Cidades

NEGOCIAÇÃO

Reajuste poderá elevar tarifa
de transporte para R$ 4

Há a possibilidade de que seja aplicado o valor máximo de reajuste

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O reajuste da tarifa do transporte coletivo urbano de Campo Grande, previsto para ocorrer no mês de dezembro, poderá elevar o preço da passagem para R$ 4, caso a progressão do aumento siga a mesma tendência dos quatro anos anteriores. No ano passado, a passagem subiu para R$ 3,70, aumento de R$ 0,25 em relação a 2016, quando custava R$ 3,55. O aumento tem se mantido entre R$ 0,25 e R$ 0,30 desde 2014, sempre alternando o valor máximo e o mínimo. No ano passado, o reajuste foi de R$ 0,25, com isso, há a possibilidade de que agora seja aplicado o valor máximo, de R$ 0,30. 

Mesmo sem definição confirmada, o reajuste já é alvo de polêmica. O Consórcio Guaicurus, que detém a concessão do serviço de transporte coletivo na Capital, alega que o novo valor já deveria estar vigente desde o mês de outubro. 

“De verdade, a data-base original da tarifa não é dezembro, e sim outubro. Sistematicamente, a prefeitura tem alterado. Mas no contrato é estabelecido o dia 25 de outubro. Ao longo dos nos, foi passando para 11 de novembro, depois, 18 de novembro e, por último, dia 3 de dezembro”, explicou o diretor-presidente do Consórcio, João Resende.

O diretor-presidente da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Vinícius Leite Campos, confirmou que as negociações para o reajuste já estão em andamento.

“Não tem nada definido ainda. Há alguns pleitos e estamos conversando. Um dos índices que compõem o cálculo do reajuste tarifário é o INPC [Índice Nacional de Preços ao Consumidor] com acumulado, até agora, de 4%. Isso não quer dizer que o reajuste será menor ou maior do que isso. Prefiro aguardar todos os cálculos, ainda falta definição do reajuste dos funcionários, que não foi informado para a Agência e que, com o preço do diesel, é responsável pelo maior impacto na tarifa”.

“Não tivemos reunião específica para isso [discutir aumento], mas protocolamos por meio de ofício, para a prefeitura que faça o quanto antes, considerando que deveria ser em outubro. E já alertamos duas vezes que o contrato não diz que é em novembro ou dezembro, e sim outubro”, disse Resende.

AUMENTO

Enquanto o titular da Agereg é cauteloso para falar do reajuste, o prefeito Marcos Trad já declarou que o aumento não será superior à inflação. E, caso a promessa seja cumprida, a nova tarifa deverá mesmo ficar próxima de R$ 4, chegando até a R$ 4,04, com aumento de apenas R$ 0,34, bem acima do possível reajuste de 4% com base no INPC, que poderia elevar a tarifa para R$ 3,85.

Isso porque o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M),  que é calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apresentou acumulado de 9,2618% no fim de outubro.

O preço do diesel, outro fator que influencia na tarifa do transporte coletivo, também pode elevar ou baixar o preço da passagem para o usuário. Atualmente, a Petrobras pratica o valor de R$ 2,3606 o litro na distribuidora, que é mais barato do que na bomba. “Chegamos ao valor da tarifa por meio de uma fórmula. Entram no fim do cálculo os 5% de isenção do ISSQN [Imposto sobre Serviço de Qualquer Natureza], por isso impacta tanto na tarifa, pois deixa de ser acrescentado”.

Mas, para o Consórcio, o valor da tarifa está defasado em decorrência dos aumentos no preço do combustível ao longo de 2018 e da redução no número de passageiros.

“Na verdade, vários índices medem a inflação, e a planilha não é movida só por um, infelizmente. Existem variáveis, inclusive, o número de passageiros, o preço do combustível, pneus e autopeças. Quando firmamos o valor novo no ano passado, o diesel estava R$ 3,13, e depois disso já chegamos a pagar até R$ 3,70 pelo litro, qualquer valor acima do previsto já nos causa prejuízo. Mas o estudo é de responsabilidade da Agereg, é ela que faz. Porém, a tarifa está bem desequilibrada”, disse Resende.

