualizar o documento. Comprovando que tinham aprendido o que ela tinha acabado de ensinar. Isso é gratificante”, compartilhou a gerente Elizangela Ximenes.

Atendimento personalizado

Os Guichês 60+ do Detran-MS representam um serviço inovador na gestão que trabalha tanto com o serviço digital quanto inclusivo.

"O Detran-MS avançou muito em tecnologia, e agora estamos focando também nas melhorias que podem impactar positivamente na vida do cidadão. O Guichê 60+ fortalece a inclusão e a valorização dos idosos na sociedade. Contribui para um envelhecimento mais ativo e saudável, promovendo uma convivência respeitosa entre as gerações”, pontuou o Diretor-Presidente do Detran-MS, Rudel Trindade.

Benefícios

Muito além do atendimento personalizado, pessoas com idade igual ou acima de 60 anos irão usufruir de cobrança de taxas com desconto nos seguintes serviços:

  • Emissão
  • Reemissão ou renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).

Segundo a Lei Estadual (n° 4.282, de 14 de dezembro de 2012), que prevê valores das taxas de serviço conforme a emissão da CNH expedida.

“A partir de 60 anos, em que a validade da CNH é de cinco anos, o valor é de 50% da guia; e a partir de 70 anos, em que a validade é de três anos, o valor é de 30% da guia”, explica o Diretor de Habilitação do Detran-MS, Luiz Fernando Ferreira.

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Meio Ambiente

Maior tatu-canastra é capturado no Pantanal de MS

Com a captura, foi possível realizar exames que auxiliarão a entender o processo de reprodução da espécie na natureza

22/10/2024 16h50

Imagem Divulgação

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O Projeto Tatu-Canastra capturou o maior tatu da espécie em 14 anos de trabalho no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Um macho, com 160 cm de comprimento e 36 kg, recebeu o nome de Wolfgang.

O nome faz alusão ao trabalho do presidente do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS), Arnaud Desbiez, que, no dia 26 de setembro, recebeu o prêmio The Wolfgang Kiessling International Prize.

A premiação, pelo programa American Humane, veio justamente pela captura e registro do maior tatu-canastra já registrado no Pantanal sul-mato-grossense.

Imagem Divulgação

Avaliação


O animal passou por diversos exames para verificar a condição de saúde, assim como recebeu a instalação de um chip com rádio transmissor VHF.

Também foi feita a coleta de sêmen para estudos sobre a reprodução do tatu-canastra na natureza.

Todo o procedimento foi supervisionado pela médica veterinária e pesquisadora do Instituto de Conservação de Animais Silvestres (ICAS) para a coleta do material biológico.

“O principal objetivo do estudo é entender melhor como funcionam a biologia e a fisiologia reprodutiva do tatu-canastra e do tamanduá-bandeira em vida livre”, explica Carolina, que também é mestranda pela UNESP de Botucatu.

A pesquisa é financiada pela Rufford Foundation, do Reino Unido.

Reprodução


A pesquisa está concentrada na análise da qualidade do sêmen e da morfologia espermática, com o objetivo de criar, no futuro, um banco de preservação de diversas espécies

. O estudo proporcionará um maior entendimento sobre a reprodução do tatu-canastra, cujo conhecimento ainda está pouco avançado.

“A validação dessas técnicas para monitoramento da reprodução em vida livre pode contribuir significativamente para a conservação desses dois gigantes da nossa fauna”, acrescenta a médica veterinária.

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