Em Campo Grande o cidadão que deseja abandonar a doença crônica, conhecida como tabagismo, pode contar com as 20 Unidades de Saúde que participam do Programa de Controle do Tabagismo. A iniciativa é ofertada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) e segue o modelo do Ministério da Saúde, estabelecido como Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT).
O Projeto tem como objetivo reduzir a prevalência de fumantes e a consequente morbimortalidade relacionada ao consumo de derivados do tabaco.
De Acordo com Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabaco mata mais de 8 milhões de pessoas por ano. 7 milhões dessas mortes correspondem ao uso direto da substância. Cerca de 1,2 milhão são vitimas de problemas de saúde ocasionados pela exposição ao fumo passivo.
A Capital conta locais habilitados para atendimento do programa, entre unidades de saúde, hospitais e o Centro Especializado Municipal. Ao todo, são 72 unidades básicas e de saúde da família em toda cidade.
Como participar
Para participar é necessário que o interessado compareça a uma das Unidades de Saúde da Capital e expresse o desejo pela inclusão no grupo. É preciso estar munido de um documento de identificação com foto. Em seguida, o futuro paciente será encaminhado a um das equipes de apoio e tratamento.
O atendimento inclui avaliação clínica, abordagem intensiva – individual ou em grupo, chamada abordagem cognitivo-comportamental -, e caso necessário, terapia medicamentosa através de adesivo transdérmico e Cloridrato de Bupropiona.
Durante o tratamento serão feitas sessões com 10 a 15 participantes, com a duração média entre 60 e 90 minutos.
A atividade é coordenada por uma dupla de profissionais, ou equipes. A duração do tratamento é de doze meses.
A Sesau ressaltou que no primeiro mês de atendimento são realizadas 4 sessões estruturadas, sendo 1 por semana; no segundo mês 2 sessões quinzenais; e do terceiro ao décimo segundo mês são realizadas sessões mensais, – chamadas de sessão de manutenção –para prevenção de recaída.
Segundo a secretaria, em 2021 foram atendidas 555 pessoas pelos projeto. Este ano a expectativa é de que o número seja maior.
"Como é rotativo, pode multiplicar, porque no início do ano passado os grupos estavam inativos, em sua maioria", acrescenta a pasta.
Dicas para parar de fumar
- Estabeleça metas: comece com pequenos passos, mas mantenha constância para obter resultados;
- Comemore cada vitória: cada cigarro a menos é motivo para celebrar;
- Envolva a família e amigos: palavras e atitudes incentivadoras de pessoas que amamos são de grande valia;
- Substitua rituais: se tem o costume de fumar após o almoço, por exemplo, procure outras atividades para fazer nesse período;
- Faça relaxamento: reserve um tempo para meditar, se alongar, entrar em contato com a natureza, se desligar da correria do dia a dia;
- Evite situações e lugares relacionados com o cigarro: mude a rotina, a rota, frequente novos locais e conheça pessoas novas;
- Procure ajuda profissional – deixar de fumar é um processo longo e árduo, mas não é preciso passar por isso sozinho. Com ajuda e orientação profissional as chances de sucesso são muito maiores.
Unidades com o programa do antitabagismo
- USF Nova Lima
- USF Vida Nova
- USF Albino Coimbra (Santa Carmelia)
- USF Serradinho
- USF Sírio libanês
- USF Aero Itália
- USF Indubrasil
- USF Batistão
- USF Coophavila
- USF Oliveira
- USF Portal Caiobá
- UBS Caiçara
- USF Tiradentes
- USF Moreninha
- USF Itamaracá
- USF Tarumã
- USF Vila Fernanda
- CEM (período noturno, só com encaminhamento)
Após 40 anos, professora abandona cigarro
Lúcia Helena Paula do Canto, 69 anos, é professora aposentada, revisora de texto técnico-científico.
O primeiro contato dela com o tabaco foi aos 20 anos e, desde então foram cerca de 40 anos à mercê da substância. Lúcia em determinado momento percebeu o quanto o hábito era prejudicial para a própria saúde e, por iniciativa própria, decidiu abandonar o vício que a acompanhou por mais da metade de sua vida.
“Chegou uma hora que eu decidi deixar de fumar, então participei de um programa para pessoas que querem abandonar o vício e, no meu caso, não foi preciso tomar nenhuma medicação para me ajudar nesse processo. Depois disso, nunca mais tive recaída”, conta Lúcia Helena.
Cinco anos após abandonar o tabagismo, Lúcia descobriu um câncer de pulmão. Ela faz o acompanhamento da doença na Unimed Campo Grande, com o apoio do Programa Viver Bem.
A professora aposentada relembrou sobre os benefícios que sentiu após abandonar o vício.
“Depois que parei de fumar melhorou muito a minha respiração, passei a ter muito mais disposição para participar das coisas e fazer minhas tarefas do dia a dia, fiquei mais cheirosa e até a cor da minha pele é outra, muito mais bonita e viçosa”, pontuou.