Os últimos aumentos aplicados na tarifa em Campo Grande têm seguido padrões de elevação mais ou menos previsíveis: em 2014, o reajuste foi de R$ 0,30 (R$ 3,00); em 2015, R$ 0,25 (R$ 3,25); 2016, R$ 0,30 (R$ 3,55); e em 2017, R$ 0,25 (R$ 3,70).

 

 

Campo Grande

Sob multa de R$ 50 mil, dentistas recuam sobre greve na Capital

Decisão favorável à prefeitura postergou possibilidade de paralisação em duas semanas

17/12/2025 16h45

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17)

Assembleia da categoria realizada nesta quarta-feira (17) Foto: Divulgação / Sioms

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Sob pena de multa diária de R$ 50 mil, a greve dos dentistas de Campo Grande, com início previsto para esta quarta-feira (17), foi temporariamente suspensa pela Justiça.  A suspensão do movimento grevista foi deliberada em assembleia realizada pela categoria nesta manhã. 

A paralisação dos cirurgiões-dentistas da rede pública municipal, que suspenderia por 30 dias os atendimentos em 44 postos de saúde da Capital, foi barrada judicialmente após um parecer favorável à prefeitura na noite desta terça-feira, decisão que sustenta a multa contra os sindicalistas. 

Apesar da interupção temporária do movimento paredista, o desembargador Luiz Tadeu Barbosa Silva confirmou que a Prefeitura de Campo Grande não está cumprindo as decisões judiciais, e a Justiça pode considerar o movimento grevista legítimo, caso a administração municipal não "entre na linha" dentro de 15 dias. Ou seja, na prática, o parecer apenas postergou a paralisação desta semana.

O desembargador confirmou que as decisões judiciais em favor dos sindicalistas não vêm sendo cumpridas de forma célere pela Prefeitura de Campo Grande, com registros de "dilação, advertências judiciais e imposições de medidas coercitivas no juízo de origem". 

“Nossa categoria respeita a Justiça, por isso decidimos suspender a paralisação, isso não significa que abrimos mão dos nossos direitos, nem que vamos recuar. Continuamos em estado de greve, cobrando que a Prefeita cumpra a ordem judicial para fazer o reposicionamento do plano de cargos e carreiras”, informou o presidente do Sioms, David Chadid.

Na ocasião, Chadid reforçou a legalidade do movimento. “Nós temos a convicção de que nosso movimento é legítimo e legal, pois seguimos todos os trâmites que a lei de greve determina, então nosso advogado pediu reconsideração da Justiça, demonstrando por meio de documentos que estamos fazendo o correto”, pontuou.

Imbróglio

No dia 15 de dezembro, o juiz da 1ª Vara de Direitos Difusos, Coletivos e Individuais Homogêneos, Ariovaldo Nantes Corrêa, negou mais prazo para a implementação do reposicionamento do plano de cargos e carreira, determinando que em 15 dias a gestão municipal cumprisse os pagamentos sobre o plano de cargos e carreira da categoria, sob pena de triplicar a multa ao Executivo Municipal em caso de descumprimento, advertindo a prefeita, em caso de desobediência. 

“Ficando desde já advertidos de que o descumprimento injustificado da ordem judicial implicará na incidência das penas de litigância de má-fé sem prejuízo da responsabilização do gestor por crime de desobediência nos termos do que dispõe o artigo 26 da Lei nº 12.016/2009”, advertiu o juiz.

Cabe destacar que, conforme previsto em Diário Oficial, a administração municipal  deve entrar de recesso entre 22 a 26 de dezembro e  29 de dezembro a 2 de janeiro de 2026, em virtude das festividades de fim de ano. As partes tentam um acordo há mais de um mês. 

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TRANSPORTE PÚBLICO

Justiça manda Prefeitura intervir no Consórcio Guaicurus

De acordo com a decisão, o Município tem um prazo de 30 dias para instauração de processo administrativo de intervenção, nomear um interventor e apresentar um plano de ação para a regularização do Transporte Coletivo

17/12/2025 16h30

Ônibus estão parados pelo terceiro dia na Capital

Ônibus estão parados pelo terceiro dia na Capital FOTO: Marcelo Victor/Correio do Estado

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O Poder Judiciário de Mato Grosso do Sul reconheceu a existência dos indícios de má gestão e execução do transporte coletivo de Campo Grande e decidiu dar andamento à Ação Popular que pede a intervenção da Prefeitura Municipal no serviço operado pelo Consórcio Guaicurus. 

A decisão determina que, em até 30 dias, o Município instaure um processo administrativo de intervenção no contrato com o Consórcio, além de nomear um interventor e apresentar um plano de ação com cronograma para a regularização da situação do Transporte Urbano, sob pena de multa diária de R$ 300 mil. 

A Tutela de Urgência foi deferida pelo juíz Eduardo Lacerda Trevisan, na ação ajuizada pelo advogado Lucas Gabriel de Souza Queiroz Batista em desfavor da Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos (Agereg), Agência Municipal de Transportes e Trânsito (Agetran), Consórcio Guaicurus SA e Município de Campo Grande. 

Para o autor, o Consórcio deve ser penalizado por frota velha e precária, falta de manutenção e inexistência de seguros obrigatórios, além de irregularidades financeiras, como a transferência de R$ 32 milhões para a empresa Viação Cidade dos Ipês sem justificativa e a omissão contábil de receitas e fluxos de caixa desde 2012, como constatado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte Coletivo. 

Por outro lado, o Município de Campo Grande deve ser responsabilizado por omissão de fiscalização, ausência de auditoria operacional, técnica e financeiras desde 2018, e continuidade de repasse dos subsídios milionários ao Consórcio “sem contrapartida efetiva de melhoria do serviço”. 

“Alego que não obstante as recomendações da CPI, a Prefeitura Municipal nada fez e essa inércia estatal configura verdadeira conduta lesiva passível de controle judicial. Que do ato omissivo lesivo é necessária intervenção corretiva por intermédio da presente ação popular”, escreve a decisão. 

TERCEIRO DIA DE GREVE

Campo Grande passa pelo terceiro dia consecutivo sem funcionamento do transporte público em decorrência da greve dos motoristas dos ônibus iniciada na segunda-feira (15). 

Os trabalhadores reivindicam o pagamento salarial, já que o Consórcio alegou não ter dinheiro para efetuar o pagamento do 13º dos servidores e nem do vale. 

Durante uma audiência de conciliação nesta terça-feira (16), O desembargador federal do trabalho, César Palumbo, do Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região (TRT-24) determinou que 70% das frotas funcionassem nos horários de pico (entre 6h e 8h30/17h às 20h) e 50% da frota funcionasse em horário normal (entre 8h30 e 17h/20h às 00h), sob pena de multa no valor de R$ 200 mil por dia. 

No entanto, os motoristas não acataram a ordem judicial e prolongaram a paralisação. Com isso, o Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande leva multa de R$ 200 mil diários valor elevado após a audiência de ontem, que não chegou a nenhuma conciliação. 

O Presidente do sindicato, Demétrio Freitas, foi a favor da retomada do mínimo exigido em lei, mas foi voto geral dos motoristas venceu.

“A população está sofrendo muito, vai para três dias sem ônibus em Campo Grande, mas o trabalhador também precisa receber. Todo mundo que trabalha precisa receber seus vencimentos”, disse.

A greve afeta 100 mil usuários, que usam o transporte coletivo diariamente para ir e voltar do trabalho. 
 

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